Hoje chego aqui e curvado sobre estas teclas curvo-me sobre todos vocês…
As vossas vidas recheadas compreenderão a fuga em mim neste passo inevitável.
São estes segundos, estes minutos…estes dias que me consomem o que pouco resta para além do osso. São as horas de novo sem que o novo aqui seja signidicado de melhor.
Não é o marasmo em que, entediantemente, por vezes, se pode mergulhar… não.
É a loucura de todos os poros nesta linha que se apaga sob o meu nariz ensaguentado.
É o maldito vício de todas as vidas que no peito morrem com violência e sangue. Som e forma. Barulho.
— Quando pensas voltar?
— Assim que puder… assim que tiver tudo concluido.
— Porque é que atendeste o telefone?
…teria sido melhor não achas?…não terias que desaparecer.
— Um mês e meio, dois meses.
— Parece-te pouco com ceretza.
— Parece-te o certo, o necessário.
— Morro em ti, não morro?
— Não… Vivo em ti e por isso tens a obrigação de manter tudo como deve estar.
— Preferia mil mezes voltar a limpar a merda que fazes… mil vezes gritar contigo mas sei bem que seria em vão.
— A verdade em ti soa tão bem… Em mim, dá nisto.
— Vais ligando?…escrevendo?
— Talvez sim, talvez não. Se fizer sentido…
— Eu sei que ficas bem… morro numa banheira de sangue, mas sei que o tempo me surpreenderá contigo a entrar por ali a dentro, e no segundo a seguir, já não será em sangue mas em champaghe o prazer da minha morte.
— Prepara o gelo…mas não tenhas pressa.
Caríssimas pérolas…
Até breve.
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