quarta-feira, novembro 29, 2006

Bela Lugosi's Dead


White on white translucent black capes
Back on the rack
Bela Lugosi's dead
The bats have left the bell tower
The victims have been bled
Red velvet lines the black box
Bela Lugosi's dead
Undead undead undead
The virginal brides file past his tomb
Strewn with time's dead flowers
Bereft in deathly bloom
Alone in a darkened room
The count
Bela Logosi's dead
Undead undead undead


Autor desconhecido, mas "n" vezes reproduzido e cantado por vários tipos de artistas.
Fica a nota e o saber que existe algure um grupo, que sem saber eu como, veio parar à minha playlist, e me surpreendeu com a composição feita com este "mantra" (não sei porquê, mas soa-me a mantra).
Bauhaus
(a banda)

Last Hours


E terás tu o tempo de alguns cigarros.
Mandei vir uma garrafa do meu vinho favorito e sei até quando o consigo fazer durar.
No bolso ainda tenho alguns segredos para partilhar se sairmos daqui juntos.
Organiza as tuas fichas e pensa bem antes de agir.
Hoje sento-me aqui e ficarei até isto fechar.
Fecha às 3h, terás portanto o tempo de alguns cigarros, uma garrafa de vinho... terás tempo até ao nº3.

Aquele Cheiro... II


- Lembras-te daquele cheiro?
- Sim… naquela altura até me lembro do quanto me fizeste pensar.
- Sinto novamente aquele cheiro…
- Não!
- Sim, sinto-o.
- E sabes de onde vem?…de perto novamente?
- Oxalá não venha nem seja como eu o espero… Oxalá não corresponda aquilo que vi formar-se mesmo em frente aos meus olhos. Oxalá a minha viagem não me reserve essa grande surpresa no regresso.
- Não percebo… começas a deixar-me nervosa com essa conversa.
- Não fiques… eu não estou. Que seja a grande gargalhada da vida a rebentar em veludo e vinho sobre o meu horizonte. Que venha de tão perto como será suposto. Que traga o silêncio preso por um fio que, no que pressinto, o silêncio contido no frasco que me preparam é um ingrediente a explodir. Que seja, que viverei felíz de qualquer forma.
- Então desta vez não é tóxico?
- Não, desta vez o tóxico serei eu.

terça-feira, novembro 28, 2006

Sleep


(...)
Hold my wine hold it in
no bodys lost
but no body wins

And I can't sleep
I can't speak to you
I can't sleep

(...)

by Azure Ray

segunda-feira, novembro 27, 2006

Para aqueles que nunca leram, ou para aqueles que já o esqueceram.


Existem momentos em que ouvidos pessoas a gritar verdades que mais tarde se esquecem. Existem momentos em que nos lembramos dessas mesmas verdades e as consideramos lições, lições de vida.
Existem tantos momentos na vida de alguém que nos perdemos nos esquecimento de alguns.
Hoje existiu um momento em que, mais uma vez, a vida se mostrou perfeita e me recordou um texto que um dia alguém declamou, mas hoje já esqueceu...
Aqui fica, mesmo que no ar ou no vazio, para aqueles que nunca leram, ou para aqueles que já o esqueceram.


- Anda brincar comigo - pediu-lhe o principezinho. - Estou triste...

- Nao posso ir brincar contigo - disse a raposa. - Nao estou presa...

- AH! Entao, desculpa! - disse o principezinho. Mas pos-se a pensar, a pensar, e acabou por perguntar: - O que e que "estar preso" quer dizer?

- Ve-se logo que nao es de ca - disse a raposa. - De que e que tu andas a procura?

- Ando a procura dos homens - disse o principezinho. - O que e que "estar preso" quer dizer?

- Os homens tem espingardas e passam o tempo a cacar - disse a raposa. - E uma grande macada! E tambem fazem criacao de galinhas! Alias, na minha opiniao, e a unica coisa interessante que eles tem. Andas a procura de galinhas?

- Nao - disse o principezinho. Ando a procura de amigos. O que e que "estar preso" quer dizer?

- E a unica coisa que toda a gente se esqueceu - disse a raposa. - Quer dizer que se esta ligado a alguem, que se criaram lacos com alguem.

- Lacos?

- Sim, lacos - disse a raposa. - Ora ve: por enquanto, para mim, tu nao es senao um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu nao preciso de ti. E tu tambem nao precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu nao sou senao uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser unico no mundo para mim. E, para ti, eu tambem passo a ser unica no mundo...

Mas a raposa voltou a insistir na sua ideia:

- Tenho uma vida terrivelmente monotona. Eu, caco galinhas e os homens, cacam-me a mim. As galinhas sao todas iguais umas as outras e os homens sao todos iguais uns aos outros. Por isso, as vezes, aborreco-me um bocado. Mas, se tu me prenderes a ti, a minha vida fica cheia de sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hao-de chamar-me para fora da toca, como uma musica. E depois, olha! Estas a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? Eu n??o como pao e, por isso, o trigo nao me serve de nada. Os campos de trigo nao me fazem lembrar de nada. E e uma triste coisa! Mas os teus cabelos sao da cor do ouro. Entao, quando eu estiver presa a ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo e dourado, ha-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do barulho do vento a bater no trigo...

A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho.

- Por favor...Prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer.

- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas nao tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...

- So conhecemos as coisas que prendemos a nos - disse a raposa. - Os homens, agora, ja nao tem tempo para conhecer nada. Compram as coisas ja feitas nos vendedores. Mas como nao ha vendedores de amigos, os homens ja nao tem amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!

- E o que e que e preciso fazer? - perguntou o principezinho.

- E preciso ter muita paciencia. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim, em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu nao me dizes nada. A linguagem e uma fonte de mal entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto...

O principezinho voltou no dia seguinte.

- Era melhor teres vindo a mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, as quatro horas, as tres, ja eu comeco a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. As quatro em ponto ja hei-de estar toda agitada e inquieta: e o preco da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas e que hei-de comecar a arranjar o meu coracao, a vesti-lo, a po-lo bonito..."



by Antoine de Saint Exupery in Le Petit Prince

Et Soudainement Je Vois

Après le Bal

Last Time


...e porque o tempo mudou, o Inverno chegou e o signo rebentará em mim amanhã.
Porque o grito de Fenix rasgou a minha garganta e porque os poucos fios que restavam do meu elástico rebentaram por exaustão.
Porque sim, porque quero, porque mereço, porque me quero, porque me devo... porque posso!
Hoje adormeço pela última vez neste país de embalo. Amanhã o primeiro voo será meu.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Pasión


E hoje revivo o corpo perante a minha própria morte
O Inverno chegara e no silêncio do frio os meus ossos procuram resguardo na carne.

À dias que tento escrever… à dias que ando a pensar em voz alta com tanto por dizer.
Ontém passei mesmo ao lado do João, o para sempre “homem que diz adeus” o para sempre “pão para a multidão”.

Hoje o sangue que me rebenta na boca deixa-me o corpo à deriva de hora a hora.
O cansaço desta viagem que tem sido viver sob esta forma de pele, sentidos e dores, a que doravante graçejo de “carcaça” retoma-me a mim hoje mesmo.
As drogas relembram-me o espaço, a vida de outros tempos. O alcool liberta-me dessas mesmas memórias e o tabaco adormece-me o compasso de todos os ponteiros.

Amanhã será Lua-nova, dizem.
No sorriso travado revejo o espelho de toda a antiguidade naquela madeira.
Alguém sabe o que sei? Saberei eu alguma coisa que alguém saiba? É o devaneio…é o gesto do corpo embriagado que continua pesado na sua própria leveza.

Abro o armário e entre a roupa decubro o teu vestido. As marcas do baton permanecem até hoje entre a minha pele e o meu sangue. O veneno que injectaram dão-me o mote para a felicidade destes picos de insanidade.
Doi-me tudo… estou cansado.

E volto a sentir que não será agora, mais uma vez. Que te falo do atropelo. Da surpresa, da festa…das coisas que se vivem lá fora.
O cheiro da madeira húmida deixa-me assim, a querer terra molhada.
Aflito por gente desesperado pelo cheiro a vazio.
E a solidão onde mora?… a solidão é só um bom espaço de férias, mais do que isso é uma morte. Uma morte que nem te dás conta ser toda ela patrocinada por ti mesmo.

Que saudades do vermelho daquele tecido sobre o teu corpo. Do contraste entre o chão e o teu pisar. Danço em vertigem e recordo-me felíz. O abraço em aperto, gemido e som de mim, por mim, para mim, comigo, nunca me fez tanto sentido como ao som desta música e ao ritmo deste vinho.
O veludo deste líquido perfuma-me os desejos, as razões e as certezas.
Vou ter saudades vossas, claro.
Mas terão muito mais vocês saudades minhas.
Eu tentei… Mas agora já não me apetece mais.

Elevo a música naquele quarto, levanto-me e ergo o corpo apoiado na parede. Levanto o olhar e sinto que a pele estica o meu pescoço. O sangue surge com vida e, com a força de mil homens, escala-me a carne e os ossos.
Abro os olhos e sorrio para mim mesmo.
Elouqueci, mas vou.
Dou o primeiro passo e marco o novo compasso daqueles gestos.
O tango enche aquele espaço e eu encho-me de mim.

ao som… Pasión by Rodrigo Leão

segunda-feira, novembro 20, 2006

Butterfly Effect


Inspiraaaaaaaaaaaaa....expiraaaaaaaaaaaaaaaaa.

sexta-feira, novembro 17, 2006

quinta-feira, novembro 16, 2006

This... 'stuff'?


MIRANDA PRIESTLY
- This... 'stuff'? Oh... ok. I see, you think this has nothing to do with you. You go to your closet and you select out, oh I don't know, that lumpy blue sweater, for instance, because you're trying to tell the world that you take yourself too seriously to care about what you put on your back. But what you don't know is that that sweater is not just blue, it's not turquoise, it's actually cerulean. You're also blindly unaware of the fact that in 2002, Oscar De La Renta did a collection of cerulean gowns. And then I think it was Yves St Laurent, wasn't it, who showed cerulean military jackets? And then cerulean quickly showed up in the collections of 8 different designers. Then it filtered down through the department stores and then trickled on down into some tragic casual corner where you, no doubt, fished it out of some clearance bin. However, that blue represents millions of dollars and countless jobs and so it's sort of comical how you think that you've made a choice that exempts you from the fashion industry when, in fact, you're wearing the sweater that was selected for you by the people in this room. From a pile of stuff.

terça-feira, novembro 14, 2006

Trying to Breathe

Autumn Butterfly


O cenário estava montado.
O palco iluminado e os lugares todos reservados.
Esperava-se um grande espectáculo… Estava um público atento sedento de glamour.

O cheiro das tábuas, a densidade do ar…
As memórias de outros textos, as recordações de outros gestos, estavam ali.

A sós, com tudo em silêncio, desce da torre e desliza até à multidão lá fora.
Estavam outros corpos, que em nada se realcionavam com o evento, simplesmente, a passear por perto, na mesma calçada.

Matthew, saíra.
Atravessando aquela multidão de habitués deixa por sobre a passadeira todas os figurinos.
Serve-se de uma bebida no bar, e no reflexo, percebe o cansaço da sua maquilhagem.
Pede um lenço ao garçon, molha-o no balde de gelo, e em frente a todos limpa a pele.

O barulho da ansiedade naqueles corpos não lhes permitia sequer ouvir a razão.
O portagonista estava ali também…a desventrar a personagem mesmo sobre os seus olhos. Bebia também ele champaghe, brindava também ele pelo espectáculo que iria acontecer.
Mas só ele sabia a verdade da surpresa… só ele conhecia a temperatura daquelas tábuas forradas a luxúria.

Sorri para um dos empregados, que, coitado, servia um bando de inúteis, e despede-se com o olhar.
Atravessa sorridente a multidão e chegue à porta principal por onde sempre entrou.
Naquela noite tudo se sabia verdadeiramente bem.
Sente o toque da passadeira vermelha nos seus pés e o reflexo das suas mãos nos pilaretes dourados.
Ergue a cabeçae deu o primeiro passo no sentido do acaso.
E o acaso abraçou-o e conduzio-o ao edifício da liberdade… onde tudo e todos eram novos, onde tudo e todos eram mais simples…onde se corria a rir e não se ria a correr.

Nasce assim qualquer coisa de novo, morre assim, de alguma forma, qualquer coisa de velho.
São as odes de inverno que preparam o caminho com as borboletas de Outono…são as formas de vida que lhe rebentam no corpo as veias ensaguentadas que se cansaram de tanto veneno.

Believe


A vocês: Dids, Karains and Mrs.Dalloway
OBRIGADO :)

Sábado, 11 Novembro de 2006

domingo, novembro 12, 2006

Lady Who

Aqui fica o já tardio agradecimento!
Estava eu um dia em casa quando uma grande amiga, ao longe de Évora, me envia uma foto da tão falada festa.
Na foto estavamos, finalmente, todos reunidos ainda com os corpos sóbrios. Surpeendentemente, acabou por ser assim, de uma forma totalmente bizarra, que ficou registada a única imagem das fantasias ainda por cobrir de devaneio! E esse fragmento, de estravagância lúcida e de ocasião perfeita foi captado pela máquina de alguém, que, na imagem nos acompanha, nunca chegamos a rever!

Soube-se que seria, de sua graça, Ana, prima da amiga da minha amiga (nenhuma delas presentes, note-se) e que, no meio de uma imensidão de fotos que tirou, apanhou-nos a nós também! Felíz acaso e bizarras voltas estas das imagens nesta cidade.
Então aqui fica, por fim, o devido agradecimento à, até então "lady Who" que julgo, ao que me recordo, chamar-se Ana!

Muito obrigado e até uma próxima, tão luminosa como a anterior se possível!

P.S:. Espero n estar errado, mas a autora da foto é a autora do blog que, sem saber, visitei mil vezes antes desta foto me vir parar às mãos. Visitem: http://fellinialmodovar.blogspot.com/

quarta-feira, novembro 08, 2006

Noite Zero, Manhã Um


E saber que estou acordado...
Saber que hoje, logo hoje, a insónia regressa a este quarto.
Amanhã dou continuidade ao que tentei começar hoje. Amanhã regresso.
Sinto que hoje, de certa forma, cheguei a meio do caminho e recuei... foi estranho, mesmo sendo dia 7.
Fiz um desvio e regressei à ilha. Cheguei mesmo à costa mas mal senti a areia voltei para trás.
Frustração?Talvez, não sei. De qualquer forma fiz outras coisas que já não fazia à muito tempo.
Talvez tenha sido apenas uma tentativa de dia zero.

Estranho, sinto mesmo os cadáveres ainda por sepultar. Sinto mesmo os florais por depositar.
Terá sido pela nova forma de vida que surge nos últimos dias?Talvez... é tudo tão leve, é tudo tão pesado. É tudo tão estranho mas ao mesmo tempo sinto nem querer saber. Apetce-me.
A apatia morrera naquela estrada onde o asfalto recordava outros prantos de sangue e alcool.

A noite que me embala o berço atira-me para o chão e mostra-me as luzes da cidade.

Hoje o cansaço apodera-se do meu rosto e a insónia do meu lugar.
Amanhã será definitivamente o dia Um, e estranhamente não será 7 como previ.
Deixei-me embriagar...
Vivo um estado de ontém em compasso contra o amanhã.

Mas o tempo é implacável, e nos espelhos mostra-me a verdade... já não me resta assim tanto tempo. Terei mesmo que sair do Zero e regressar ao que sempre fui no Um.

E se a vida é certa, pois que assim seja sobre o meu gesto...
Hoje adormeço, amanhã acordo... acordo para a vida mesmo que o sono me tente o corpo, prometo.

Até breve, até sempre... :) e que as insónias não vos persigam cm hoje se apoderaram de mim! LOL