A voz trémula convida.
Não estava trémula pelo convite, que desse não tinha, na realidade, a total consciência do que envolvia, mas sim pela circunstância em si.
O impulso do “receio” fez com que se dirigisse em voz naquela tão improvavel hora.
Terá decerto pensado alguns instantes antes de se decidir a falar. Mas o receio,camufelado de curiosidade, da “notificação” que recebera conseguio vence-lo e agiu.
A voz.
A surpresa e o alívio.
Não, afinal não havia sequer um único detalhe que podesse denunciar fosse o que fosse.
O respirar e o regresso então da voz mais segura.
Eis que surge o convite.
O convidado parou. Visualizou a forma e tentou imaginar a percentagem de ingenuidade versus a de inteligência nocturna naquelas palavras.
Declinou e pensou: O que seria se eu aceitasse. Ficarias a perceber o que ainda não desvendaste mas desconfias e eu ver-me-ia sob suspeita no olhar mais atento do felino em comum.
Há combinações muito específicas que só se tornam possíveis se vislumbradas na noite. A escuridão ilude todas as palavras que possam pairar, e as luzes artificiais tratam de lhes atribuir sempre a forma mais segura. Há combinações que vistas durante o dia revelam os segredos de uma cidade porque aí a luz paralisa a coreografia, e desvenda a real forma dessas mesmas palavras.
Seriam precisos mais 3.
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