domingo, novembro 13, 2005

fatalidades e surpresas


...era fatal acabar assim.É que só podia...nos dias que correm ainda somos surpreendidos por atitudes como esta.
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2 comentários:

someofme disse...

É, de facto, complicado comentar pessoas. Arriscamo-nos sempre a cair em lugares comuns que não fazem jus à realidade. Estereótipos que nos perseguem e amedrontam, que pouco espelham a diversidade que nos rodeia. Especialmente quando o tempo, naturalmente relativo como é, ainda não nos permitiu apreender o suficiente sobre as pessoas.
O céu está cinzento. Pode parecer que esta minha afirmação nada tem a ver com nada. Eu acho que tem tudo a ver com tudo.
Há coisas que eu prezo nas pessoas, que me faz “admira-las” (a expressão correcta seria “look up to them” mas não consigo encontrar uma tradução que abarque tudo o que em inglês isto implica). Apesar de ser ainda um jovem imberbe (sim, na realidade tenho pouca barba) prezo cada vez, e por vezes acima de tudo, a capacidade de rir. Com tudo o que este verbo embarca nas mais variadas manifestações e acepções. Rindo diz-se tudo, mesmo as maiores barbaridades, mesmo as coisas mais sérias.
Ao longo desta viagem tenho-me apercebido, e mais vezes ainda renegado, que algo, ou alguém, me transmitiu a capacidade de observar. Olhar as pessoas, e respectivas manifestações, apreende-las. Poucas vezes me enganei. As suficientes para querer “deixar-me destas coisas”.
Entrei em mais um delírio. Alonguei-me sem sentido. Fugi ao comentário. Talvez porque, hoje em dia, o melhor que posso dizer alguém, o mais simples e ao mesmo tempo mais complexo, se exprime numa frase tão simples como “let us get to know one another”. :)

Anónimo disse...

Sinto e esqueço. A saudade. A saudade invade-me como um ópio de ar frio. Sinto-a desmesuradamente e sem pensar...não sei o que é...talvez um extâse de poder, de ter...íntimo e opressivo.Esta tarde, em que sinto até transbordar, que tenho a malícia precisa de me destruir em afectos e de questionar o destino...
Ontem perdi-me nas luzes doentias desta cidade, até me ofuscarem na melancolia romântica de que é feita a sua essência. São as pessoas que me rodeiam, são as almas que me desconhecem, que me conhecem com o sorriso estilizado e com o olhar intenso, me esgotam o ego e me dão o abismo do desgosto físico, o nó na garganta da insconsciencia estúpida. É a sordidez monótona das suas vidas, paralela à exterioridade da minha, é a falta de brilho nos sorrisos e aquela coisa que brilha na ânsia funda da minha carne...Não sei...deixo a estupidez para os que se fecham no quarto, deitados moles na cama à espera do sono, deixo àqueles das conversas de sala de espera, onde a música e as vozes chegam como bálsamos indiferentes até mim...
Gozo a brisa de tudo isto e a alma que me deram para gozá-la, e não interrogo nada nem procuro...
Esperei à porta com os meus sentimos e então vi-te...desarmado, nu e desprovido do teu crescente imaginário...és tu que me vais salvar de existir...nos teus olhos há a mesma dor, a mesma angústia de sermos felizes, de sermos maiores...o teu sorriso pleno, amplo e humano que dá vontade de entrar nele, de sentir sem limites, cair...
Caímos juntos sobre o pesar da mágoa deste universo real e impossível...caimos juntos sobre nuvens de tons fictícios onde o nosso sonho é mais alto, é mais longíquo...
Com a saudade esculpi-me e retive-me longe, alheia ao ar, ao mar e à luz branca dos dias inúteis, onde a minha angústia artificial, a minha felicidade absurda floresce sem culpas em tremenda beleza...

Somos irmãos siameses, mas não estamos pegados...tu és o infinito, eu sou a emoção...não se pode fugir de ti!