segunda-feira, outubro 02, 2006

Vanity Fair


O mensageiro chega e, com alguma pressa, anuncia o que o traz.
Da mão, desprende-se de um e envelope em tons pastel neutro.

- Está tudo bem?
pergunta o criminoso à vítima daquele envelope.
- Está, está...
- Se eu puder ajudar...
- Eu aceito...obrigado.
- Será com o maior dos prazeres.
Segue-se um momento de silêncio.
A noite naquele jardim já se aproximava fria. Na verdade estavam todos lá dentro em diversão e só aquelas duas figuras se encontravam no jardim.
O cavalheiro afasta-se e indica que retornará à casa.
A felina e clara figura de olhos azuis, ao perceber, contorna o rosto até ele...
- Antes de ir, posso fazer-lhe uma pergunta?
- Claro.
- Porque me ajudaria o senhor, se, na verdade, mal nos conhecemos.
- Podia até dizer-lhe que seria apenas generosidade da minha parte... mas seria mentira.
Na verdade a vaidade em mim não a comporta a si por perto. A sua fuga, também a mim me dá jeito.
E quem diria não acha... A senhora, logo a senhora, a aceitar a ajuda de um estranho.
A vida dá grandes voltas, mas reconheço-lhe eterenamente o equilíbrio neste "carousel" de feira que produz.


Entre a maldade e a ironia, os dois eternos assaltantes perceberam que ali seriam sempre os criminosos e, naquele momento, se separados, as vítimas.
Anoiteceu e o baile começou.
Dançaram uma última valsa e desapareceram entre a multidão.

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