quarta-feira, novembro 29, 2006

Aquele Cheiro... II


- Lembras-te daquele cheiro?
- Sim… naquela altura até me lembro do quanto me fizeste pensar.
- Sinto novamente aquele cheiro…
- Não!
- Sim, sinto-o.
- E sabes de onde vem?…de perto novamente?
- Oxalá não venha nem seja como eu o espero… Oxalá não corresponda aquilo que vi formar-se mesmo em frente aos meus olhos. Oxalá a minha viagem não me reserve essa grande surpresa no regresso.
- Não percebo… começas a deixar-me nervosa com essa conversa.
- Não fiques… eu não estou. Que seja a grande gargalhada da vida a rebentar em veludo e vinho sobre o meu horizonte. Que venha de tão perto como será suposto. Que traga o silêncio preso por um fio que, no que pressinto, o silêncio contido no frasco que me preparam é um ingrediente a explodir. Que seja, que viverei felíz de qualquer forma.
- Então desta vez não é tóxico?
- Não, desta vez o tóxico serei eu.

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