tag:blogger.com,1999:blog-189131512024-03-23T21:50:36.600+02:00a very appropriate mountainous town...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.comBlogger326125tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-57475588393875290382017-06-05T03:33:00.004+03:002017-06-05T03:37:38.299+03:00Já inundei a casa de tigres silenciosos.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivo4sPxE9PDD-XMwmjOh5aXL7jiarZibtbRvJXzLoYai5LYsbGVoI37AOjTml2W6aIcR89s0g83CiielLGJRF1cTQ44z8IKireJ4YnC9nqzAPGEd7M4I5i08IU0d7JGJoVAA0zXg/s1600/hqdefault.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivo4sPxE9PDD-XMwmjOh5aXL7jiarZibtbRvJXzLoYai5LYsbGVoI37AOjTml2W6aIcR89s0g83CiielLGJRF1cTQ44z8IKireJ4YnC9nqzAPGEd7M4I5i08IU0d7JGJoVAA0zXg/s1600/hqdefault.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
Tinha acordado lentamente ainda a sul. O céu sobre a piscina rebentava uma ameaça de tempestade vinda de norte, e deixei-me ali ficar.<br />
<br />
Sentei-me no jardim, onde só o café marcava a diferença dos sons de uma fauna escondida em redor.<br />
Deixei-me ficar ficando, até ser tarde demais.<br />
<br />
Atravessei a ponte numa estranha urgência de chegar à casa da cidade. Não vi as brumas sobre o Tejo que me anunciam a mudança, nem senti o vento de nortada que me rasga a vida quando quer. Mas as nuvens de um azul carregado traziam a mesma bagagem com ainda mais força.<br />
Entro em casa, atirei com as malas para o chão e deixei-me ficar ali. Estático. Absorto em qualquer coisa que não fazia sentido naquele lugar.<br />
<br />
Olhei para a porta e sentei-me vagarosamente à espera.<br />
Não passou muito tempo até rever aquela história, a que poderia contar se um dia já morto, ainda falasse.<br />
<br />
Do chão vi um fumo negro a invadir-me a sala e levantei-me para a varanda.<br />
Abri as portadas como se fosse urgente respirar. O meu silêncio não me sufoca. As memórias e as infinitas portas abertas talvez sim.<br />
<br />
Deixei a fachada da casa toda aberta para que se a loucura me levasse, o voo fosse certo.<br />
Fui à gaveta e tirei um cigarro. Da bancada trouxe um copo de vinho e voltei a fumar.<br />
Liguei a aparelhagem e deixei-me violentar de livre vontade. Ergui o volume até ao seu máximo com o tema que não me saía da cabeça.<br />
<br />
Era o<a href="https://youtu.be/2Bb0k9HgQxc"> November do Max Richter</a>, e o receio de entrar no nosso Verão.<br />
Fui para a varanda e gozei cada nota sem vergonha absolutamente nenhuma.<br />
Se ainda vivesse na Sé choveriam cascos de gelo de fazer soar os sinos.<br />
<br />
O rio transbordaria das margens e causaria todos os estragos necessários até chegar à minha porta.<br />
Os lobos uivariam de medo, e os loucos acordariam os hospitais em cantos.<br />
Anunciava-se o momento de recomeçar a andar sem destino, para que o destino assim se cumprisse.<br />
Deitei-me sobre o sofá e esperei. A olhar para a porta já ouvia o motor do carro a chegar lá abaixo.<br />
A campainha tocou finalmente e decidi que não era ninguém.<br />
<br />
Deixei-me ficar a olhar para o tecto e das janelas deixei-me revisitar.<br />
Já inundei a casa de tigres silenciosos, e com eles o meu sangue voltará a ser contra-corrente, como para sempre deveria ser....http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-87584945314358851042015-09-11T17:09:00.001+03:002015-09-11T17:23:39.228+03:00Apeteces-meApeteces-me sem qualquer razão racional.<br />
<br />
Apeteces-me porque quando me beijas a tua alma invade-me de dor e prazer.<br />
Os teus lábios salgados são de uma carne imoral , que me acende uma memória de dimensão que calei lá atrás.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjahC0Np1juTWnrPjE3taQAhTV5jnWQoPtEDu_kFWsa57_ZCJ_TMMmZzWGjlci6u0lw2LPiT2CqUk0XcJ9gI-HETGkoJwsLgsfe6eWirBF2mgdg-UPASwncnaOcNZ7QKaQqY7mIqw/s1600/hqdefault.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjahC0Np1juTWnrPjE3taQAhTV5jnWQoPtEDu_kFWsa57_ZCJ_TMMmZzWGjlci6u0lw2LPiT2CqUk0XcJ9gI-HETGkoJwsLgsfe6eWirBF2mgdg-UPASwncnaOcNZ7QKaQqY7mIqw/s400/hqdefault.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;"><b><i>La La La Human Steps - <a href="https://youtu.be/X8rmRjmVne4">Amelia</a></i></b></span></div>
<span style="font-size: xx-small;">
</span>
<br />
<br />
Os teus olhos de desdém reflectem o medo e o pavor de te deixares agarrar.<br />
Os nossos corpos gritam assim que me dispo e o sabor da nossa pele liberta o ópio que tão bem reconhecemos de outra época mais reluzente.<br />
<br />
Abraças-te a mim e encostas a cabeça no meu peito para conseguires farejar a segurança. Sentes-lhe o cheiro e olhas para mim sem palavra ou verbo, revelando a dúvida que te perturba.<br />
Se eu te aturo. Se eu te aguento, se eu te seguro, se eu te agarro. Se sou eu. Se serei mesmo eu o teu agora.<br />
<br />
Esfregas os olhos e finges acordar para aquele lugar onde tudo é mais frio e nada disso poderá fazer sentido, pelo risco que representa. Sabes no entanto que nesse acto só insistes em fechar os olhos na verdade.<br />
<br />
Não sabes nada de mim e isso sustentem-te nas barras do teu tribunal insano, que só quer defender o caso de que não valerá nunca a pena viver em liberdade.<br />
<br />
Não fodemos somente. Fazemos muito mais do que isso, mas no fim recorres com a urgência de uma vítima em fuga por aquele manto sobre as costas, que nunca te vai garantir a vulgaridade que preferias ver ali. E isso perturba-te até no gesto ou na coreografia quando te deitas ao meu lado.<br />
Controlas o beijo e o sexo. Tudo o que consegues agarrar para não te deixares levitar.<br />
Adoras com a mesma intensidade que mecanicamente finges detestar a minha insistência. Porque sabes o valor que ela tem mas não a consegues dividir nem multiplicar.<br />
Tens medo da altura mas mascaras-te de pássaro sempre que fechas a porta da minha casa e me deixas lá atrás.<br />
<br />
E depois lembras-te do gemido. Daquele momento em que te deixaste realmente viver e comigo a segurar-te os braços. O prazer, o sentimento. O florescer de uma dimensão intensa em que fechas os olhos e mordes os lábios em direcção ao tecto.<br />
Corres para qualquer caminho que te entretenha o olhar e o pensamento. Anestesias-te quando consegues à mínima hipótese de seres confrontado com aquilo que vez em mim. Ás vezes o corpo e a alma atraiçoam-te mas no minuto seguinte sacodes a cabeça, e evocas uma música bem alta na tua cabeça para que essa imagem desapareça num instante.<br />
<br />
Substituis-me por tudo. Calas-me as vezes todas que consegues e de cada vez só esperas que eu não diga mais nada a seguir.<br />
<br />
Sentes a vertigem dessa mesma imagem que forças. A de eu ficar calado e desaparecer. Porque na verdade, tal como eu, tu um dia escorregaste na tua própria verdade quando me disseste que não. Não queres que desapareça.<br />
<br />
Fica difícil, manter-me ao largo e ver-te a nadar à distancia.<br />
Sabes que apesar de não haver qualquer razão racional para que aconteça, também não há nenhuma outra que realmente nos declare impossíveis.<br />
<br />
Apeteces-me... e gostar não pode ter nada de errado.<br />
<br />...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-9014787739937888292015-08-03T14:05:00.001+03:002015-08-03T14:06:23.673+03:00Agosto Terceiro . Seis anos depois<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh88oCoguw90Y5hxQSyGXsAAzOC3j0SsU4ED-cf_7pjMD3IcXrV7uJcVsKm8pbwvrn8-0Y1uBNfdcT0EFku-FsSIDi7RhJB5AQ1f3fajWTnX5wqUTvlO7iffrbvqjrAG8ZfkvAyeg/s1600/Photo+by+Carlo+Van+de+Roer.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh88oCoguw90Y5hxQSyGXsAAzOC3j0SsU4ED-cf_7pjMD3IcXrV7uJcVsKm8pbwvrn8-0Y1uBNfdcT0EFku-FsSIDi7RhJB5AQ1f3fajWTnX5wqUTvlO7iffrbvqjrAG8ZfkvAyeg/s1600/Photo+by+Carlo+Van+de+Roer.jpg" /></a></div>
<div>
<span style="font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<span style="font-size: xx-small;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">Photo by <b>Carlo Van de Roer</b></span></div>
<span style="font-size: xx-small;">
</span>
<div>
<br />
<br /></div>
<div>
<div>
Há seis anos atrás estava no bairro alto quando aceitei ir jantar aquela que seria a minha primeira casa em Lisboa. Estávamos à porta do Clube da Esquina de copo na mão e o Peter, de copo na mão, parecia uma criança que eu não suspeitava vir a dividir vida comigo nos anos seguintes.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Um ano depois dançava freneticamente durante dias a "Moi Je Joue" da Brigitte Bardot, porque era Verão e de repente o mundo parecia ter acordado para uma maratona de Ménage à Trois.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Passou mais um ano e, já num palácio no Príncipe Real, festejávamos a vida numa celebração nocturna de uma marca francesa. Naquela noite, rodeado dos meus actores e actrizes principais, o meu filme foi rasgado pelo velho Pavlov que, alcoolizado lá deixava escapar que afinal eu lhe fazia falta. Lembro-me do momento em que ele disse “<i>Olha a tua música…</i>” e eu rompi a pista de dança aos pulos até o perder de vista ao som de "Ceremony" dos New Order.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Fui para NYC e no meu regresso tinha um bilhete na cama. O misterioso segredo das noites de uma Paris circense tinha desaparecido.</div>
<div>
Um ano depois recebo um postal das Bahamas a dizer que afinal estava tudo bem e que na verdade existem pessoas cuja a existência dependerá sempre da fuga.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
O tempo passou… e dois anos depois estava perdidamente apaixonado de novo. De pernas para o ar deitei-me na relva e inclinei os pés para o céu entre as árvores do Jardim da Estrela. Lembro-me de lhes contar “<i>Estou metido em sarilhos mas só sei que tenho que o viver.</i>”</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Hoje é dia 3 de Agosto e não dormi nada bem. Acordei pai. Um ano depois sonhei que tinha um filho bebé e que não sabia cuidar dele. Tinha a Maria ao meu lado a ajudar-me com uma vacina qualquer e coisas tão básicas como escolher a temperatura certa para aquela criatura. Foi tão real que o meu dia continua estranho.</div>
</div>
<div>
<br /></div>
...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-34412622460386352382015-05-04T15:56:00.000+03:002015-09-11T16:07:41.311+03:00l' libertango malédictionTenho pouco mais do que breves minutos para condensar num gemido o que aconteceu, mas tu vais-me entender. Ou não, porque somente a memória permanece deste lado e com a tensão de um elástico velho que já sem cor se deixa imiscuir.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHFAkzZ565teKOz2E8sq3fK4mNFN4ycIwxHGfFahoI6CiANp2rF4PeygbH7E7zVGz0atOjWOzFViZ49v64-IqEgD8I4oIgDPzUYKkuKISfo2NJDkmGbz0v3VR11Y6LSuoWEHxxLg/s1600/tumblr_lmsru49RBQ1qzihx4o1_500.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHFAkzZ565teKOz2E8sq3fK4mNFN4ycIwxHGfFahoI6CiANp2rF4PeygbH7E7zVGz0atOjWOzFViZ49v64-IqEgD8I4oIgDPzUYKkuKISfo2NJDkmGbz0v3VR11Y6LSuoWEHxxLg/s320/tumblr_lmsru49RBQ1qzihx4o1_500.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
Ontem fui interpelado pelo desafio da memória quando o animal que em mim habitou me seduziu a ver o Saint Lauren. O não autorizado, sempre. Nada a declarar de especial. O meu gosto hoje é bem mais sofisticado do que uma interpretação demasiado vaidosa e francesa que deixa de parte o mais importante daquela criatura, a beleza que emergia da mais belo dos feios e recriava o mundo com um toque de luz que só mais tarde vim um fazer. Suicidou-se entretanto e a multidão cega continua sem perceber ao certo a enormidade do seu desaparecimento.<br />
<br />
Deitei-me contudo cansado e com alguma saudade. Mas deixei-me dormir.<br />
Levanto-me mais cedo do que o habitual e fui para a torre onde agora não habito.<br />
Saí à hora de almoço para ir a casa fechar uma janela e esbarrei com ela. Joana.<br />
A mulher que nos venceu a todos enquanto dormíamos sobre a nossa própria vaidade.<br />
Ela segurou-te daquela imensa que outrora fazia jus à força do seu nome original. Defendeu-te de ti mesmo e trouxe um vocabulário seguro nas palavras que naquela altura te arranquei de noite.<br />
Chamou-me com aquele ar doce inigualável e a primeira coisa que ouvi dentro de mim foi o “não a subestimes” – nunca mais esqueci esta frase quando, numa noite em Paris, o meu telefone tocou e ao desligar daquela voz senti o estalo de uma jogada perfeita que me paralisou toda a noite.<br />
<br />
Eu estava vestido com um casaco nórdico cujo forro revela a ironia do meu último divórcio no tempo. Não te cheguei a falar dele condignamente. Nem a ela lhe contei mais um falhanço.<br />
Visualizei-a entre as crianças e um casamento demasiado imperfeito para ser infeliz.<br />
<br />
Olhei para o relógio e resumi o encontro em menos de nada. Entrei no carro e de repente o rádio cuspiu-me, com aquele que era o perfeito batimento para embalar a memória. Um velho tango, claro. O vosso tango. Soltei uma gargalhada e senti-me nefastamente vivo outra vez. Como se das entranhas emergisse em urgência o animal reluzente e boémio que era no nosso tempo.<br />
<br />
Depois fiz o que tinha a fazer e, já ao final do dia, deixei-me levar pela vulgaridade do cansaço e um vida comum as nós os três. Temos tudo sempre. Mas já nada tem o mesmo sabor, nem nenhum vinho voltou a ter o mesmo corpo.<br />
<br />
Gosto de ti assim como estás. Gosto dela assim como se recriou. Mas às vezes sinto a falta do que fomos porque no reflexo, acho que me via melhor.<br />
<div>
<br /></div>
...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-67182487227999703402014-10-02T19:19:00.000+03:002014-11-22T18:00:05.621+02:00Kimono<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOi1eueDMk1bnVg_mh39mmdetG5WDuhYnOb5P4_gDWRmf1-qiNpOPUtnoAScXhbJ7QGvFLahGQGT72L62iqhk7FP53GMm0D_idJAnNc4GqZyi6gwQbV2CSwwZgijaiJuUJzvoCeQ/s1600/013695_2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOi1eueDMk1bnVg_mh39mmdetG5WDuhYnOb5P4_gDWRmf1-qiNpOPUtnoAScXhbJ7QGvFLahGQGT72L62iqhk7FP53GMm0D_idJAnNc4GqZyi6gwQbV2CSwwZgijaiJuUJzvoCeQ/s1600/013695_2.jpg" height="432" width="640" /></a></div>
<span style="background-color: white;"><span style="color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial;"><span style="font-size: 13px;">Sempre soubemos de onde vimos, sem precisar de tantas certezas assim em relação ao tão expectante “para onde vamos”.</span></span></span><br />
<br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;" />
<b><span style="font-family: inherit;"><span style="color: #222222;"><span style="background-color: white;">Somos como filhos de pedras parideiras de </span></span><span class="il" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;">ónix</span><span style="background-color: white; color: #222222;">, que se predestinam ao um destino contrastante. Mas seguros de que, no fim, teremos recolhido as melhores tonalidades do mundo.</span></span></b><br />
<b><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;"><br /></span></b>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;">O que acontece é que somos e seremos eternamente os príncipes do tudo. De "tudo" faremos qualquer coisa. Sempre. E dançaremos sobre o "nada" com os bolsos cheios de coisas, em <i>kimonos</i> onde se escondem, nos forros, as mais extravagantes estampas, que discretamente nos descrevem crimes com a arte do outro lado. Perseguiremos a visão de H</span><span style="color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial;"><span style="font-size: 13px;">okusai, quando nos tentamos consolar com os detalhes de Murakami.</span></span><br />
<br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;" />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;">Mas esse <i>allure </i>tem um preço. Que adoramos, ainda assim, por puro masoquismo. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;">A estação fria torna-se fundamental para que todos os cenários se alinhem com o luto do vinho e coreografia em nós. Tudo se assume e se organiza na mais perfeita órbita natural, todos os anos. É sempre assim. E não nos cansamos. Por vezes não somos mais aquilo. Não queremos ser. Mas ao repararmos bem onde estamos, percebemos a inevitabilidade da estação quente e de repente afinal... é só o Verão. O que também faz todo o sentido. Naturalmente.</span><br />
<br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;" />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;">Há um expressão orgânica que prolifera no nosso passo. Mudam-se as estações, mudam-se as vontades, os desafios e mudamos de casas. De espaços, de músicas. Tudo muda e nós assistimos a esse crescimento em nós de plateia. Sempre de plateia. O palco torna-se apenas e só um agente embaraçoso, para o qual deixamos o lugar a quem de direito. Os menos complexos. Os que, afinal de contas, só precisam de dizer ou fazer.</span><br />
<br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;" />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;">Nós não. Nós fazemos e dizemos sem precisar. Nós construímos a ação e o verbo ao sabor da nossa própria vontade naquele exacto momento. Provocamos a vida, e adoramos abanar toda e qualquer coluna que se assuma como vertebral por perto. Abanamos por saber que não cede. A vibração é afinal necessária para quebrar monotonias. Ou simplesmente porque afinal queremos revelar a nós mesmos, o que já suspeitávamos à muito de cada uma daquelas vértebras.</span><br />
<br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;" />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;">E depois viramos as costas e vamos fazer outras coisa qualquer. Vamos descobrir um restaurante novo que nos possa bajular com sabores, ou simplesmente ser leves sobre uma paisagem bonitinha qualquer. Eu ainda ontem dei comigo profundamente entretido a passar as mãos pelas cadeiras nórdicas que namorava online.</span><br />
<br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;" />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;">E dizer que isto é complexo é pura descrença no seu reconhecimento próprio de inteligência. É ser-se o mais aborrecido que possa existir. Porque não há na verdade nada de complexo aqui. É tão simples.</span><br />
<br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;" />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;">Ainda não me decidi ou encontrei entre o casamento e o divórcio, mas estava aqui a pensar... O que é que vamos vestir para a festa na terça? Apetecia-me um <i>kimono</i> novo. Preto, com estampas douradas e verdes. Mas vamos cedo por favor. Na noite anterior terei a estreia do Diogo no seu primeiro número de <i>travesti</i> e, sendo importante para ele, não poderei faltar.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;">Aquilo começa só pelas 3 da manhã. Ou seja, não dormirei nada nessa noite, vou trabalhar morto, e na noite seguinte lá estaremos nós.</span><br />
<br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;" />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;">A ver se hoje à noite penso nisso. Apetecia-me mesmo um <i>kimono</i> novo.</span><br />
<br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;" />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Geneva, Verdana, Helvetica, Arial; font-size: 13px;">Mas bem... Olha meu amor, vou-me embora que tenho que ir buscar os sapatos que encomendei e ainda dar um pulo no lançamento de óculos da Joana.</span>...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-30520484095193940412014-05-22T16:30:00.002+03:002014-05-22T16:33:05.556+03:00Breaking SummerE não há nada como um boa carga de água em pleno simulacro de Verão. Sim, aquela molha e o cheiro a terra húmida quando já estás todo vestidinho à “chegou o Verão”! Essa mesma. Porque o que é que acontece a seguir? Desces a avenida cheio de frio cruzas os olhares de surpresa com todas as pessoas que também não contavam com aquilo, e não tens como te proteger. O caminho é longo e sabes que será inevitável o desvio. Não. Segues pela avenida abaixo e paras quando percebes que já não há nada a fazer. Olhas para cima e deixas que a água que se esgueira por entre as copas das árvores te invada a cara. Fechas os olhos e só existes tu e aquela musiquinha super <i>hipster</i> que trazes aos ouvidos. Sorris e não é por simpatia. É por prazer.<br />
És assaltado por toda a merda que acontece discretamente na tua vida nos primeiros dias de Verão e de repente percebes que, para ser absolutamente perfeito, só faltava mesmo que estivesses na praia e dentro do mar quando aquilo está a acontecer. E não estás. Abres os olhos e segues o teu caminho encharcado e não evitas uma única gota.<br />
<br />
De repente o Inverno veio só assim de fininho para te lembrar onde ías mesmo, e cais em ti.<br />
Chegas a casa e ainda te consegues rir de ti mesmo, enquanto tomas aquele banho bem quente e pensas no que vais fazer para jantar. Foste tu e mais ninguém. Foste tu que optaste pela inundação em ti, e foi tão bom.<br />
<br />
Anoiteceu, jantaste e a campainha toca. No intercomunicador ouves:<br />
<i>- Olá... É o carteiro da noite. Lembras-te? </i><br />
<i>- Estás a gozar... </i><br />
<i>- Não. Aterrei agora mesmo em Lisboa, estou com as malas na mão e vai começar a chover. Aceitas a encomenda? ... apesar de vir com 4 anos de atraso, eu sei.</i><br />
<i>- Tens noção do que estás a fazer? </i><br />
<i>- Sim... e só espero que me deixes entrar.</i><br />
<br />
Abres a porta da tua casa e afastas-te pelo corredor. Ouves nas tuas costas os passos de um corpo a medo que pousa as malas no chão. Viras-te e assistes aquele momento em que a visita respira fundo, se enche de coragem, e diz: Tiago voltei....http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-85713392936734034712014-05-22T16:21:00.003+03:002014-07-03T15:07:07.951+03:00Peaking Lights<br />
<div style="text-align: center;">
<i><a href="http://youtu.be/LKx3BIkeFpg">Peaking Lights - "Dreambeat" </a></i></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtnfoKCjtIBD5IqNo6bg5KRCyDZinzXgEtdWxHRuAyqRq_8iWrDMS4ozEpaYtbkTWhDewW3G2BOioUSINUhrVq2un6oxfdBff9A3Ms6LcMv-yv5uEJYrNLUZXNNInQFefciNKWWw/s1600/screen-capture-4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtnfoKCjtIBD5IqNo6bg5KRCyDZinzXgEtdWxHRuAyqRq_8iWrDMS4ozEpaYtbkTWhDewW3G2BOioUSINUhrVq2un6oxfdBff9A3Ms6LcMv-yv5uEJYrNLUZXNNInQFefciNKWWw/s1600/screen-capture-4.jpg" height="166" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
Aquela miúda tem a cara e a liberdade da Maria Passos. quando tínhamos 14 anos e o movimento mental da Joana aos 22.<br />
Sabes o que quero dizer? Não... pois não. Mas sei que perceberias depois de te contar. Que irias identificar as razões, sorririas em concordância e ainda troçarias da minha paixoneta pela Maria antes dos 15. Ela foi o meu par no jantar de gala aos 14. A Mica também, aos 13. Sim, anualmente tínhamos o nervoso miudinho na barriga quando se aproximava aquela data. Foram incríveis as duas. Mas eu na altura só me deixava perder no ar pela Marta. A miúda mais bonita do Liceu Francês que me fazia observar a sua própria leveza ao pisar a caruma do nosso pinhal. Eu era muito bom no <i>badminton</i> e ela sentava-se nas escadas à espera dos meus melhores lances.<br />
<br />
Depois de te contar isto tu irias activar o teu <i>modus operandi</i> e irias exaltar o teu tom jocoso. Só para me dizer que era tudo um grande <i>cliché</i>. Naturalmente. Porque em ti mora ainda a necessidade estética de te indignares com as imagens que reconheces.<br />
Correcto. Perfeitamente plausível ora não fosses tu um rebento de ónix que ainda não sabe a verdade sobre estas coisas. Eu podia-te contar a verdade. Saberia explicar-te aquilo que te disse que sentia ser o que nos distingue. A liberdade. A liberdade de tudo e sobretudo da roupa que cosemos anos em torno dos nossos corpos, para deixar bem claro quem somos e o que queremos ser aqui. A nudez imperial da absoluta segurança no seu todo, que assume os mais maravilhosos erros, é uma tendência que só se abraça quando se pode e não quando se quer. Mas para poder é preciso querer, e tu ainda sentes que gostas do aroma que vislumbras com toda a roupa. Cheiras bem, é um facto. Mas falta-lhe a madeira no travo, o ópio na memória, e o absinto no ar.<br />
Estranho, porque agora mesmo vejo-te a rodopiar em torno daquele que só te poderá dar uma cerveja, uns cigarros e fazer acordar com a azia do absinto mais vulgar que arranjou para te manter ali. Estás por ali num movimento satélite em <i>loop,</i> do qual queres sair... bem sei.<br />
<br />
Agora agarrava em ti e arrebatava-te, boa? Não ía dar, pois não? A jogada em ti é mansa e em silêncio não é? Deves ser cativado até te dares conta que já o foste, terás decidido algures no tempo que era assim que querias ser surpreendido certamente. Com toda a segurança do tempo e temperança de um alguém que tenha todo o tempo do mundo, e te faça sentir o protagonista da sua história também.<br />
Para mim isso é só uma imagem criada por quem infelizmente se permitiu a ser mal-tratado. Por quem espera que o tirem de lá porque a preguiça e a inércia em si leva sempre a melhor.<br />
<br />
Não és audaz. Não tem mal nenhum. És até um bocadinho maricas na verdade. Ainda tens medo de flores ou de ser visto aqui. Mas no sofá descontrais também é verdade. O vinho faz-te correr o sangue com uma temperatura mais humana e finalmente falas, aceitas e até concordas com algumas coisas. Nem todas, porque és demasiado <i>jovem</i> na maior parte do tempo, e isso provoca reflexos já mais do que automáticos que também não terão mal nenhum e por vezes alguma graça.<br />
<br />
Lembras-te do <i>Carlo Menta</i>, não lembras? Duas ruas mais à frente existe um largo onde estarei a beber um <i>gin</i> na esplanada. Enquanto o ilusionista mórbido simula mais um truque parvo qualquer por umas moedas simples. Estás a ver onde fica não estás? O <i>Grazie & Graziela</i>.<br />
É Verão e tu tens todo o tempo do mundo. Eu tenho a mochila pronta e vamos para norte, pela costa, e antes de chegar a Milão vamos parar no Como. Pode ser em frente ao lago, durante o jantar, que te explico o que aconteceu.<br />
<br />
Tu até funcionas em teoria. Mas na prática estás imóvel.<br />
Não te quero dar a volta. Não é preciso. Quando tu deres finalmente a volta vais reparar no que aconteceu e não precisarei dizer mais nada.<br />
<div>
<br /></div>
<!--EndFragment-->...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-8895174033650062132014-05-04T23:45:00.003+03:002014-05-04T23:45:39.590+03:00Sabes o que tens a fazer, não sabes?Sabes que queres acordar cedo e ir ao ginásio; queres fazer as tatuagens que desenhas na mente há anos e que nunca acabas por fazer porque as que tens já são as suficientes... Nunca nada que seja belo será suficiente porque no teu primeiro grito à nascença talhaste o teu destino de sempre querer mais contraste nas cores do céu ao final do dia; O lusco-fusco deverá ser contemplado como quando tinhas 20 anos; Lembra-te de te deitar com a cabeça nos pés da cama e deixares suspensa a testa sobre o fim, para saboreares o sol que te entra pela janela e te queima o rosto. Era tudo teu aos 20 e tinhas todo o tempo na mão para tudo isto; Vais dançar mais, dançar dançar e dançar novamente porque disso sabes que depende o teu equilíbrio e gargalhada; Vais abraçar o viajante que deixaste suspenso à espera no aeroporto. No teu aeroporto; Vais deixar-te levar pelos becos das cidades que amas e comer em restaurantes onde nunca entrarias; Vais desafiar-te fora da tua zona de conforto; Vais abraçar os teus amigos com quem andas para combinar coisas há uma eternidade e nunca tens tempo. Vais gerir de outra forma o teu tempo; Vais sorrir para os estranhos sempre que te apetecer; Vais beijar bocas que não falam a tua língua, ou que falem português mas a quem nunca lhes tenhas sentido o som; Vais dançar e dançar novamente como à pouco; Vais mergulhar em cheio e deixar-te boiar em todas as praias que conseguires apanhar; Vais-te apaixonar por uma noite, acordar na manhã seguinte e ter vontade de rir. Correr para aquela esplanada com os teus eleitos, que esperam ansiosamente um relato detalhado porque estavam lá quando se conheceram; Vais errar outra vez; Vais acertar tantas outras; Vais agarrar no violino de uma vez por todas e vais aprender a tirar dele o teu som para o Inverno; Vais ler livros em Francês até que a memória te traga de volta aquela língua que um dia foi tua, e depois regressas a Paris onde sentirás tudo outra vez; Vais querer fugir mas vais decidir ficar; Vais querer viver noutros lugares mas vais sempre saber que queres voltar; Vais avançar com os teus projectos e libertar-te de tudo; Vais voltar a desenhar todos os corpos que te morderam o coração e com as aguarelas revisitar as esquinas e recantos da Toscana onde adormeces há um ano; Vais correr sem medo de tropeçar e vais sentir que agora já podes e que tudo ficou lá atrás; Vais assumir todos os amores e cadências mas agora ao ar livre e com uma bebida fresca na mão; Vais planear fins-de-semana repentinos onde, de mochila às costas, vais ao encontro de alguém; Vais a concertos e a festivais; Vais a todos os festivais. Porque vais dançar dançar e dançar pela milésima vez; Vais emocionar-te com uma peça de teatro e reler todos os livros de história da arte; Vais levar alguém a um bailado e vais jantar com tudo o que tens direito; Vais-te apaixonar as vezes que acontecerem sem recear acordar um dia com um anel e sopa de ervilhas pronta a servir; Vais oferecer mais flores; Vais agradar as mulheres da tua vida e faze-las sentir-se as mais belas e corajosas mulheres do teu mundo; Vais rir e dizer disparates e ter conversas com os teus amigos cuja a dimensão transcenderá tudo, e no fim voltas a rir; Vais partir para o novo; Vais-te surpreender; Vais adorar a palpitação da adrenalina nas veias; Vais saborear tudo devagarinho e outras coisas depressa; Vais fechar os olhos e sorrir; e no fim vais dançar, dançar e voltar a dançar outras vez.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/k2yzRRSR4C0?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>"I Was Trying to Sleep When Everyone Woke Up</b>"</div>
<div style="text-align: center;">
Noiserv</div>
<br />...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-30990553992475215452014-04-12T23:35:00.000+03:002014-05-05T01:11:20.770+03:00Les Mauvais Garçon x La Grande Belleza<br />
Tinhas tanta razão <i>Mrs.Dalloway</i>. Como sempre. Tinhas a razão e perspicácia do teu lado.<br />
Estava um sol inacreditável e uma temperatura que nos rasgava da pele o inevitável. A vista sobre Lisboa tinha a mesma cota que aquele banco de jardim na <i>Villa Borghese</i>, lembras-te? Ironicamente ele também se sente em casa lá.<br />
<br />
Tinhas razão. Fui encontra-lo no meu lugar, no meu velho cadeirão. Naquele irremediável Salão Pombalino vazio onde o som cheira a silêncio. Onde a vista pela cidade é soberba. Onde os azulejos azuis se deixam reflectir no chão de tábua corrida, e as paredes brancas fazem deslizar a luz até ao topo do pé direito alto.<br />
<br />
A cadeira já não era a mesma. Era agora mais simplificada e forrada a cinza, com os braços a madeira envernizada. Era uma versão qualquer anterior à que todos usam do <i>Van der Rohe</i>. E não, não estávamos na vulgaridade de Barcelona. O tempo tinha passado e não deixava de ser irónico voltar a entrar naquele espaço.<br />
<br />
Ele ouvia a mesma música que eu. Para além dos mesmos álbuns, ele ouvia a mesma rádio. Sentia a mesma sensibilidade ao passar-lhe mão na nuca. Usava um perfume com os mesmos ingredientes base. Era calado por opção. Quando eu não tinha opção. Era bonito mas fazia-me sentir que o devia fazer-se sentir ainda mais bonito do que já era. Tinha o traquejo e a malha certa. Usava as mesmas cores que eu. Tinha os dedos finos e gostava de se imaginar mais forte do que era naturalmente. Era gélido mas nos seus lábios derretia-se uma imensidão de ilusões cinematográficas. Fechava os olhos quando o beijava e transformava-se numa criatura frágil mas realista. Não gostava que eu sorrisse quando me beijava porque sempre entendeu que eu me estava a rir. Era delicado mas ágil. Falava a nossa linguagem e percebia até a minha cadência pelo náutico em nós. Não iria dar trabalho nenhum. Ansiava pelo Verão. O Inverno tinha sido rigoroso para todos e ele não escapara a um atropelo que tentava esconder por uma só razão. Desta vez fora ele a vítima. Tinha o humor negro e a acutilância dos nossos momentos mais criativos.<br />
Tinha igualmente um sentido de observação cirúrgico e nada lhe escapava entre os dedos como gostava de imaginar. Cheirava bem. Tinha um som ensurdecedor misterioso por detrás do seu silêncio. Era bonito e tinha um nariz torto num ângulo que só eu repararia. Gostava dos mesmos filmes que eu. Dos mesmos jardins. Era do dia e não da noite. Mas desde o início que sempre te disse: "<i>para além de todos os factos óbvios, ele tem qualquer coisa de errado que ainda não percebi bem</i>".<br />
<br />
Sentei-me perfeitamente consciente que do que estava ali a fazer. Como me ensinara a Piaf, vamos sempre preferir o fim ao feio.<br />
Deixei-o por breves instantes ganhar fôlego e encher o ar com palavras cuja temática poderiam até abordar o tempo. Servi-me de mais um copo e recostei-me como quem se prepara para simplesmente ouvir.<br />
<br />
Ele ganhava tempo e eu senti que não haveria nem mais um segundo a perder.<br />
“<i>O que é que eu estou aqui a fazer afinal Matthew?</i>” perguntei em voz baixa.<br />
Ele percebeu exactamente ao que me referia e, com o jeito de uma criança com uma agulha nas mãos deixou-me o tempo para ser eu a atalhar caminho.<br />
<br />
“<i>Estou aqui porque acabou e me vais querer explicar de alguma forma o que aconteceu. Estou aqui e não será na verdade por mim que me convidaste, mas sim por ti. Para que no fim, e apesar de tudo, eu guarde uma boa imagem tua e uma elegância no trato que paralisem qualquer possibilidade de te denunciar como um comum vulgar que tanto temes vir a ser. Não é?</i>”<br />
<br />
“ <i>Essa é uma forma muito resumida e bruta de colocar as coisas, não achas?</i>”<br />
<br />
“ <i>É esta a verdade e só esta. Não consegues dar mais um passo em frente porque ainda estás paralisado na história que trazes contigo. É normal, não tem mal nenhum. Tentaste mas afinal ainda não o esqueceste. Nada disso tem mal. O único erro foi teres-te dado conta disso a semana passada e desde então me teres deixado em banho-maria sem saber o que fazer. Nisso esperava outra coisa de ti. Sempre preferi o fim ao feio e devias tê-lo denunciado antes mesmo de surgir o vulgar.</i>”<br />
<br />
Seguiram-se então as horas da tarde e a honestidade em paz entre dois homens. Seguiu-se o reencontro que faria sentido e nesse momento dei comigo perplexo com a ironia de tudo ali.<br />
<br />
E não era a ironia fácil. Os factos irónicos de, afinal de contas, mais uma vez e sem saber, os homens de camper e bigode egobust se fazerem sentir nas pontes marcadas desta vida em Lisboa.<br />
Não. Não tão pouco a ironia de ele mesmo não saber que conheço o seu objecto de amor-ferido muito melhor do que ele possa pensar.<br />
<br />
Talvez um pouco o rever de camarote todo aquele <i>ballet rose</i> que noutros tempos patrocinei. Mas ainda assim não.<br />
<br />
A ironia soberba que ele não se deu conta, e que me escorre até então pelos lábios, é a o contraste das cores do crepúsculo que repentinamente se tornaram visíveis em mim, ao aperceber-me de que o que estava a acontecer era uma repetição mas agora em papeis contrários.<br />
<br />
Dá-se o arrepio da constatação e ouve-se as cordas do <i>cello </i>que tinha deixado esquecido lá atrás. Ele era o perfeito reflexo do que fui. Ele vivia aquele momento que obriguei um outro a viver.<br />
Não haveria nada a fazer senão esperar que o tempo naquele corpo, lhe lambesse a ferida a céu aberto e o levasse onde cheguei anos depois. Mas não deixava de ser vertiginoso o assistir aquilo tudo de novo.<br />
<br />
Sete anos antes, depois de um jantar no <i>Les Mauvais Garçon</i> em que o David fechou a porta e deixou acabar o vinho sem tempo naquelas poltronas velhas de um cabedal cansado, acordei numa manhã igualmente cheia de calor e tinha uma mensagem que deixaram para mim.<br />
“<i><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Ontem foi inspirador, tu és inspirador.</span></i><br />
<i><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Fico assim....com vontade de absorver, de venerar o que é belo sem medo do que é superficial, com vontade de ouvir uma musica bonita e a preferia-la a uma conversa sobre a fome.</span></i><br />
<i><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Os pormenores da vida devem ser desprezados, são ordinários.</span></i><br />
<i><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Obrigado por tudo. </span></i><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">R.</span></i> ”<br />
<br />
O Matthew tinha-me feito regressar sete anos no tempo sem saber. Afinal eu era tão mais novo e ele ainda tinha tanto para aprender. O que nos distinguia agora não era no entanto a idade, era uma só coisa. A liberdade. A liberdade que só se conquista com a vida. E sete anos depois o olhar para trás levou-me numa grande viagem. Que no fim me deixa o travo de toda a <i>La Grande Belleza</i>.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b>Little Joy</b> - <b><a href="http://youtu.be/IWXTisH11-Y">Evaporar</a></b></div>
<br />
<div>
<br /></div>
...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-36914840261907882382014-03-02T00:58:00.002+02:002014-03-02T01:00:24.764+02:00Sortir<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhehv-L4jFtHJHlHaf8sylsZj8SCQUM-3eMvBVItB1zpnWr5aN0chWVBQX8ueuNaQtU6KuV6ESozD6KNmtYf3SENZCmoQmoZYgfK3si09K3wpvXmGYw0yTTbDHKxfcbIzJCjdPN0w/s1600/FrenchFilmFest2010-CocoChan.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhehv-L4jFtHJHlHaf8sylsZj8SCQUM-3eMvBVItB1zpnWr5aN0chWVBQX8ueuNaQtU6KuV6ESozD6KNmtYf3SENZCmoQmoZYgfK3si09K3wpvXmGYw0yTTbDHKxfcbIzJCjdPN0w/s1600/FrenchFilmFest2010-CocoChan.jpg" height="171" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<i>Sir. Polignac tinha preparado uma refeição cheia de detalhes e meticulosos prazeres que tanto o caracterizam, e eu tinha chegado apenas com macarons.</i><br />
<i>Eu estava mais calado do que o habitual e ele reticente em relação a qualquer coisa, até que tomou coragem assim que nós sentámos.</i><br />
Como estás? - <i>Foi a pergunta que sem necessidade de qualquer contexto me fez perceber imediatamente do que falava. </i><br />
<i><br /></i>
- Bem. – <i>E no sorriso que aconteceu ao responder-lhe, dei-me conta que teria que falar sobre o que aconteceu.</i><br />
- Fico mais descansado mas não consegui deixar de pensar no que me contaste. Sabes, no momento não quis elaborar nenhuma das muitas questões que surgiram na minha cabeça porque estávamos acompanhados e não sabia até onde poderia perguntar. Mas fiquei a semana toda a pensar naquilo. No que é que aquilo terá feito acontecer em ti. No que é que aquilo afinal representa.<br />
<br />
- Sim eu percebo. Eu próprio acho que ando desde então a lidar com as mesmas questões. Claro que me questionei sobre tudo a seguir. De onde tinha vindo aquela frase em absoluto descontrolo que ao me sair daquela forma em grito, só poderia estar calada há anos e fazer-se sentir como uma verdade escondia. Questionei-me se afinal era aquilo. Tinha chegado até ali para aquilo? É isto o amor? Afinal ainda o amo? Como.. depois de tudo? Ou será precisamente pelo tudo? Questionei-me sobre tudo o que aconteceu até ali e sobretudo sobre o que era então aquele grito que me saiu pela a boca fora, num impulso que me apanhou desprevenido e nos fez ficar parados a olhar para o som, que já era autónomo no ar e já gerava o impacto nas nossas cabeças.<br />
<br />
- Pois imagino. Foi nisso que pensei. Tu és tão pragmático e tens tudo sempre tão em ordem. O que terá acontecido? Quer dizer, eu sei... era aquela data fatídica e tu andas cansado. Mas porque raio te saiu aquela frase e logo com ele ali. Logo quando é ele que está ali no meio e tudo.<br />
<br />
- Se calhar por isso mesmo. Por ter sido ele a provocar-me o assunto. Ele estava imparável num acesso de “moralismo” dos dele em que me culpava de toda a pressão em que eu estava, por não desabafar com ele. Por não ter ido dormir a casa dele...<br />
<br />
- Pois percebo. Mas quando estávamos em Itália aconteceu alguma coisa que eu não tenha dado conta? Porquê isto agora?<br />
<br />
- Não sei... Eu não me ando a reconhecer nos últimos tempos... Não me prevejo ou revejo em nada do que dou comigo a fazer nos últimos dias...<br />
<br />
- Fiquei a pensar sabes? A pensar na vossa história, daquilo que conheço em ti e nas voltas que a vida dá. Não te consigo dizer nada em concreto como seria suposto. Um “vai por aqui ou vai por ali”... Não sei. Seja o que for o importante é voltares a estar bem meu querido. Mas não sei como te ajudar porque eu no teu lugar não saberia como estaria a lidar com tudo.<br />
<br />
- Eu sei, obrigado. Acho que no fundo se calhar ía-me fazer bem uma viagem.<br />
<br />
- Mas vais-te embora?<br />
<br />
- Também tu? Não... não me vou embora. Confesso que me passou pela cabeça, tu conheces-me. Mas não. Estava a pensar só afastar-me uns dias e passear, não sei.<br />
<br />
- Ia-te fazer bem, sim. Porque não voltas a NY?<br />
<br />
- Porque para isso preciso de mais tempo. Estava a pensar numa coisa mais perto, Paris, Londres... sei lá. Uma das nossas cidade de hábitos e memórias. Passear ao sol, comer bem, ficar parado num banco a olhar para as pessoas do velho mundo... por aí.<br />
<br />
- Eu vou agora uns dias para Amesterdão. Não queres vir? Fazia-te bem “voltar a casa”.<br />
<br />
- Não, obrigado. Acho que preciso de outras casas onde não me esbarre constantemente com as minhas histórias daqueles tempos. Mrs. Dalloway convidou-me para ir uns dias para a casa de campo e eu acho que é o que acabo por fazer. Ar puro e o mais incondicional dos amores regado de bons vinhos e reflexões sobre a arte em nós. A Natalie também vai... devo-lhe também a paz depois do que ela me agarrou naquela noite. É uma mulher extraordinária e gosto tanto de a ter comigo. Vivo rodeado de pessoas cuja dimensão é enorme, e é mesmo isso que vou fazer. Vive-las.<br />
<br />
- Pois percebo-te.<br />
<br />
<i>Estivemos à conversa num conforto exactamente igual ao que sentíamos quando tínhamos 18 anos e o tempo era apenas um instrumento a nosso favor durante um dia inteiro. </i><br />
<i>Ele acompanhou-me pela Avenida acima e ao passar pelo banco de jardim senti a tua falta ali.</i><br />
<i>Queria ter-me explicado a ti mas tu não me deixaste. Paralisaste-me o momento para que nada nem coisa nenhuma ganhasse uma forma com a qual não soubéssemos lidar.</i><br />
<i>Mas saberíamos. Como sempre soubemos à nossa maneira.</i><br />
<i><br /></i>
<i>Desapareci depois daquela noite e retomei o meu corpo a meu favor já longe.</i><br />
<i>Fui cuspido pela indiferença e a desvalorização que fincaste sobre o que aquelas palavras fizeram acontecer em mim naquelas horas.</i><br />
<i>Sonhei durante 3 noites com a agonia de te perder e da vertigem de, ao correr para te socorrer, ter sido substituído por outra memoria qualquer.</i><br />
<i>Ouvi-te a ti e a todos. Retomei o espectável comportamento face às necessidades que a ciência tem sobre os nossos corpos e enchi-me de coragem e voltei aquele quarto gélido e às tantas horas de sala de espera.</i><br />
<i><br /></i>
<i>Fui viver uns dias para o campo e sentir o sol com as árvores de fruto. Li revistas antigas e livros de histórias que não me conseguiram embalar. Olhei para o céu de olhos fechados enquanto esperava que o sol me aquecesse a cara e me levasse para uma dimensão onde o silêncio não tivesse lugar.</i><br />
<i>Sonhei com a tua voz a dizer-me que poderia falar e que tinha chegado a hora de, juntos, entendermos o que era aquele lugar estranho onde adormecemos mais quentes.</i><br />
<i><br /></i>
<i>Voltei para Lisboa e ao sentir as primeiras gotas da chuva corri para a rua. Fui passear à chuva por querer ficar encharcado. Voltei e tomei um banho quente. Enviei-te uma mensagem e, no silêncio, imaginei-te feliz. Estavas apaixonado por uma nova história de amor que nada tinha a ver com a outra.</i><br />
<i>Sentei-me ao computador e comprei uma viagem. </i><br />
<i>Tu saberás onde me encontrar.</i><br />
<div>
<br /></div>
<br />...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-83819500383091412362013-05-05T22:25:00.000+03:002014-03-02T00:25:00.778+02:00Líbido<!--[if gte mso 9]><xml>
<o:DocumentProperties>
<o:Template>Normal.dotm</o:Template>
<o:Revision>0</o:Revision>
<o:TotalTime>0</o:TotalTime>
<o:Pages>1</o:Pages>
<o:Words>969</o:Words>
<o:Characters>5526</o:Characters>
<o:Company>blablabla</o:Company>
<o:Lines>46</o:Lines>
<o:Paragraphs>11</o:Paragraphs>
<o:CharactersWithSpaces>6786</o:CharactersWithSpaces>
<o:Version>12.0</o:Version>
</o:DocumentProperties>
<o:OfficeDocumentSettings>
<o:AllowPNG/>
</o:OfficeDocumentSettings>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:WordDocument>
<w:Zoom>0</w:Zoom>
<w:TrackMoves>false</w:TrackMoves>
<w:TrackFormatting/>
<w:PunctuationKerning/>
<w:DrawingGridHorizontalSpacing>18 pt</w:DrawingGridHorizontalSpacing>
<w:DrawingGridVerticalSpacing>18 pt</w:DrawingGridVerticalSpacing>
<w:DisplayHorizontalDrawingGridEvery>0</w:DisplayHorizontalDrawingGridEvery>
<w:DisplayVerticalDrawingGridEvery>0</w:DisplayVerticalDrawingGridEvery>
<w:ValidateAgainstSchemas/>
<w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid>
<w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent>
<w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText>
<w:Compatibility>
<w:BreakWrappedTables/>
<w:DontGrowAutofit/>
<w:DontAutofitConstrainedTables/>
<w:DontVertAlignInTxbx/>
</w:Compatibility>
</w:WordDocument>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" LatentStyleCount="276">
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]-->
<!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Table Normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin:0cm;
mso-para-margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:10.0pt;
font-family:"Times New Roman";
mso-ascii-font-family:Cambria;
mso-hansi-font-family:Cambria;}
</style>
<![endif]-->
<!--StartFragment-->
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigEdLD1ieL7AlvNCd79a4CdlxoSMpH88nipjLx9bF5-xInltGUtlBC7PQa0zdDsuFx5b_tGnRKJgX6bhis9v5MEH0xd6ezLefKXVhuJGfmHNpDqr1fPJ_ziAmA3s_I7oJT9HMxJQ/s1600/tumblr_mu9w3eBUaN1rc8cjvo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigEdLD1ieL7AlvNCd79a4CdlxoSMpH88nipjLx9bF5-xInltGUtlBC7PQa0zdDsuFx5b_tGnRKJgX6bhis9v5MEH0xd6ezLefKXVhuJGfmHNpDqr1fPJ_ziAmA3s_I7oJT9HMxJQ/s1600/tumblr_mu9w3eBUaN1rc8cjvo1_500.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: 12px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: 12px;"> </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O bailado tinha terminado. Cá fora, entre um
cigarro e outro, esperavam-se as estrelas da companhia enquanto as mesmas caras
de sempre se serviam das bandejas igualmente coreografadas.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Cá fora, no jardim, enquanto apreciava o compasso
de espera com o seu cigarro, sente a presença de alguém que se aproximava pelas
suas costas. Aquele perfume era-lhe tão familiar que nem se deu ao trabalho de
contornar o próprio corpo e surpreender aquele que decide dizer:</i><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><br /></i></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Depois não queres que te chame nomes!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Desculpe? Não percebi.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Sempre elegante. E eu sabia que te ía encontrar
aqui.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Curioso, logo eu que não confirmei a minha presença.
Mas calculo que tenha os seus métodos.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Aprendi com os melhores.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Obrigado. Fico contente por saber que contribuí
com alguma coisa então.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Estás lindo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Obrigado. Os ares da cidade também me parecem
que lhe estão a fazer igualmente bem.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Cabrão! Estou a ficar sem espaço nas cuecas!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- É sinal que terá um órgão grande demais...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- E ele insiste!! O dono do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">massive penis</i> aqui és tu! E sabes bem que sim e isso é super sexy!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Sexy? Começo a notar alguma saliva na sua
boca...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Porque te vens para caralho também! És o The
whole package!!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- E isso excita-o, presumo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Agrada-me muito, sim.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Para a próxima espero por encontra-lo então.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Porquê, masturbaste-te antes de eu chegar?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Não. Estava só a ser provocador mas pelos vistos
não fez efeito...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Quem disse?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Eu. Pelo menos questiono-me... Olhando para
baixo não vejo nenhuma nódoa nas suas calças.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- É fácil me recordar do teu tamanho, da força e
do gemido seco que me provocavas, do preenchimento total no meu interior e da
dor altamente excitante que me davas.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Devo sentir-me elogiado portanto...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Estou de pau feito.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Perdoai-me senhor porque pequei.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Sabes bem que não sou do teu tamanho. Tu tens
uma pila para além de bonita, grande mas grande mesmo. Claramente que não sou o
único a dizer-te isto. E aliás, tu sabes.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Ainda estou a recuperar o fôlego, peço desculpa.
Não contava com tamanha euforia na sua boca.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Pois, aconteceu-me o mesmo, quando levei
contigo!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Posto isso, "só se perderam as que caíram
no chão" parece-me. </span></span></div>
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
Ainda se recorda do que disse naquela noite? </span></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- "O que é que estás a fazer, cabrão?" E
sei que me respondeste "Estou-te a comer o cuzinho" Passei-me!!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Portanto será mais apropriado afastar-se agora.
A menos que ainda me queira dizer mais alguma coisa antes.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Que me comeste o cu muito bem e que adorei sentir
os teus colhões a baterem-me nas nádegas a cada investida dentro da minha carne
húmida.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Tome cautela, seja discreto. Mesmo sem baixar o
olhar já percebi que se está a tocar com a imagem que verbalizou... Vou acender
outro cigarro, para lhe dar tempo de se recompor.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- No mesmo sítio onde te devias ter vindo?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Nesse mesmo sítio onde me queria ter vindo na
altura. Quem sabe até para depois assistir ao excesso a cair lentamente numa
linha perfeita que lhe percorria as esferas. O que acha?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Isso depois de te vires no meu cu e de o
enfiares outra vez e te sentires deslizar facilmente por estar cheio do teu
leite que depois de o tirares sim, escorreria para fora numa linha que
lentamente me molhava os colhões porque me estavas a comer numa canzanada
fodida e à bruta.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Precisamente. E como você iria querer provar,
ainda o dirigia à sua boca um pouco. Para sentir o que tinha dentro de si e
pelo seu corpo todo… não era a sua fantasia?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- That's my boy! Os dados estão contigo agora.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Parece-me que quer levar o jogo até ao limite
com esse tom desafiante.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Estou com os colhões tão cheios que tem mesmo de
ser.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Dá um
travo longo no cigarro e da um passo lento sobre o outro corpo. Faz deslizar a
mão até ao seu próprio sexo. Aperta-o como se discretamente o ajeitasse no
interior das calças. Sorri com um ar malicioso e semi-serra os olhos revelando
o prazer ao tocar-se em frente a ele no meio daquela multidão de pessoas à
espera.</i><b><o:p></o:p></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Meu querido, a bola está agora do seu lado.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Cabrão. Essa mão definida pelas veias, o sol que
corta o bronzeado das partes intimas … essas maravilhosamente fortes, másculas
e grandiosas mãos. Uma cabeça rosada e molhada que já me abriu caminho e me
ofereceu sensações de rasgo deliciosas… que caralhão, lindo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tu não prestas. És demoníaco. E sim, estás a
ganhar! Em vários sentidos!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Posso-lhe perguntar o que é que faria com aquilo
que viu agora mesmo se pudesse?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Preciso de libertar a tensão.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Disse tensão?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Disse. Mas queres saber o que faria? Eu digo-te:
Deixava-me estar vestido… chegava ao pé de ti enquanto tirava de dentro das
calças a minha tusa. Ficava frente a ti de pau feito e tu nu igualmente de pau
feito. Beijava-te violentamente enquanto te tocava e apertava a base dos
colhões. Trabalhava os teus mamilos enquanto a minha outra mão passava dos teus
colhões já cheios para a minha tusa. Batia claramente uma. Descia em ti até
sentir o cheiro das tuas virilhas invadir o meu palato e, a olhar para ti,
engolia-te o caralho enquanto pedia para não desviares o teu olhar da minha
boca húmida de tanto te querer dentro da garganta<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">De seguida mamava nesse pau enquanto me masturbava
tanto e com tanta vontade. Pedia que me forçasses a comer-te todo e queria
lacrimejar para comprovar o quão grande és. Fechava os olhos e sentia a tua
púbis no meu rosto e aí, deslizava a minha mão para o meu cu que já sentia
húmido.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Deslizavas num movimento para fora da minha boca e
um fio de intensa saliva unia o teu caralho à minha língua gulosa, e aí pedia
que me desses umas boas chapadas com a mão.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pedia e tu davas. Sem medo. E eu, a sorrir para
ti, ajoelhado na tua frente. A adorar a perspectiva.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Agarrava nos teus colhões e apertava na minha mão
direita enquanto investia na minha boca e me engasgavas a cada vez que me
fodias<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Puxava os teu colhões para baixo para criar tensão
no caralho que, com um deslizar se projectava contra o teu abdómen.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Batia agora uma em ti ao mesmo tempo que passava a
minha mão na minha boca cheia do teu sabor para depois a passar no cu e dizia:
"Agora vais-me comer o cu à bruta e vais-me rebentar todo."<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span lang="PT">- </span><span lang="PT">Pode parar. Acho que já fomos longe demais e já há
pessoas interessadas na nossa conversa.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span lang="PT"><span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span lang="PT">Não vás. Se me movo agora arranco-te o beijo
nesses lábios escarlates.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span lang="PT"><span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><span lang="PT">Chega.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span lang="PT"><span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><span lang="PT">Sempre um senhor. Sempre um cabrão. Preferes
anonimato, não é?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span lang="PT">- P</span><span lang="PT">refiro vir-me.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span lang="PT"><span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><span lang="PT">Então vamos embora daqui. Vamos para longe destas
pessoas.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Por
isso é que gosto de igrejas. Geralmente por lá as pessoas estão tão
concentradas nas suas orações que não reparam no que se possa passar à sua
volta.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>-
Cabrão. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Tenha uma boa noite. Vou andando para casa e, já
agora, dê os meus parabéns ao seu namorado. Foi brilhante como sempre e decerto
que será mais um sucesso de bilheteira.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<!--EndFragment-->...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-40317903601643241272013-05-01T21:58:00.001+03:002014-03-02T00:25:54.194+02:00Blood<br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Tudo o que sabemos somos nós próprios encontra-se numa ampulheta de vidro, à distância de um movimento em que nos deixamos surpreender. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></b>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcPrwiOfyW5BxXDkk44SuBf_uLXuuwqmrvrBxGtQsdy2S_Gdp_55_pUBttjE5LAmmFnLRNW-Br9kP5b75yAjQGEMRYAtfxa6Nntak0sYi6tGs9jk8oV1cRH6dJmEy4giXWU4FNWA/s1600/tumblr_miw9lhnY8q1qhot4do1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcPrwiOfyW5BxXDkk44SuBf_uLXuuwqmrvrBxGtQsdy2S_Gdp_55_pUBttjE5LAmmFnLRNW-Br9kP5b75yAjQGEMRYAtfxa6Nntak0sYi6tGs9jk8oV1cRH6dJmEy4giXWU4FNWA/s400/tumblr_miw9lhnY8q1qhot4do1_1280.jpg" height="400" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: #666666; font-size: xx-small;">PHOTO BY <a href="http://www.flickr.com/photos/daphneoudegeerdinkphotography/8502565365/">DAPHNE O.G (source)</a> | <a href="http://hope-inmadness.tumblr.com/">tumblr</a></span></b></div>
<br />
Naquela noite, entre a massa cujas as caras reconhecia de tantas histórias, dei contigo em presença no meu corpo. Passou alguém com o teu cheiro que activou nos meus sentidos o calor do acordar ao teu lado.<br />
<br />
Sentei-me num sofá rodeado de amigos que discutiam as diferenças entre a arte nos nosso dias, e as massas que visitam a exposição da Joana Vasconcelos.<br />
Não me chateia nada, antes pelo contrário, que seja assim. Uns são os pseudo-eleitos eleitos pelo grupo minúsculo de “artistas” conceptuais, que escolheram uma contra corrente que se irá sempre debruçar sobre estados depressivos. Outros podem ser os eleitos pelas massas que, com todo o mérito, encontraram uma linguagem que comunica uma mensagem que e chega de forma eficaz às ditas multidões. E então? Não há espaço para todos? Lembro-me de há uns 12 anos atrás discutir isso mesmo com uma professora de história de arte, e impor-me numa posição democrática da arte e do real valor do artista enquanto comunicador. Venci a batalha naquela tarde. Mas não venci a guerra 12 anos depois naquele sofá.<br />
<br />
Ao abstrair-me da conversa levantei-me e mergulhei na pista do Purex. Os corpos fundiam-se com o meu e as pessoas dançavam sedutoramente sem qualquer objectivo para alem do serem felizes no ali mesmo, no agora.<br />
<br />
Semi-serrei os olhos e senti a força de uma vida que ainda me corria nas veias, e as células de memórias que davam consistência ao meu sangue. Estavas-me por toda a parte. Como se tudo tivesse sido desenhado para convergir naquela sala, naquele momento.<br />
<br />
Aquilo era a arte em mim, que substituía a saudade que tinha de materializa-la pelos meus dedos. Aquilo era eu, sem tirar nem por. O prazer alucinado do sabor que as histórias me deixaram, o perfume carnal que evaporava da minha pele, o sabor do gin que me lambia os lábios e o orgasmo da felicidade de ter vivido tudo aquilo numa só vida.<br />
<br />
Um dia, em minha casa, disseste-me: “<i>se morresses amanhã serias uma daquelas pessoas que toda a gente recordaria como alguém que viveu bem, que teve uma vida cheia, e isso já ninguém te pode tirar.</i>”<br />
<br />
Ainda te amo, como irei amar para sempre, e no sempre viverá a forma como amo incondicionalmente todas as pessoas que amo ou amarei. Mas agora vou ter que ir ali ao lado, vou só ali para ser feliz....http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-19359017027217456682013-03-05T01:41:00.003+02:002014-03-02T00:26:54.590+02:00Onze da noite<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-F0SUQTbT7oRfLAnd-_q5zBljKj9f3b_bWG7_AbPrXb7NbjGp_qjXCrHFzuCEWznmohyhHvjE0-3v4HUu3R_pV9hm8QtiVSXPFi3MQ_b7tasmNZx6aGYu0L_vDs0xdUbsTSrRIg/s1600/tumblr_mcm9nlh4uv1qz4d4bo1_500.jpg" /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Ainda bem que vieste. Queres beber alguma coisa?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Olá. Sim, o que e que estás a beber?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Ginger ale.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"> <i> - Um copo de vinho tinto por favor...</i></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Está muito fumo aqui?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Tens um isqueiro?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Eu não fumo... e já vi que tu ainda não deixaste.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Queres?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Não obrigado.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Então diz-me lá ao que se deve a honra e o privilégio deste convite?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Não sejas irónico. Na verdade achei que não virias.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Vivo aquí em cima, não me custa nada. E além do mais sempre gostei de um bom copo contigo.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Sim, eu sei, mas como passou tanto tempo...</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- O tempo é aquilo que fazemos dele e tu deves ter alguma coisa para me contar, ou estou errado?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Bem, nada que não te tenha dito na outra noite. Mas achei simpático convidar-te. Saber o que tens feito. Afinal de contas naquela noite só falei de mim.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- E isso não era uma intenção? Parecias bastante concentrado na tarefa.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Não sejas assim... Sei lá, vi-te ali e não estava à espera e decidi falar um pouco. Afinal de contas tanta coisa mudou?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Ai sim? e o quê para além do facto de eu, segundo as tuas palavras, estar "mais bonito", e da tua relação ter terminado.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Meti-me a jeito, já percebi. E tu não irias resistir, claro está.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- É... sempre tive uma cadência pelo irresistível como sabes.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Estás a falar de mim?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Não te iludas meu caro, estava mesmo a falar de mim. Terá sido por não me resistir a mim mesmo que aceitei o teu convite.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Ok, eu mereço.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Não te condenes tanto que esse é um falso encanto já descodificado em ti.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Elah... agora sinto que levei um estalo.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Desculpa. Não era minha intenção magoar-te.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Também não tanto...</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Acredita que se fosse intencional darias conta.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"> <i> - Obrigado. Quando puder traga-me um cinzeiro por favor.</i></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Estavas a dizer... Ah, estava eu a dizer-te que darias conta não era? Deixa lá isso... Conta-me lá o que querias.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Nada em especial. Como te disse só queria estar um pouco e saber de ti.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Eu estou bem. Ainda vivo ali em cima, ainda trabalho no mesmo sítio. Ando muito dedicado a uns projectos interessantes. Tenho passeado e revisitado amigos. Tudo normal.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Sim, o Nuno disse-me que te encontrou no aeroporto. Que estavas a chegar de algum lado quando ele foi para Barcelona.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- É mesmo. Ainda estive um pouco à conversa com ele, que estava todo excitado com os seus sapatos novos e ía ter com não sei quem a Barcelona.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Sim, ele anda bem disposto. Apaixonado até eu diria.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Fico contente. Ele é um bom rapaz. Gosto dele.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><i> - Vai desejar mais alguma coisa?</i><i> - Não obrigado.</i><i> - Ontem a sua amiga deixou aqui o casaco. Guardei-o ali.</i><i> - Obrigado, eu posso leva-lo quando sair então. Muito obrigado.</i><i> - De nada. Depois é só dizer-me quando pretender sair.</i><i> - Obrigado.</i></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Continuas um habitué já vi...</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Sim, ainda moro ali em cima e sim, estive cá ontem à noite com uma amiga.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- E tu? Apaixonado? Quero saber, nunca me contas essas coisas.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Eu estou bem, não me posso queixar.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- E tem nome?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Já me desapaixonei.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Quando?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Agora mesmo.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Mas como se chama ou chamava.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Tarde demais. Já não vale a pena referir.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Bem... que misterioso. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Apenas encantador. Só agora te dás conta disso?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Estiveste bem agora. E com esse sorriso matreiro... Eu não te compreendo. Deixas-me sempre na dúvida.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Quando assim for basta perguntares que eu respondo. Tens é que perguntar o que realmente queres saber. De outra forma estarás a tentar iludir-me. E a tentativas de ilusão gosto de responder com ilusionismo.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">O que é que realmente queres saber? Se é verdade que "quando te deitas com crianças acordas mijado"? Sim. Eu já te tinha dito. E a esta hora tu próprio já o terás confirmado, a contar com a imagem que tive naquela noite. Sim. É verdade. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Queres saber se eu ainda te acho interessante, não é? Sim, eventualmente, não sei, não voltei a pensar nisso e desde aquela época que, honestamente, o mais provável é teres perdido o encanto que tinhas. Pelo menos para mim. Mas não sei. Teria que acontecer alguma coisa. Uma coisa é certa, jamais o meu ouvido volta a ser penico e muito menos o meu sofá um divã.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Auch! essa doeu.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Sabes bem que foi verdade. Não te armes em maricas agora. Até porque nem te assenta e rapidamente, no exercício da vaidade em ti, se te colocares nessa posição, tu próprio o rejeitarás.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Eu não sou tão ego-cêntrico como tu me pintas.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Foste fraco. Ou melhor... preguiçoso.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Mas naquela altéra eu fui sempre honeste contigo.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Foste conveniente. Para ti. Nunca para mim. Não te iludas.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Não gosto que penses assim.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- E não penso. Pensava. Pensei. Agora, confesso, é-me indiferente.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"> - Pode trazer-me o casaco e a conta por favor?</span></i><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Mas vais-te embora?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Não, ainda aqui estou. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Ok, já percebi. Desculpa ter tentado.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Não sejas parvo. Não me querias mostrar a tua casa agora que está apresentável? Não foi para isso que tiveste tomates para vir até aqui ao cimo da rua?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Não pensei nisso. Mas, se quiseres ver... Bem, está desarrumada.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Então não vou.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Nao. Vamos, claro.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Ok</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"> - Obrigado. Até amanhã.</span></i><br />
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></i>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Eu juro que não te percebo. Ainda agora estávamos ali sentado, fumaste um cigarro e nem acabaste o vinho.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Va, anda.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- O que estás a fazer?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">- Va, aproveita. Afinal de contas estou a fazer "qualquer coisa" para te poder dar um resposta. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-41816828111347430312012-10-17T21:24:00.001+03:002014-03-02T00:25:23.587+02:00O fio dos dias.<!--[if gte mso 9]><xml>
<o:DocumentProperties>
<o:Template>Normal.dotm</o:Template>
<o:Revision>0</o:Revision>
<o:TotalTime>0</o:TotalTime>
<o:Pages>1</o:Pages>
<o:Words>101</o:Words>
<o:Characters>580</o:Characters>
<o:Company>blablabla</o:Company>
<o:Lines>4</o:Lines>
<o:Paragraphs>1</o:Paragraphs>
<o:CharactersWithSpaces>712</o:CharactersWithSpaces>
<o:Version>12.0</o:Version>
</o:DocumentProperties>
<o:OfficeDocumentSettings>
<o:AllowPNG/>
</o:OfficeDocumentSettings>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:WordDocument>
<w:Zoom>0</w:Zoom>
<w:TrackMoves>false</w:TrackMoves>
<w:TrackFormatting/>
<w:PunctuationKerning/>
<w:DrawingGridHorizontalSpacing>18 pt</w:DrawingGridHorizontalSpacing>
<w:DrawingGridVerticalSpacing>18 pt</w:DrawingGridVerticalSpacing>
<w:DisplayHorizontalDrawingGridEvery>0</w:DisplayHorizontalDrawingGridEvery>
<w:DisplayVerticalDrawingGridEvery>0</w:DisplayVerticalDrawingGridEvery>
<w:ValidateAgainstSchemas/>
<w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid>
<w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent>
<w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText>
<w:Compatibility>
<w:BreakWrappedTables/>
<w:DontGrowAutofit/>
<w:DontAutofitConstrainedTables/>
<w:DontVertAlignInTxbx/>
</w:Compatibility>
</w:WordDocument>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" LatentStyleCount="276">
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]-->
<!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Table Normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin-top:0cm;
mso-para-margin-right:0cm;
mso-para-margin-bottom:10.0pt;
mso-para-margin-left:0cm;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:12.0pt;
font-family:"Times New Roman";
mso-ascii-font-family:Cambria;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:"Times New Roman";
mso-fareast-theme-font:minor-fareast;
mso-hansi-font-family:Cambria;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;}
</style>
<![endif]-->
<!--StartFragment-->
<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">“E assim
prosseguimos com as nossas vidas, cada um para o seu lado. Por mais profunda e
fatal que seja a perda, por mais importante que seja aquilo que a vida nos roubou
– arrebatando-o das nossas mãos -, e ainda que nos tenhamos convertido em pessoas
completamente diferentes, conservando apenas a mesma fina camada exterior de
pele, apesar de tudo isso continuamos a viver as nossas vidas, assim, em silêncio,
estendendo a mão para chegar ao fio dos dias que nos coube em sorte, para logo
o deixarmos irremediavelmente para trás. Repetindo, muitas vezes, de forma particularmente
hábil, o trabalho de todos os dias, deixando na nossa esteira um sentimento de
um incomensurável vazio.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><b><i>Haruki Murakami</i></b><o:p></o:p></span></div>
<!--EndFragment-->...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-73274547015719235952012-07-27T02:32:00.001+03:002014-03-02T00:27:09.302+02:00HOMENS DE CAMPER com BIGODE EGOBUST<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoPGeha9WtRwDWHIJvFYvt_p5VzgBAQYpUG8s1lai8G8J23dVtVb5SC8Gq6JvoecndXzjbmld2ztRlcvz3A9l5jYtuOYmF-dhPsQwlmoz9YkzMzUYIdNb63yknSc_PPFNBOQ38Pw/s1600/Moustache.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoPGeha9WtRwDWHIJvFYvt_p5VzgBAQYpUG8s1lai8G8J23dVtVb5SC8Gq6JvoecndXzjbmld2ztRlcvz3A9l5jYtuOYmF-dhPsQwlmoz9YkzMzUYIdNb63yknSc_PPFNBOQ38Pw/s1600/Moustache.png" /></a></div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Sempre desconfiei de homens cosmopolitas que usam camper. </span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Mas no melhor dos sentidos. Apesar de o mundo ser contra os determinados códigos de conforto numa suposta bolha social em que o estilo é entendido como palavra de ordem, eu não poderia ser mais a favor.<br />Há qualquer coisa de promissor quando a presunção intelecto-cultural é projectada sob forma de manifesto naquilo que calçam. A velocidade e contradição que vai do topo da cabeça aos pés. Ou a coerência. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />É no mínimo interessante aquele ar <u><i>negligé</i> </u></span><u><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;"><i>meets</i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> campus natura </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">meets</span></i></span></u><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><u> bibliotecas</u> e outros locais de eremitas. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">A denúncia dos seus gostos sob forma de galhardete discreto de um estilo de vida que querem para si.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />São as saborosas contradições do ser humano, que grita por uma liberdade intelectual enquanto se veste com um cartaz que em nada difere dos outros que queima, senão apenas na cor.<br />Enfim, mas isso seriam outros debates. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />O que me trouxe aqui foi o bigode. A forma e a cor do bigode que aquela criatura atrapalhada com a sua própria lógica tinha.<br />Ou seria a boca. O timbre. A dicção. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />Recordo-me do improvável mais absurdo de todos, que foi o momento em que o conheci. Estávamos entre campas e jazigos e o momento não poderia ser mais estúpido. Eu tinha sido cuspido para aquele lugar sem me dar bem conta como. Lembro-me vagamente da brutalidade daquele dia e da forma como nada fazia qualquer sentido. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />De repente o burguês, o infame mortal que sempre quis mais do que na verdade lhe pertencia, anuncia alguém que queria apresentar. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />Fê-lo da invariável forma protocolar e pseudo-aristocrática, que me faz sempre revirar os olhos e não esperar menos que nada do outro lado.<br />E de repente fiquei sem reacção.<br />O timbre. A dicção. Os olhos. A ilógica conjugação do anonimato e a presença de espírito. A boca. A eloquência. Os olhos rasgados. As mãos correctas. A altura exacta. E a segurança que defendia uma ferida qualquer. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />Em 3 segundos levitei para uma dimensão qualquer em que o animal em mim esvaziou aquele espaço comum, e nos criou um planeta onde somente habitávamos nós os dois.<br /><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Não me lembro de ouvir qualquer outro ruído para além dos que ele podia emitir. </span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />E de repente a culpa. A moral. Essa velha filha da mãe que volta e meia me recorda que nasci parido de outro matrimónio, que não aquele onde a culpa e a moral se associam a tudo.<br />Como é que num funeral de um amigo eu poderia cometer a indecência de abandonar tudo por segundos, e perder-me de fascínio por um estranho que até então só partilhava comigo a perda?<br />Que indecente. Que imoral. Que espontâneo, que natural. E rapidamente me resolvi a pensar que a pessoa desaparecida estaria a achar a mesma graça que eu a toda a situação. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Referiu que já me conhecia de vista há muito tempo, mas que compreendia perfeitamente que o seu rosto nada me dissesse. Afinal de contas "<i>sou um rapaz que ninguém nota</i>", disse ele claramente a gozar com a minha cara. Aquele <i>piquinho</i> a engraçado/presunçoso foi o ingrediente que faltava para lhe reconhecer uma das melhores qualidades nas pessoas - a ironia.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />Uns tempos mais tarde, e ao que percebi tarde demais, sentei-me com a criatura nas muralhas da Sé.<br />É então que reparo no bigode. Já meio queimado nas pontas. Nas pontas que penteava discretamente à <i>la Salvador</i>, como que lembrete para si próprio do seu poder de sedução e segurança no momento.<br />Mas estava confortavelmente descontrolado. Falou e quebrou diversos códigos de protocolo entre estranhos. Depois, ao despedir-se foi tosco e transmitiu uma estranha incerteza no que estava a fazer. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Seria fácil imaginar que se tratava de um ser bizarro, mas isso seria só fácil.</span> </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Seria recorrente atribuir-lhe um mistério qualquer que validasse ao meu imaginário a vontade de o levar para algum lado longínquo, conhece-lo melhor. Mas isso seria só mais um dos muitos mecanismos recorrentes da forma como gosto de ler partituras. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />Depois veio o momento Rua Garrett. O inusitado momento em que durante o dia me passeava para comprar uma camisola de seda para uma amiga, que ia visitar no dia seguinte, e sou surpreendido com um grito em meu nome.<br />Era ele novamente. A correr. Como de todas as vezes fez questão de me mostrar que vivia. Passava-se alguma coisa com a exposição e tinha que resolver tudo rapidamente. Falámos em andamento, literalmente. Até que parei em frente à loja e disse-lhe com um sorriso sincero: <i>Eu fico aqui</i>.<br />E ele, mais uma vez de uma forma atrapalhada, lá se despediu em <i>fade out</i> pela rua a fora. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />Vieram-me à cabeça as mãos dele, que dançavam com o copo de <i>ginger ale</i> sobre a mesa. A forma como me inquiria abruptamente. Como se despejasse o seu cansaço em mim e, nalguns momentos, fosse sua intenção tornar aquele momento num exercício técnico vulgar. Fez-me falar de coisas que não falo facilmente num formato social. Deixei-me ir pelo desafio em mim mesmo. Até onde poderia eu ir nas respostas às suas perguntas demasiado frontais. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">E depois, isso não batia certo. Se eu não estaria de todo na mira, porquê chamar-me na via pública, numa rua onde facilmente me conseguiria evitar sem eu dar conta? </span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />Tratava-se de um clássico discreto em que, por alguma razão, optara por me manter “ao largo” mas não totalmente excluído? E eu estranhamente permiti. Até porque de uma forma qualquer, e essa sim bizarra, tinha em mente que ainda iria acontecer qualquer coisa. Sem qualquer ansiedade ou outro sentimento acelerado. Mas em mim havia qualquer coisa que me dizia que era eu, o outro, que um dia ele terá chamado secretamente para a sua vida. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />O que iria lá fazer eu não sei, mas apetece-me descobrir. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-81231474462698229962012-06-05T02:32:00.004+03:002012-06-05T02:32:53.051+03:00Melancholia<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJb4pRz1jxWyzD7iAuaP7gwjvD347fiA-Pj3COihDkaKA1Ikg5VMqfaWu1kl7D3wLDrYmd7ggO2tr0-l4b4jeGU8BttQmbJrDPrmaZfEn260PcWtxIuq_gkbLmDF3xd-YoJYMlJw/s1600/kirsten_dunst_in_melancholia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJb4pRz1jxWyzD7iAuaP7gwjvD347fiA-Pj3COihDkaKA1Ikg5VMqfaWu1kl7D3wLDrYmd7ggO2tr0-l4b4jeGU8BttQmbJrDPrmaZfEn260PcWtxIuq_gkbLmDF3xd-YoJYMlJw/s640/kirsten_dunst_in_melancholia.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
"- <i>Para mim existe claramente um T. antes e outro depois do Melancholia. Posso ter 80 anos ao rever o filme, e irei sempre lembrar-me de ti. Naquela noite tudo mudou. Tu nunca mais foste o mesmo.</i>"</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>D.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/wzD0U841LRM" width="560"></iframe></div>...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-34886469731040509842012-05-28T01:08:00.000+03:002012-06-05T02:34:02.035+03:00Smoking Crash<br />
<h4>
Às vezes tinha a sensação que vivera toda a vida em aeroportos. Conhecia os recantos de tantos quanto os das casas onde fiz vidas cruzarem-se com a minha.<br />Não entendo a beleza como a entendi. A negação do âmago e da alegria num corpo só, é de uma monstruosidade estética que não consigo aceitar de que possa fazer parte algum dia. </h4>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX5Htw9oap4GP4Q_rL0H-RwHu6HhUsrV1pWO1jquGNsxhlEXSc_joKEIXYvutBueKjqbQRihRZwoRENNkFJyQTMjTBp4lAzTuK7nICpUhquPL0h5Lt4gVdcI5uwOAbW9ZkstgtIQ/s1600/marilyn+monroe+smoke.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="271" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX5Htw9oap4GP4Q_rL0H-RwHu6HhUsrV1pWO1jquGNsxhlEXSc_joKEIXYvutBueKjqbQRihRZwoRENNkFJyQTMjTBp4lAzTuK7nICpUhquPL0h5Lt4gVdcI5uwOAbW9ZkstgtIQ/s400/marilyn+monroe+smoke.jpg" width="400" /></a></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
O medo é uma variante da corrente sanguínea que nos diminui para nos podermos superar em nós mesmos. Com o estalar dos ossos e o esticar da pele, num arrepio de vertigem que nos traz o calor do sangue que ainda nos corre pelas veias, e finalmente sentimos a tão aclamada liberdade. Mas não. Não somos efetivamente todos iguais.<br />
<br />
Seria um aparente dia normal. Daqueles que por nos parecerem tão normais nos alertam para uma possível catástrofe. Daqueles cujo equilíbrio não tem qualquer melodia ou cheiro. Daqueles estranhamente vazios.<br />
Mas não. Efetivamente não se veio a revelar um dia normal.<br />
<br />
Estava parado no topo de uma das colinas da cidade quando o sol e o silêncio me rasgaram a mente e as vozes inconfundíveis de outrora se fizeram ecoar.<br />
Virei-me e não vi ninguém. Estava ali a sós. Completamente a sós.<br />
O silêncio e o calor na pele não me conseguiram agarrar à terra, e no piscar de olhos que evitei, dei um passo em direção ao vazio.<br />
<br />
Poderia ter regressado à pintura. Poderia ter regressado à fotografia e ao desenho, onde o poder da cor transformou durante anos a minha realidade. Mas as mãos estavam imóveis e o olfato sem cor.<br />
Desde aquela noite em que nos vestimos de preto, e usámos as melhores manobras para cumprir todas as expectativas de uma imagem, que não consigo entender o que aconteceu.<br />
<br />
Lembro-me de entrar no carro negro e incorporar a personagem com sorrisos e galanteios. Lembro-me do perfume da vaidade que naquela noite não havia meio de me assentar sobre a pele, nem mesmo quando atravessei a passadeira vermelha.<br />
<br />
Os flashes e aqueles projetores violaram-me a mente. A cada disparo, mesmo já não sendo para mim, sentia o reerguer da personagem em mim.<br />
Recordo-me da arrogância de um agente que ferozmente garantia o tempo de antena a mais uma desgraçada que mal respirava no vestido que a obrigaram a vestir.<br />
Tudo aquilo, naquela noite, já não era mais o meu mundo. Havia qualquer coisa ali de repetição e desespero que me elevavam a rejeição no estômago.<br />
<br />
Entrei e pensei que não te tinha visto chegar. Quando me sentei avistei-te do meu lado esquerdo.<br />
Olhei para o telefone e pensei no quão estranho estava a ser a demora de uma resposta à carta que tinha escrito a nu, àquele outro que cada vez mais parecia não ser quem eu esperava fosse.<br />
Voltei a olhar para ti e elogiei a tua amiga. Estava elegantíssima.<br />
Tu nem reparaste na minha presença nem por um segundo.<br />
De repente viras-te para trás e eu consigo perceber a insólita roupagem que trazias. Não parecias tu. Parecias outro que outrora criticavas sobre a personagem em mim.<br />
<br />
A princípio rejeitei a ideia. Não sei se por ciúme ou por pura precaução.<br />
Os pensamentos começaram-me a assombrar de tal forma que ao primeiro intervalo abandonei a sala e vim para a rua.<br />
Chamei o meu carro e sem hesitar afastei-me do daquela noite ali.<br />
<br />
No caminho para casa toca o telefone e era o Louis.<br />
<i>- Acabo de chegar a Lisboa e, no aeroporto, cruzei-me com o Ulliel que estava embarcar para Miami.</i><br />
<i>- Desculpa? </i><br />
<i>- Sim, não sabia que ia voltar e ele estava estranho e mal me falou. Como se fugisse de alguém ou de alguma coisa. </i><br />
<br />
Conheci-o há dois anos numa miragem do<i> Quartier des Enfants Rouges</i>. Mais propriamente numa festa em casa de um desses novos cineastas com a mania que era alternativo mas que na verdade não passava de mais um menino do papá.<br />
Era uma casa fabulosa no <i>3e arrondissement</i>, que parecia tirada de uma imagem do final do século das lutas pela liberdade entre burgueses abastados mas negligentes pelo apelo a uma cultura maior. Os pais tinham viajado para Lisboa e ele achou que a casa precisava de uma vida lasciva qualquer.<br />
Lembro-me dele a um canto na sala mas perfeitamente intrujado. Não me parecia acompanhado e tive a certeza quando me fitou o olhar.<br />
<br />
Naquela noite falámos até amanhecer e eu, como tinha acabado de regressar de Biarritz e decidido mudar de bairro durante as ferias, achei que aquele seria o bairro perfeito. Ele, por sua vez, estava igualmente a viver um divórcio complicado e tinha acabo de chegar a Paris onde procurava um refúgio naquela cidade por tempo indefinido. Levou-me a ver um espetáculo do <i>Alain Platel</i> onde o mundo fazia o mesmo sentido para ambos.<br />
Vivi com ele 7 meses naquele bairro até que um dia, ao regressar de Nova Iorque, cheguei a casa e ele tinha apenas deixado um bilhete.<br />
<br />
Um ano depois encontrei-o em Lisboa, no Lux, e ao fugir por entre a multidão mandou-me uma mensagem que só dizia: Desculpa.<br />
Soube por entre amigos que tinha tido uma recaída e que tinha viajado para fugir a um amor pérfido ao qual sucumbia como a morte. Mas até hoje não consegui entender ao certo o que aconteceu.<br />
<br />
<i>- Eu também não sabia. Aliás, o estranho é que ainda ontem falei com ele ao telefone e tínhamos combinado jantar amanhã. Não percebo. </i><br />
<i>- Pois, que estranho… Mas olha, vou deixar as coisas a casa da Isabelle e posso ir ter contigo se quiseres. </i><br />
<i>- Claro, eu estou a caminho de casa também. Dá-me uns 20 minutos e encontramo-nos lá. </i><br />
<br />
No caminho a imagem que tinha de ti ia ficando mais confusa. Que sentido fazia tudo aquilo afinal?<br />
Se por um lado rejeitava aprofundar por receio de dramatizar, por outro trazia um estranho amargo de boca que não me permitia abandonar as conclusões.<br />
<br />
Recebo uma mensagem no telefone.<br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">“Onde estás? Perdi-te de vista e já não me consegui sentar ao teu lado. Temos que falar porque preciso de te contar o que ouvi.” </span><br />
<br />
O meu estômago deu a volta e pressenti que era sobre ti. Respondi que me tinha sentido indisposto e estava de regresso a casa, desfazendo-me em desculpas e evitando a pergunta.<br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">“Que grande merda! Mas estás bem? Falamos amanhã então.” </span><br />
<br />
Estava já a chegar à Avenida da Liberdade quando liguei à Mrs. Dalloway a contar-lhe o estranho de tudo aquilo.<br />
<br />
<i>- Tens a certeza? Que estranho… Não percebo</i> – disse ela.<br />
<i>- Não te sei explicar, é um feeling. E cheguei a enviar-lhe uma mensagem mas ainda não respondeu. Mas também pode ter o telefone sem som para não interferir com o espetáculo, não sei. </i><br />
<i>- Desde o funeral que sinto que não andas bem e que não seria má ideia tirares uns dias e vires ter comigo. </i><br />
<i>- Minha querida talvez tenhas razão mas não sei se consigo tirar uns dias agora. </i><br />
<i>- Vem, faz-te falta. E é verdade, o outro disse-te alguma coisa? </i><br />
<i>- Nada. Quer dizer ligou-me e disse-me que deveria escrever um livro, achas normal? </i><br />
<i>- O quê? Mas antes ou depois de ler a carta. Não percebi, não lhe perguntei porque me sinto tão envergonhado com aquilo. Mas pelo contexto ele referiu que tinha estado a ler artigos antigos que publiquei na velha época. </i><br />
<i>- Que medo! Isso não pode trazer coisa boa? </i><br />
<i>- Pois não sei, mas incomoda-me ter-me exposto tanto e no fim sentir que não há uma palavra do lado de lá, sabes? </i><br />
<i>- Claro, percebo-te perfeitamente mas isso também é bom. Assim ele só prova o como funciona aquela cabeça. </i><br />
<i>- Pois… </i><br />
<i>- Onde está? </i><br />
<i>- Estou já na Avenida da Liberdade a caminho de casa. O Louis vai lá ter. Chegou à pouco a Lisboa e sabes que não dorme sem um copo de vinho e um relatório da cidade na sua ausência. </i><br />
<i>- Ai que bom. Então vou-lhe mandar uma mensagem para ele te convencer a vir ter comigo a Versailles. E não aceito um não. </i><br />
<i>- Vou tentar. Na verdade acho que nada me faria melhor agora nestes dias. </i><br />
<i>- Então vá, ligo-te amanhã. </i><br />
<i>- Beijo </i><br />
<br />
Lembro-me de desligar o telefone e estender a cabeça sobre a janela e estar a ver o céu por entre as copas das árvores. De me recordar das gargalhadas que dávamos com as nossas diferenças quando ainda vivíamos em <i>Faubourg Saint-Denis</i>. Daquela noite lembro-me ainda de fechar os olhos e sentir o cheiro forte do teu perfume verde que se entranhava na minha roupa e na minha pele e viajava comigo por onde quer que fosse.<br />
<br />
Depois só me lembro de uma súbita travagem em grito e de um embate ensurdecedor. À memória recorro ainda hoje às luzes das sirenes da ambulância, que rasgavam o carro enquanto eu, imóvel, apreciava o silêncio absoluto da sua dança no teto.<br />
<br />
Uma semana depois trouxeram-me uma revista social. A imagem. Lá estava a imagem em que anunciavas em surdina a companhia que escolheras para me substituir.<br />
<br />
Fiz as malas para ir ter com ela. Efetivamente parecia-me já nada poder fazer aqui, e o descanso era agora imposto pelos especialistas da matéria.<br />
<br />
Mas ainda assim ao fazer as malas perguntava-me que sentido teria aquilo tudo e sobretudo, até onde é que me posso ter enganado tanto em relação a ti.<br />
<br />
Já no aeroporto comprei um jornal das artes. Li que vais lançar o teu novo projeto em breve. Soou-me tão estranho não estar por perto, soou-me tão mal tão pouco saber.<br />
<br />
Sentei-me no aeroporto à espera da minha vez. Liguei-te duas vezes e não me atendeste, não me devolveste a chamada nem me enviaste uma mensagem.<br />
Num resumo forçado espantei-me com a leviandade que com que desapareces.<br />
<br />
Sentei-me e fechei os olhos até os segundo virarem minutos, e os minutos cumprirem as horas que me iriam arrancar dali.<br />
<div>
<br /></div>...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-83967051482332304572012-05-28T00:55:00.000+03:002014-03-02T00:27:33.060+02:00A carta que não teve resposta.<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;">"A morte em duplicado num dia faz-nos parar e respirar fundo. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;">No fôlego fica preso o todo o ar que resta depois da notícia. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;">No estômago fica a vertigem do medo e de tudo o que não dissemos. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;">Hoje morreram duas pessoas que conheci. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;">Uma era o talento e a alma da beleza na ponta dos dedos, a outra era a crença e o sentido de humor que enchia uma sala e nos lembrava a importância de viver feliz.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;">No medo mundano da possibilidade de nos acontecer, não posso deixar de dizer com medo de olhar para trás e nunca o ter dito. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;">Amo-te. Estou em tratamento. Estou a tentar seguir em frente sem ti porque te amo. Se ontem a possibilidade de viver uma nova vida numa casa de praia às escondidas me atordoou, não foi por não te amar. Foi pelo medo de ir e viver aqueles dias secretos de forma igual aos da cidade. Em camas separadas. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;">Estou em tratamento. Fiquei sem alpendre e a chave na minha mão já não abre a porta da casa. Sem abrigo a correr atrás de um barco que começou a andar à margem do porto. Tento não olhar para trás mas ficará para sempre “e se”. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;">A vertigem, o medo, a morte. Que tento evitar com a defesa pelos bons momentos apenas, pelas palavras leves e os livros otimistas. Pelo amor em mim, de um mundo, para um mundo. Pela vida. "</span><br />
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; font-size: xx-small;"><br /></span>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/BLSPFO4Imvw" width="420"></iframe>...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-53094064622735884362012-04-15T22:33:00.003+03:002012-04-15T23:00:40.663+03:00Domingo do Até (Mais)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjnj_k9jO_iqe9rNNTQ13hLg6P507H22N66xlQCb9c0y9qtTWXJ0C19E3nmC3ZZpatev3yZ5eH_CjP04ndUMIhb4bM7GUOuSAl4l2kAzgJqaubEh4GE2oYNJPNjqgTwUUgRWMSNA/s1600/domingo+porta+1.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjnj_k9jO_iqe9rNNTQ13hLg6P507H22N66xlQCb9c0y9qtTWXJ0C19E3nmC3ZZpatev3yZ5eH_CjP04ndUMIhb4bM7GUOuSAl4l2kAzgJqaubEh4GE2oYNJPNjqgTwUUgRWMSNA/s400/domingo+porta+1.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5731719885933458754" /></a><br /><span class="Apple-style-span" style="font-family:'courier new';font-size:85%;">Estava sentado na bancada da cozinha a preparar aquele que seria o seu primeiro almoço da estação nova. Ao passar a faca pela manga de cores saturadas viu no reflexo o sol que o encadeava.<br /><br />Contornou o seu corpo com o olhar e reparar no arco-íris que se projectava no chão e que rasgava a porta branca já velha de tantas passagens. Parecia uma visita inesperada que chegava em silêncio numa tentativa discreta de o surpreender.</span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'courier new';font-size:85%;"><br />Pousou a faca e deixou-se levar pela curiosidade infantil, fingindo para si mesmo que iria descobrir outra terra, onde os nenúfares do modernismo dançariam consigo uma coreografia lenta pautada por Erik Satie. Prolongou-se pela divisão ocupando-a ao som imaginário da primeira composição lenta de <i>Gnossiennes</i>.<br /><br />O corpo fundia-se com a luz e o chão com o som. O xadrez preto alternava os níveis com os quadrados brancos daquela pista, e o seu corpo em espirais lentas, vislumbrava formas e cores que o acompanhavam naquele semicerrar de olhos e sorrisos circenses.<br />Via-se dançar com a Virgínia e a Florbela, e mesmo ao fundo do corredor sentia a cumplicidade do Óscar que, sentado com o seu ar cansado, afirmava o consentimento e glória à dança livre num centro de uma cozinha qualquer.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'courier new';font-size:85%;"><br />Se o Darling ali estivesse evocaria a presença da Regina e da Luísa na certa, e juntar-se-ia a ele numa embriagada forma de viver por instantes.<br /><br />No corredor voavam as guitarras de Braque num despique com as pequenas aves do Pinheiro.<br />Da mala de cartão castanha saiam os insectos de Lalique, e as cores reflectidas no chão afirmavam a presença daquela visita inesperada.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'courier new';font-size:85%;"><br />De repente o telefone toca e era a criança do mato.</span></div><div><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size:85%;"><i>- Sim?<br />- Desculpa, não sei se é oportuno, posso ligar mais tarde.<br />- De todo! Diz-me. Estava só a sonhar acordado.<br />- Em relação aquilo que te disse à pouco... Desculpa, não sei dizer as coisas como devem ser ditas, sabes disso.<br />- Sei, mas o pior é que afinal ainda não sabes é fazer as coisas como devem ser feitas, parece-me.<br />- Talvez tenhas razão.<br />- Talvez.<br />- Questiono-me porque é que entre nós sempre houve este problema de timing. No fundo a verdade é que pensei muito nesta viagem e não sei como concluir.<br />- É simples. Se te apercebeste que eu sou o the one, faz qualquer coisa. Agarra-me.<br />- E tu deixavas? Depois de tudo?<br />- Eu sou infinitamente mais surpreendente do que aquilo que espero de mim.<br />- Mas e depois penso no passado, em tudo o que já aconteceu e isso cria ruído na imagem que acho que quero viver agora.<br />- Percebo mas não há nada que possa fazer em relação a isso. A vida ou se vive correndo riscos ou se assiste a ser vivida.<br />- Não tens medo? Eu tenho...<br />- Todas as pessoas têm receios quando avistam situações arriscadas. Se eu for honesto seria quase que uma burrice minha, do ponto de vista físico e tangível, se eu me arriscasse a voltar a esse país agora que já encontrei uma casa neste. Mas tudo é possível. Eu posso perfeitamente parar o método e comprovar uma história e até me magoar irremediavelmente com tudo isso.<br />- Então porque farias isso se prevês um fim?<br />- Primeiro porque não vejo o fim e segundo e mais importante porque simplesmente posso.<br />- Mas eu também não disse que queria tentar.<br />- Pois não, por isso mesmo terás que ser tu a querer e tu a tentar. A propor e a querer muito. Pouco não serve, o “afinal de contas até gosto é de ti” é a medida mais pobre que pode existir. E eu, naturalmente, nem a considero possível no meu país. Ou é ou não é. Com medo ou sem medo se é para ser age. Faz. Acontece.<br />- Dói-me a cabeça.<br />- Dança que isso passa.<br />- Como?<br />- Estão-me a tocar à campainha. Deve ser a minha mãe? Falamos depois, ok?<br />- Sim, eu vou-me deitar um pouco para descansar.<br />- Queres jantar mais logo?<br />- Não, quero ficar sozinho, depois falamos.<br />- Um clássico. Dorme bem então.</i></span><br /><br /><span class="Apple-style-span" style="font-family:'courier new';font-size:85%;">A porta anuncia a chegada a principal de todas as mulheres que ao trespassar a porta inundou a casa daquele amor.</span></div><div><br /><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:85%;">- Está um dia lindo meu querido, vamos passear?<br />- Sim Maria, claro! Já tinha pensado nisso.<br />- Olha que engraçado, tens um arco-íris no chão da cozinha.<br />- É mesmo. Ainda à pouco olhava para ele. E o quão maravilhoso é viver aqui.<br />- Estiveste a comer manga? A mãe trouxe uma no saco que deixei ali.<br />- Sempre em sintonia Maria.<br />- Sempre. Vá, vamos apanhar sol?<br />- Vamos. Hoje vou levar-vos ao Chapitô, pode ser? Chama o Zé e vamos embora.<br />- Se o teu pai não quiser vir, vamos nós.<br />- Ele vem. Zé, vamos?<br />- Vamos.<br /></span></i><br /><span class="Apple-style-span" style="font-family:'courier new';font-size:85%;">Fechou a porta antes que o Al Berto tomasse posse do seu território e retomou ao sol e à cor pelas ruas da velha cidade. </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'courier new';font-size:85%;">Embora certo de que no seu regresso não escaparia ao beijo de Klimt, foi pelo fado a fora degustar a estação nova ali e na melhor das companhias ouvia pelo caminho o <i>Je te Veux</i> do mesmo Satie.</span><br /></div>...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-34213447486525948182012-02-06T02:07:00.000+02:002012-02-06T02:08:13.077+02:00"Slow"<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/Wo17ungbCEA" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-43720964125208045872012-01-03T02:20:00.002+02:002012-01-03T02:29:37.572+02:00Royal T<div style="text-align: center;"><iframe src="http://www.youtube.com/embed/aCJKy7O3M3A" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" width="560"></iframe><br /></div><br /><div style="text-align: center;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">Welcome 2012!</span></span><br /><br />"<span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic; font-family: courier new;"><span style="font-size:100%;">I don't wanna hear</span> the alarm</span><br /><span style="font-style: italic; font-family: courier new;">You don't have to use your charm</span><br /><span style="font-style: italic; font-family: courier new;">You don't have to break my arm</span><br /><span style="font-style: italic; font-family: courier new;">Sleeping does it always</span><br /><span style="font-size:100%;"><span style="font-style: italic; font-family: courier new;">I decide when I decide</span></span><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-style: italic; font-family: courier new;">I am in the mood right now</span></span><br /><span style="font-style: italic; font-family: courier new;">Baby can we (...)</span></span> "<br /></div>...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-14388776020324082022011-12-12T22:18:00.002+02:002011-12-12T22:20:24.195+02:00Uma questão de tempo, ou prioridade." O Tempo é uma questão de gestão de prioridades. Se for prioritário fazer determinada coisa, acabas por arranjar tempo para ela. Se, na verdade, não for assim tão importante, o tempo encarrega-se de te ocupar nesse espaço."...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-15364323445909901422011-12-12T16:38:00.004+02:002012-01-03T01:47:19.040+02:00Where are we going?<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitTTnwIMeYxqlLf-mDYRrWJfvUgwwBrLKP0ItA3kgmNrrByHRXSK5dA3PY0dNPzwjpXhst7nPFjX6geZXkbsEg77EPqwfyvt7HaU6dR2SfzAJk_EibIbRGvsm9XmxMr6SyvxKL6g/s1600/screen-capture.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 274px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitTTnwIMeYxqlLf-mDYRrWJfvUgwwBrLKP0ItA3kgmNrrByHRXSK5dA3PY0dNPzwjpXhst7nPFjX6geZXkbsEg77EPqwfyvt7HaU6dR2SfzAJk_EibIbRGvsm9XmxMr6SyvxKL6g/s400/screen-capture.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5685252327158535666" border="0" /></a><br /><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style=";font-family:'times new roman';font-size:78%;" ><i>photo from <a href="http://www.flickr.com/photos/cheerupcharlie/">Joesee</a></i></span></span></div><div style=";font-family:verdana;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:100%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><br /></span></span></div><span class="Apple-style-span" style=";font-family:verdana;font-size:85%;" >Saiu do hotel já se aproximava do meio-dia. </span><span style="font-size:85%;"><br /></span><span class="Apple-style-span" style=";font-family:verdana;font-size:85%;" >Havia qualquer coisa de familiar naquele ritual. </span><span style="font-size:85%;"><br /></span><span class="Apple-style-span" style=";font-family:verdana;font-size:85%;" >O porteiro abre a porta e deseja-lhe um bom dia. Aconchega-se no seu casaco de inverno e sorri como se retribuísse com calor o gesto. </span><span style="font-size:85%;"><br /></span><span class="Apple-style-span" style=";font-family:verdana;font-size:85%;" >Dois passos na rua e pára para que o gelo se fizesse sentir sobre a cara. </span><span style="font-size:85%;"><br /></span><span class="Apple-style-span" style=";font-family:verdana;font-size:85%;" >O motorista abre a porta do carro e, entre o jornal e as revistas do dia que estavam sobre o banco, repara numa moeda. </span><br /><span class="Apple-style-span" style=";font-family:'courier new';font-size:85%;" >- Vamos para o aeroporto?<br />- Não, vamos a casa primeiro que me esqueci de deixar lá uma mala que não quero levar comigo. </span><span style="font-size:85%;"><br /></span><span class="Apple-style-span" style=";font-family:'courier new';font-size:medium;" ><span style="font-size:85%;">- Não sei se teremos tempo.<br />- Teremos. Trata-se de uma viagem inevitável mas sem qualquer sentido se não fizer esta devolução.</span><br /></span><div><span class="Apple-style-span" style=";font-family:verdana;font-size:10px;" ><br /></span></div>...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-76142298316610156522011-12-12T16:28:00.000+02:002011-12-12T16:29:23.773+02:00We Bros<iframe width="420" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/5HGgni1nGGY" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18913151.post-18738239883601170732011-12-09T03:40:00.007+02:002011-12-12T16:31:25.489+02:00Red Wine I<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijA0aJy8M2cWVE3pawxJbzcfeoJ6oTTB2k4-cP-A4zCUOM8lzIcV7BlLzimTCax0ueXkCBygUd8my-4716GFUIhdlmsXIYCxtbK3QxvNjQLpXD5kceBOYGK3MkJbiDwSLMHLjJEA/s1600/a-single-man_julianne-moore2.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 296px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijA0aJy8M2cWVE3pawxJbzcfeoJ6oTTB2k4-cP-A4zCUOM8lzIcV7BlLzimTCax0ueXkCBygUd8my-4716GFUIhdlmsXIYCxtbK3QxvNjQLpXD5kceBOYGK3MkJbiDwSLMHLjJEA/s400/a-single-man_julianne-moore2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5683954277323040578" border="0" /></a><br /><span id="FSGcaller1" style="display: inline-block; width: 100%;"><span class="FSG_texto">- Sabes, não sei como é que aconteceu. -<span style="font-family:courier new;font-size:85%;"><span style="font-style: italic;"> </span><span style="padding-left: 1px; font-style: italic;" id="eL_1_texto"><span class="FSG_erroSintatico">disse</span></span><span style="font-style: italic;">. </span></span><br /><span style="font-size:85%;"> <span style="font-style: italic;font-family:courier new;">Sentei-me no sofá a seu lado e deixei-me ficar ali porque senti chegado o momento. Pressentia há semanas que a razão do seu silêncio, e a ausência das suas grandes noites pela cidade, teriam uma razão contida. Sentei-me e limitei-me a ouvir. </span></span><br /><br />- No outro dia que me ligaste e não atendi, estava em casa da <span style="padding-left: 1px;" id="eL_2_texto"><span class="FSG_erroOrtografico">Lilly</span></span>. Doía-me o corpo todo e naquela noite senti que nada me poderia interromper o momento.<br />Estávamos novamente os quatro como sempre imaginámos. Tínhamos o tempo todo do mundo e estávamos estranhamente em catarse emocional.<br /><br />De repente, sem sabermos como, nós não estávamos juntos há meses e parecia que o mundo tinha acelerado no entretanto e <span style="padding-left: 1px;" id="eL_3_texto"><span class="FSG_erroSintatico">nos levado</span></span> para um aeroporto comum.<br />Como se estivéssemos sentados à espera do voo já definido e estivéssemos em silêncio a olhar para os bilhetes de uma estranha "terra nova".<br />Cheguei atrasado, para variar. Mais uma vez o meu emprego tinha engolido o meu tempo de vida e mais uma vez provocado a desilusão nos seus olhos.</span></span><br /><span id="FSGcaller1" style="display: inline-block; width: 100%;"><span class="FSG_texto"> Cheguei a tempo dos primeiros copos de vinho antes de jantar.<br /><br />A <span style="padding-left: 1px;" id="eL_1_texto"><span class="FSG_erroOrtografico">Mrs</span></span>. <span style="padding-left: 1px;" id="eL_2_texto"><span class="FSG_erroOrtografico">Lilly</span></span> estava grávida de 8 meses e a viver naquela casa. Nos seus olhos conseguia-se ver a <span style="padding-left: 1px;" id="eL_3_texto"><span class="FSG_erroOrtografico">Lilly</span></span> de antigamente em que o gelo do seu cérebro falha e a pele ganha calor.<br />A <span style="padding-left: 1px;" id="eL_4_texto"><span class="FSG_erroOrtografico">Mrs.Sophia</span></span> tinha terminado a sua relação horas antes e, agora <span style="padding-left: 1px;" id="eL_5_texto"><span class="FSG_erroSintatico">Miss</span></span>, com a mesma força com que aguenta o roubo da sua jóia, aguentava-se de pé e de copo na mão, bem na esquina da bancada.<br /><span style="padding-left: 1px;" id="eL_6_texto"><span class="FSG_erroOrtografico">Mrs</span></span>. <span style="padding-left: 1px;" id="eL_7_texto"><span class="FSG_erroOrtografico">Dalloway</span></span> estava impecável dos pés à cabeça, como sempre, e falava das mudanças para a cidade. Na cara trazia uma expressão diferente quando me olhava nos olhos. Um medo.<br /><br />De repente a Sophia desata a chorar do nada.<br />- O que foi? - Perguntei eu de imediato. <span style="padding-left: 1px;" id="eL_8_texto"><span class="FSG_erroSintatico">E</span></span> instintivamente abraçamo-la em conjunto e em silêncio resolvemos o assunto em segundos. Arrancada uma gargalhada e estávamos prontos a transmitir-lhe a certeza que tinha tomado a decisão certa e que, tal como o amor, a sua vida toda iria melhora.<br /><span style="padding-left: 1px;" id="eL_9_texto"><span class="FSG_erroOrtografico">Mrs</span></span>. <span style="padding-left: 1px;" id="eL_10_texto"><span class="FSG_erroOrtografico">Dalloway</span></span>, como sabes, sempre foi inigualável em colocar-nos de pé.<br /><br />Tantas vezes me perguntei como era capaz. De onde vinha aquela força interior inesgotável. Para além da admiração e amor, ela tornou-se uma verdadeira crença na minha vida. <span style="padding-left: 1px;" id="eL_11_texto"><span class="FSG_erroSintatico">E</span></span> aquilo que tínhamos ali, aquela família como gostávamos de falar, fora construído por ela e era hoje absolutamente vital a qualquer um de nós.<br /><br /></span></span><div id="divFSG_texto" style="overflow-y: auto; overflow-x: hidden;"><span class="FSG_texto">Depois do jantar, em que regressámos às memórias de uma vida em comum e partilhámos a indignação pela ausência dos últimos tempos e o prazer pelo acertar de um <span style="padding-left: 1px;" id="eL_1_texto"><span class="FSG_erroSintatico">passo</span></span>, ela sentou-se ao meu lado no pátio interior junto ao beiral de plantas.<br />Senta-se a meu lado e pergunta:<br /><br />- Tens lume?<br />- Tenho. <span style="padding-left: 1px;" id="eL_2_texto"><span class="FSG_erroSintatico">Sinto</span></span> que tens qualquer coisa para me dizer desde que cheguei.<br />- Tenho.<br />- Eu sei, tenho andado distante mas eu já te disse, é apenas um Inverno em nós.<br />- Recuso-me! Lá vens tu com essa história novamente... É isso que não entendo, como é que tu aceitas uma monstruosidade dessas?<br />- Estou tão cansado meu amor, mesmo...<br />- Eu sei e é isso mesmo que me assusta. Parece que perdeste a luz. Não me lembro de te ver assim em toda a minha vida. Estás calado, ausente e uma pessoa olha para ti e parece que carregas o peso de mundo às costas.<br />- Eu sei, é horrível. <span style="padding-left: 1px;" id="eL_3_texto"><span class="FSG_erroSintatico">E</span></span> eu que sempre odiei pessoas assim... Desculpa. Eu sei que não era o esperado de mim mas nem eu sei como é que aqui vim parar.<br />- Eu sei. É esse emprego e aquele de quem não se diz o nome.<br />- Eu sei... Mas, não consigo. Perdi-me de mim, não me reconheço. Lembras-te quando decidi mudar de rumo e aceitei este trabalho? Fabuloso, tudo fabuloso e agora nem me <span style="padding-left: 1px;" id="eL_4_texto"><span class="FSG_erroSintatico">reconheço</span></span>.<br />Sempre soube que teria que usar uma capa, criar uma personagem. Mas às tantas, as horas dessa pele foram-se somando e engolindo as horas da minha outra vida, a minha verdadeira vida. Aquilo não sou eu mas não tenho vida, e nas poucas horas que não me roubam, sou aquilo em piloto automático. Aquela personagem cínica e fria. Não tenho tempo para mim, para a minha família, para vocês. E quando consigo ainda venho em personagem.<br /><br />Já não posso jantar num restaurante qualquer, ir ao bar de sempre, dançar até cair e dizer asneiras bem alto. Não, estará sempre alguém por perto a ver, que tenha que encarar nos dias seguintes num contexto qualquer profissional.<br /><br />Embruteci. No outro dia, na vossa conferência, dei comigo envergonhado pela sede que tinha de certas palavras, significados e significantes, sabes? Senti-me como se estivesse a olhar para fotografias de uma identidade que já fora a minha. Tive tantas saudades do meu mundo.<br /><br />- Ainda bem que reconheces, era mesmo isso que te queria dizer. Mas ainda bem que sentes o mesmo. Estás irreconhecível. Faz quaquer coisa.<br />- Estão aqui à conversa de parte? Tens um isqueiro?<br />- Tenho, toma. Estava aqui a dizer-lhe que estou muito cansado e daí a minha ausência. O monstro engoliu-me e sinto falta de ar.<br />- Pois eu percebo-te... E falaste-lhe também da outra história? É que isso também não te tem ajudado.<br />- Ainda não chegámos aí.<br />- Sim, mas também era isso que queria dizer-te. Essa pessoa suga-te. É um infeliz por opção e arrasta-te há mais de cinco anos com ele. Por favor, acaba com isso.<br />- Eu sei, tens razão... mas eu amo-o.<br />- Se ele te amasse da mesma forma estava ao teu lado e não ignorava a tua existência.<br />- Eu já lhe tinha dito isso Mrs. Dalloway. Se bem que acho que se ele sente que ainda deve tentar mais uma vez ser humilhado, porque é isso que está garantido, que o faça. Quanto mais não seja para ir ao fundo de vez e se levantar de seguida definitivamente.<br />- Tinha esperanças... cofesso que até há bem pouco tempo apostei as minhas fichas neste cavalo. Afinal de contas poderia ter sido uma história de amor brilhante com tudo o que tem direito. Mas chega. Estás de rastos, isto não pode durar mais tempo.<br />- Eu sei... têm razão. Eu só preciso de lhe dizer na cara, a olhar-lhe nos olhos, o que sinto pela última vez.<br />- Desculpem interromper mas a grávida estáva-se a sentir sozinha na cozinha. Qual é o tópico?<br />- Eu e Mrs. Dalloway estavamos a dizer-lhe que esta história com aquele de que não se diz o nome tem que terminar. Mas ele sente que precisa de uma conversa final.<br />- Por favor, isso é mais do mesmo. Se achas que precisas vai. Mas na verdade sabes bem que isso só se resolve quando tu já não sentires necessidade dessa conversa. Tu amas essa criatura, é um facto. Ele não te ama ou pode até amar, mas de uma forma muito infeliz e tu mereces ser feliz.<br />Tens que decidir seguir em frente sozinho. Por ti. Sem conversas nem desabafos. Simplesmente virar as costas e seguir em frente.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;font-family:courier new;">Calou-se por instantes e ficou ali a olhar para a janela. Eu deixei-me ficar imóvel e perguntei:<br /><br /></span></span>- E o que tencionas fazer?<br />- Esta conversa não me sai da cabeça. E sinceramente, não sei o que fazer.<br />- Vais falar com ele?<br />- Ele não me deixa.<br />- Foi por isso que terminaste a relação em que estavas há dias.<br />- Sim, não é justo. Não sou essa pessoa que deixa que alguém crie expectativas que eu saiba que irei defraldar.<br />- Percebo...<br />- Não sei mesmo como é que vim aqui parar. Mas sinto que uma coisa eu sei: isto assim não é forma de viver e tenho que mudar alguma coisa aqui.<br /><br /></span></div><table style="visibility: hidden;" id="tblFooterFSG_texto" class="FSG_texto" bgcolor="#eeeedd" border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" width="100%"><tbody><tr><td style="visibility: hidden;">Foram detectados <b>4 erros sintácticos.</b></td><td><a> Cancela</a></td></tr></tbody></table>...http://www.blogger.com/profile/03643929503071985483noreply@blogger.com2