sábado, setembro 13, 2008

Electric Feel

Às 20h já no vintage bar, chega Piaf deslumbrante que rapidamente se juntou ao vinho que já Kat e Harry partilhavam. Os veludos e as peles, os tons fortes e apaixonados de uma época dividida, aperfeiçoavam o toque do imenso tabuleiro de xadrez onde se debruçavam à gargalhada e tantas vezes em indignação.

Foram jantar e Piaf conduz os corpos já elaborados até "ao inferno".
Cocktails e brindes, música e jogos de sedução. Gestos e histórias. Gargalhadas e confissões.
No "comboio do mal" o três celebravam de alguma forma a imensa juventude que lhe corria nas veias de prazer.

Harry afasta-se da pista de dança e dirige-se à casa-de-banho já aflito de tantos líquidos.
Na escadas, ele...
Já se conheciam, sabiam perfeitamente quem eram, nunca se cumprimentavam. Mesmo depois daquela "festa fúnebre" onde foram oficialmente apresentados.
Avança e decidido fita-lhe o olhar estendendo a mão. A cortesia era um gesto que ele, sem saber porquê, esperava daquela personagem.

- Olá, tudo bem? É a fila?
- Olá, é sim...
- Fuck, ainda te tenho à minha frente.
- Troco o meu lugar por uma bebida.
- Que bebida?
- Cuba-libre.
- Aceito.


Uma agradável surpresa, uma noite "fucking fabulous" como gostava de dizer. Mas já no taxi rumo a casa deu consigo a pensar: "Hum... quem diria."

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