sexta-feira, março 02, 2007

Pearls and Lips | The end...

...
porque quando eles me dizem que eu posso descansar mas ficam a olhar para mim, com as máquinas prontas, os flashes, os seus olhares cheios de lascívia, as línguas a espreitar nas bocas, o suor dos pensamentos menos terrenos, eu pergunto-me: cumpro as espectativas?Não sou eu, é o meu corpo.
e por isso Não tenho mais nada a dizer, os poemas morreram. Aquilo que morreu não me faz falta. Sou o actor que represnta, sem o saber, a sua própria morte.
Vou tentar refazer o Universo.


Norma Jean Al Berto

...e assim me despeço com um até sempre no virar desta última página, deste imenso continente em que vivi aqui.
Tenham uma vida plena...sorriam.

domingo, fevereiro 25, 2007

A felicidade...


" A felicidade não está no que acontece mas no que acontece em nós desse acontecer. A felicidade tem que ver com o que nos falta ou não na vida que nos calhou. Devo dizer-te que me não falta nada, quase nada."

Vergílio Ferreira, in Nome da Terra

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

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Pasión


No me olvides
yo me muero
Amor
mi vida es sufrimiento
Yo
te quiero en mi camino
Por vos
cambiaba mi destino

Ay,
abrázame esta noche
aunque no tengas ganas
prefiero que me mientas
tristes breves nuestras vidas
acércate a mí
abrázame a ti por Dios
entrégate a mis brazos.

Tengo
un corazón penando
Yo sé
que vos lo está escuchando
Con
mil lágrimas te quiero
Pasión
sos mi amor sincero

Ay,
abrázame esta noche
aunque no tengas ganas
prefiero que me mientas
tristes breves nuestras vidas
acércate a mí
abrázame a ti por Dios
entrégate a mis brazos


Rodrigo Leão

domingo, fevereiro 18, 2007

Butterfly Effect


...and the color will be pink.

Como cegos



"E hoje percebi que ainda te amo.
Hoje assumiste que ainda me amas.
Hoje percebemos que o amor que afogamos cobardemente ainda subrevive a nós mesmos.

Os corpos que assumimos e os quartos distintos que acolhemos como novos não conseguem calar, a tempo inteiro, os gemidos deste sentimento só nosso.

A voz da consciência tudo nos varre e a força dos nossos braços em tudo se gasta neste suicídio líquido a que entregamos a nossa história.

Todos os filmes parecem falar de nós… todas as músicas parecem cantar-nos.
E só nós, os cegos, empenhados em cumprir o dever, não percebemos que ali existe. Um fragmento a descoberto que um dia, talvez um dia, nos traga de volta aquilo que fomos e nos varra a nós do amor que hoje fugimos, e que nunca deveria ter sido afogado.

Que o tempo nos sare as feridas em aberto. O âmago deste sofrimento tão coberto de mantos de veludo.
Que no regresso todos os diamantes tenham caído por terra… e que brilhem apenas os reais, os que reflectem a força e a vida deste, que embora fora de tempo, o tempo encarregará de nos mostrar ser o nosso amor.

Hoje deito-me sozinho porque já mais nenhum corpo estranho aguento para cobrir a dor.
Hoje deito-me no frio onde morrerei com a esperança de te ouvir acordar-me.

Talvez um dia… sem saber, “talvez”.

Amo-te… e como cego, com dor, nunca te o disse. "

18 Fev.2007

domingo, fevereiro 11, 2007

Morremos


"Deixa-me ir e nem te atrevas a ver-me morrer."

E esta foi das últimas coisas que me disseste quando vieste, de passagem, a este que um dia já foi o nosso condado.
Mas se ao menos me tivesse sido dada a hipótese de escolher entre a tua vontade e a minha... foda-se, que merda de perfeição esta naquilo a que nos habituamos a chamar de vida.

Ainda não consigo escrever o que tanto penso sobre tudo isto...

A imagem do teu corpo solitário, algures num quarto de hotel qualquer, a morrer em silêncio sobre uma mancha encaranada... tornou-se demais para mim.
Um dia voltarei...prometo.
Mas hoje não, ainda sinto o teu sangue no meu nariz e o sabor da droga que te consumiu.

sábado, fevereiro 10, 2007

Last words of the first step


...e ao som
Strange Fruit


"Southern trees
Bear strange fruit
Blood on the leaves
And blood at the roots
Black bodies
Swinging in the southern breeze
Strange fruit hangin'
From the poplar trees
Pastoral scene
Of the gallant south
Them big bulging eyes
And the twisted mouth
Scent of magnolia
Clean and fresh
Then the sudden smell
Of burnin' flesh
Here is a fruit
For the crows to pluck
For the rain to gather
For the wind to suck
For the sun to rot
For the leaves to drop
Here is
Strange and bitter crop"


by Nina Simone

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

AMADORES



Depois de um dia cheio de trabalho dois amigos encontram-se para beber um bom vinho e, com o seu veludo, respirar sobre a vida.
O salão nobre daquele colossal edifício teatral encontrava-se a sós com eles.
As cadeiras barrocas forradas de veludo vermelho amparavam-lhes o cansaço, e o cheiro a talhas de madeira orientava-os pelas memórias.


- Às vezes perdemos tanto tempo com pessoas que não merecem assim tanto a nossa atenção e esquecemo-nos de tantas outras coisas e pessoas nas nossas vidas que nem percebemos o que é fundamental!

- ...é mesmo.

- A sério meu querido... ele não merece mais nada de ti. Tenta elevar-te sobre a tua pessoa e a tua própria vida e tenta perceber o que realmente é importante para ti. Vais ver que não o encontras na lista depois de tudo o que ele ja te mostrou!

- Mas sei que talvez não vá durar muito!Acima de tudo gostava de tentar ser amigo dele! Mas pelo menos por enquanto não quero falar com ele!

- Ser amigo de ex-qualquer coisa é uma tarefa só para gente adulta. E se tiveres a mesma sorte que eu tive...esquece! Não valerá a pena o esforço...

- Pois, também já pensei nisso.

- Olha, muito sinceramente, observa bem o meu filme e vê bem o que não deves fazer. Aprende com o meu exemplo que à coisas e pessoas que, por muito que queiras ver nelas até um pessoa fantástica, com a qual gostarias de contruir um relação de amizade quanto mais não seja pelas memórias e respeito do que viveram em comum, elas nunca o irão permetir. Porque isso é uma fantasia só tua. Eles só sabem desempenhar um papel no palco de cada peça, porque não têm maturidade para saber ser mais do que isso.
Vais insistir num "actor" que só sabe ser e sentir-se de uma só forma?...não... esse é o tipo de "profissional da vida" com quem não deves perder nem mais um segundo porque sairás sempre defraldado.
Escolhe bem o teu elenco e rodeia-te de gente profissional. E como a peça é a vida, o profissionalismo será portanto aquilo que nunca verás neles, maturidade.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

happy birthday "RITITI"


LOVE YOU BABEEEEEEEEEE!!!!!
happy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthdayhappy birthday!!!!!
;)

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Help yourself

E terminei hoje a história.
Ao som...

You can't change without someone's shadow
'Cuz then it's gone
when you still shine
You can't change to solve somebody's name
Don't blink until you're made

When all destroyed, broke all in Hell,
and you don't need what you could steal;
I'm feeling like something I don't know that's wrong
And I know the sad in my heart

Help yourself
Help yourself with what you need, yeah
Help yourself when
Help yourself when you don't need it
Help yourself


(...)

Death In Vegas inScorpio Rising
2002

I Cant Escape Myself

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

in SEM TÍTULO


(...)
"Quem és tu afinal será a questão que levo apenas cravada no meu silêncio…
És uma mariposa ou apenas mais um insecto alado?
É um movimento contínuo, um gesto parado, uma quebra de ar nas tábuas de madeira que, de repente, parecem ter forrado também o teu chão."

in SEM TÍTULO
04.Fev.2007

domingo, fevereiro 04, 2007

Vingança

E talvez por isto eu nunca tenha gostado de gatos...

"Não, comigo não brincam. E eu vingo-me sempre sabe. Fico à espera para me vingar. E depois vingo-me. Sempre. Sabe aquele de quem lhe falei? Aquela grande paixão? Grande amor? Ele foi-se embora e então eu disse a mim mesmo “espera aí, espera, vais ver meu rapaz, ainda me hei-de-vingar! Vais ver como elas te mordem!.” E assim foi. Não é que um dia estava eu muito sossegado na minha casa e ele foi lá e implorou-me para eu o deixar voltar! Sabe lá o que me custou, mas disse-lhe que não, que nunca, nunca mais o queria ver. Nem sonha o que me custou! Mas eu tinha de me vingar. E nunca mais o vi. Sofri muito, mas nunca mais o vi. E pronto. Agora adoro os meus gatos. E os meus amigos. Sou muito amigo dos meus amigos e os meus amigos são muito meus amigos. E quando me traem eu não perdoo. É que não perdoo mesmo. Aliás, eles sabem. Andam ali direitinhos. A amizade é como o amor. É tudo a mesma coisa. Odeio filhos da puta. É por isso que gosto tanto dos meus gatos. É que os gatos, sabe, não são filhos da puta e como eu cada vez mais me pareço com uma velha, uma velha macaca, aliás, é estranho mas pareço, os gatos afeiçoam-se a mim. Pensam que estão com uma velha, ou uma velha macaca, apesar da voz. É engraçado não é? Para lhe dizer com toda a franqueza nunca quis ser mulher. Sempre quis ser como sou e o que sou. Um homem. Uma mulher não. É isso que eu digo de manhã, ao espelho, quando hidrato a pele. “Tu és um homem.” E esse homem sou eu. E é assim que têm de gostar de mim. Ou de não gostar de mim. Mas é assim. Exactamente como eu sou. É claro que há um preço a pagar. Mas não faz mal. Eu pago o preço. Eu pago. Era o que o meu pai dizia. Mas como nunca gostei dele, pago o preço."

by Graça Lobo in SINCERAMENTE



Sinceramente é a história de uma mulher enterrada, de uma parede, de uma vingança. Sobem ao palco um actor, uma actriz e um basset. Temos um jantar, fala-se de felicidade, de direitos, de separação. Fala a Graça Lobo. Histórias breves, cortantes. São os dramas do pai, da filha, da irmã, do padrinho, um mundo inteiro em fúria, muita gente inquieta mas viva. Relatos de amor e humor, de uma outra mulher, de nome Graça Lobo, que por momentos desce do palco, redescobre o ofício de escritor, e se deixa monologar, assim, sinceramente.

Oficina do Livro
Set.2001

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

sábado, janeiro 27, 2007

Ao Som: Lacrimosa

Os últimos gestos pousaram.
A força da terra fazia o corpo sentir o chão onde acabara de aterrar.
Os últimos membros pousavam o passo...
Os pés reconhiam à sua primeira posição de compasso.
A coreografia parava para contemplar os últimos sons.
Os batimentos cardíacos daquela dança.

No silêncio, sente-se o som em fumo por aquele ar já gasto.
As talhas já não os sentiam de tão dormentes que estavam.
E os sons... as palavras não ditas porque de uma dança se tratava.
E os sons.
Os gestos...e o rosto.
Sempre o rosto... sempre o gesto...

A curva que se desenhava no alto pára, rígida, no topo.

Desce o rosto que , em âmago, serra aqueles olhares em estado líquido.
Ergue-se e sente-se o som...

O som... das talhas gastas, da madeira exausta, da saliva engolida, do sangue arrefecido...
do compasso.
O som daquelas últimas batidas... daqueles últimos sons.

O som, de tudo... em tão pouco tempo, naquele gesto cortez e rasgado dalguém que tenta anunciar o fim do especátulo, e o sabor daqueles últimos sons.



....e ao som: LACRIMOSA

We keep on burying our dead
we keep on planting their bones in the ground
but they won't grow
the sun doesn't help
the rain doesn't help

If my garden would have a fence
then the rabbits couldn't just come in
and sit on the grass
and eat all the flowers
and shit

Hi, i'm icarus, i'm falling
down, man for judgment must prepare me
spare, oh god, in mercy spare me

Man, I have a terrible feeling
that something's gone awful, very wrong with the world
is it something we made?
is it something we ate?
is it something we drank?

Hi, i'm icarus, i'm falling
from the dust of earth returning
man for judgment must prepare me
spare, oh god, in mercy spare me

Lacrimosa...

We keep on burying our dead
we keep on planting their bones in the ground
but they won't grow
the sun doesn't help
and all we've got
is a giant crop
of names and dates

Hi, i'm icarus, i'm falling
down on this day of tears and mourning
from the dust of earth returning
man for judgment must prepare me
spare, oh god, in mercy spare me

Lacrimosa...


by Regina Spektor



...ACTO PRIMEIRO, fim.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Flames to Dust

Existem dias em que o frio nos intrenha a pela e o sol apenas nos recorda, com o luto do seu calor, que à noite o gelo cobrirá a nossa cama.

Foi num dia desses que Matthew se sentou sozinho, na baixa da cidade, e contemplou o silêncio daquelas tantas vozes que não lhe pertenciam como antes.
A fadiga de uma vida veloz e intensa tinham-no levado ao limite. O corpo, rasgado, há muito que anunciava a sua segunda morte.

Tinha acordado do tratamento que odiava mas do qual já não podia fugir, e sentiu-se quente.
Só, mas quente. Talvez fosse a fantasia daquele inverno que lhe coloria o rosto, ou a recordação da fábula de outono à qual chamou felicidade tantas vezes.
Existia alguma coisa estranha naquele ar. Não era o frio intenso nem o calor dos poucos raios que atravessavam o azul. Não eram as últimas danças nos salões nobres, nem muito menos o cheiro da luxúria que cada vez menos o acompanhava.
Eram um cheiro a cinzas com tinta escorrida e espessa… era o cheiro a cinza sobre uma estranha folhagem de outono que cobria o chão. Eram os tons quentes sobre aquela manto gélido de emoções em estado líquido.

Era o abandono de corpo e sangue por ausência de vigor. Era o cansaço completo como uma bolha de ar demasiado denso para se conseguir inspirar. Era o desejo de mudança e a força de uma vida. Eram as talhas de um machado a seco sobre tanta vida submersa.
Era a segunda morte, de facto, anunciada.

sábado, janeiro 20, 2007

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Just breathe

La Délivrance


O dia amanhecera acelerado. O telefonema confuso da sua velha amiga ao acordar deixara-o verdadeiramente estranho antes de sentir as primeiras gotas de água.
Era ainda cedo para ele, mas ela, com os seus novos costumes e horários, não se apercebera que já estava em Portugal e que por lá as coisas eram bem diferentes... mais tardias.

Num rasgo de felicidade percebe que o dia já corria a meio e que a noite anterior lhe tinha forrado a desilusão de uma ilusão bem mais à sua medida.
O imenso Ego com que recordava cada olhar e cada gesto daquela noite faziam-no sorrir ao espelho.
Antes mesmo de sair de casa fez anunciar o seu regresso às luzes da cidade.
E que noite de tantas gargalhadas e felicidades fugazes. E que noite de tantas recordações e saudações indiscretas.

Saiu do banho e ao recordar a roupa que tinha usado sente de novo o seu toque.
Aquela voz, quente e envenenada, com quem sempre brindou ao maior dos mistérios, e com quem partilhou durante anos a chave de todo o universo de ser somente feliz.
Sorriu à maldade com que recordava o gesto... aquele quarto nunca, na verdade, voltara a ser o mesmo desde que partiu para Paris.

De regresso a Lisboa, Matthew sai de casa e sente o sabor da saudade.
Aquele corpo de Jo, agora tatuado com a solidão, escondiam a infelicidade e infortúnio do tempo. As surpresas e as palavras alternavam entre si como se de um jogo maquiavélico se tratasse... e a morte fez-se sentir, mais uma vez, presente.

A força daqueles dois era imensa... No fundo havia que respeitar a sua própria memória de imortais que sempre foram um para o outro, e sobretudo, para os outros.
Por dentro o sangue fervia-lhes de medo, ódio e sobretudo desperdício.
Cambaliantes, mas sempre sorridentes...iluminaram o caminho um do outro e decidem regressar aos seus casulos. Será a crença de verdade, será a felicidade em tudo, mesmo quando o mundo desaba em sismos e vertigens estrondosos.
“Será a força do vento que nos recorda quem somos, e por quem sempre lutámos. Será o caminho mais difícil, mas que seja então o mais glorioso também.
No fundo,... continua-se a morrer por tão pouco e a perder tanto tempo com tantas coisas pequenas. Que fazemos nós senão tentarmos somar tempo à felicidade que ainda podemos sentir?”...

E Matthew, ao chegar a casa, mesmo depois de desfeito em pó de osso adormeceu a sorrir.
Existem dias, noites, horas... momentos na vida, cuja a vida nos oferece uma caixa. Umas vezes negra, outra de veludo ou apenas papel... mas sempre com o mesmo lá dentro, uma verdade.

“Existem dias, noites, horas...momentos na vida... em que por mais que me doa o corpo e do sangue me reste pouco ar na pele, ainda adormeço a sorrir.”

Red Dance



...em contagem decrescente onde os minutos são engolidos entre a líbido e a fantasia de um reinado perfeito.
"A morte fica-nos tão bem."

sexta-feira, janeiro 12, 2007

I´m Back



A noite começa a cair, e nela sinto a vertigem de um delírio de morte, de uma sede de crime e uma vontade de sangue que me recordam quem sou.
Onde pousaste tu sobre o meu corpo e como o conseguiste fazer parar no tempo?... O cheiro da terra molhada daquele cemitério onde adormeci regressa-me o olhar sobre as estrelas e galhos escuros.
Morre-se tanto de uma forma tão inútil... Reserva-se tanto o siêncio e a solidão sem perceber absolutamente nada do que é viver.
Hoje a ironia rebenta, mais uma vez, na perfeição de crença de vida em mim.
Cansei-me dos trapos e saltos rasos... cansei-me dos clichés e das demandas de ódio que, no fundo, só encondem a cobardia de um grito contido, de um afecto retido, de uma vida com medos. Morre-se tanto no amparo desse substantivo tão confortável mas tão igualmente sombrio,...é a cobardia... é a morte.
Seja como for, a mim só me resta o reconhecimento da viagem em mim... só me resta tirar dela o melhor, e com ela esculpirmais um diamante do meu colar.
E que saudades sintia eu das minhas roupas de veludo e seda, das minhas cores escuras e intensas, dos meus perfumes fortes, dos meus diamantes esculpidos...de mim.
Hoje, adormeço o sangue com o vinho da virtude. A virtude de ser delirante, e infinitamente felíz.
Hoje regresso às luzes daquela cidade e brindarei com os corpos que comigo o palco partilharam... hoje regresso aos cabeçalhos de todos os jornais, e a todas a bocas húmidas de lascívia.

Hoje afundo... hoje mergulho o esquecimento, e elevo o tango a solo que em tempos perdi.
Hoje a noite trará de volta todos os brilhos e gemidos...hoje o odor a carne forrará o meu veneno... hoje mato-vos e esculpo estáuas de gelo...
Hoje parto...
Hoje regresso!

I´m Back again... ;)

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Suddenly I See


E agora, hoje mesmo, já sei.
É incrível como, num rasgo de lucidez, tudo me surge tão claro agora.
...
and Suddenly I See

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Away
again


Muitas teem sido as coisas que me acompanham ao adormecer, e muitas teem sido as palavras que deixo pendentes no ar sem as deixar escritas.
Mas, como noutras alturas e momentos desta grande passeata a que chamamos vida, terei que me ausentar por um momento desta descarga imensa em que se tornaram as minhas pérolas e os meus lábios.
Prometo ser breve e regressar o quanto antes.
Até lá, tenham uma vida plena e não deixem nada por dizer, e muito menos por fazer, nestes meses, dias, horas... nas horas até ao meu regresso.
:)