quarta-feira, março 15, 2006
Trying to kill Marilyn
Às vezes penso...
Que tanto me seduz na tua pessoa...
E quando penso sei bem que n é por Marilyn, mas sim por Norma.
Mas essa morre a cada instante, sufocada nessa tua imensa necessidade de ser "a míuda livre e segura" que nunca serás.
É um desperdício de sangue que n tarda escasseará até para dar vida à Marilyn nos poucos e raros momentos em que ela realemnte tem graça.
Pára de uma vez por todas e olha bem para ti. Olha bem à tua volta e diz o q queres de verdade.
Diz em vol alta e torna-o real.
Caso n queiras o que os outros esperam...paciência...a vida é um grande palco e nem sempre é possível manter o mesmo público.
Se for o caso termina a peça, agradece, sorri, e sai em busca de novos textos, novos público e novas identidades personificadas.
Mas nunca percas o teu "eu", o corpo q dá forma a tudo sem em nada se perder.
..e pronto, agora respira fundo e sorri.
Pois q amanhã seja um novo dia.
Pois que seja o "hoje é o primeiro dia do resto da minha vida!"
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3 comentários:
Trago comigo todo o peso das batalhas que evitei...de todas as paixões que não vivi e recusei...esse peso, essa renúncia a que chamava liberdade...
Muda e nula a minha vida de nada, o meu corpo magoado pela violência que nunca tive. A minha angústia é feita de vazio, de ar frio, um gesto, um movimento é um esforço redobrado a esta hora.
Quero estar parada, quieta, sem me mexer. Qualquer gesto pode abrir a alma, essa ferida que não vejo, sofro sem sentir. Esta grande nostalgia que nem se quer é minha...
Aos poucos e poucos vais-me vendo morrer, muito lentamente diante dos teus olhos...é um processo demorado e duro que só dois sádicos e masoquistas como nós sáo capazes de suportar.
A fatalidade do silêncio, o teu nome em grito que sobe pelas paredes, o meu sangue que escorre e jorra pelas janelas, pinta os vidros, transforma o céu alto em milhares de partículas vermelhas...o meu regresso...os cristais de fogo que contaminam os sonhos...a tua voz que envenena os sentidos...que sabor tem o meu sangue? O que faz lembrar este emaranhamento de destinos? Quem sabe senão morrerei amanha! Bate-me a vida no coração lá distante...atordoa-me a paixão pela tirania, pelo egoismo da nossa pele...A que saberá a tua pele? Ás vezes quando penso nestas coisas, apavora-me uma perverçao suprema!
A volúpia das palavras e o alcool das grandes frases com que me contaminas, ergue a emoção como ondas que se desfazem no meu sorriso. Não tenho medo. Ressuscito na magnificiência fantástica da tua espuma. Eternamente magia, fumo,pó de feitiço sem retorno...
No interior da nossa vida, descobrimos o que somos e o que não somos e, deste dia, desta noite, fica e ficará para amanha a sede insaciável de nós, seres múltiplos, sermos sempre nós e o outro. Complemento, princípio e fim.
Corpos. Corpos e mais corpos. Corpos noutros corpos. A fusão de tantos náufragos...O meu corpo suspenso...bebível como um copo de água. Tão etéreo, tão ténue, tão leve...que se mistura no teu...massa líquida sem nome que incorpora a forma de todos os nossos desejos.
Percorremos todas as grutas, todos os lugares profundos, conhecemos tão bem todos os monstros marinhos, os cabelos em algas, o verde das escamas, os peixes da memória...a tempestade do amor...que não cessa...não acalma. Só o corpo no corpo...um mar infinito, ainda por descobrir. Areias movediças dos sentidos...onde é tão fácil morrer!
Enterro as minhas mãos nas tuas dunas...subitamente alastram fogos sobre o meu rosto. Quero-me incendiar de todos os sinais, de todas as pedras e ervas daninhas. Quero estar nua diante da tua cinza, elemento incandescente que voa em espiral dentro do meu umbigo. Afogar-me. Esse mar...esse corpo...corpo do meu corpo, exprimindo-se sem disfarce.
O meu corpo suspenso atravessado por águas e por outros corpos de açucar...domínio húmido e efémero da terra...a cama.
Procuro um búzio mudo por esta praia sem esperança para rencontrar um vestígio do teu cosmos. O teu corpo imaginário é um grande espelho misterioso...por mim eu embarcava nessa viagem, num barco, levasse ele à loucura ou não, tanto faz....(o fascínio de tudo isto, prende-me a respiração.)
Querer entrar nele como se de uma concha se tratasse, fechar-me lá dentro, recolher-me no crepúsculo das tuas marés....
O teu olhar é o rastilho...o ponto de partida. O teu corpo, o mastro dos nossos desejos. Os nossos corpos confundem-se com as ondas, este grande mar sem nome, grande aquário de silêncio e de diamantes. Só o gesto. Só o toque por favor.
A injustiça do mundo...o terror de te perder sem nunca te ter tido...Corpos independentes e indecifráveis...as mãos...as línguas...e a pele. Qualquer coisa entre a dor e o prazer, qualquer coisa... Mas onde é que tu estás? Longe...Dói-me a falta da tua beleza, uma dor física muito perto do gozo...sabes como é? Amo a beleza de um corpo, mais do que qualquer coisa...por estar vivo, impuro, ser poderoso. A beleza suspensa dentro de tudo isto...pode ser o reflexo do meu corpo a preto e branco largado pela cama...um quadro incompleto...por acabar...É esta a doce tristeza que acompanha a beleza, como uma sombra...
Os nossos olhos agarram-se uns nos outros por momentos.
Eu nunca sei onde passa a fronteira do sexo, esta noite menos ainda.
O tempo não avança....tropeça.
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