Existem dias verdadeiramente especiais em que nada, aparentemente, acontece.
Os tons e os cheiros, a luz e as formas, paracem-nos iguais a tantas outras.
Mas não são.
E a vida sempre nos parecerá eterna…
Hoje parei para mudar.
Hoje sinto o gosto de todos os algodões-doces que provei sem estar apaixonado senão mesmo pela vida.
Hoje revejo a infância entre praias e campos, cores e sabores.
Revejo o depois de tudo isso e o agora que olha para tras.
Tenho saudades de todas as histórias. Mas não se têem erguido para aqui.
Reparo a gaveta que já se encontra cheia e calculo o tempo de escrita em silêncio.
Mas não sei… este Verão, ao contrário das outras estações, não me amparou ao equilíbrio das letras.
Prometo voltar com tudo.
Mas entretanto outras plantas começam a ganhar vida em meu redor.
Acabo de assitstir a uma coisa que me deixou a pensar.
Hoje vou-me “despedir” da cidade e preparar as malas desta nova forma de vida que acabo de perceber.
Os bilhetes já estão na mão e já não há nada que me faça parar o desejo de ser apenas o melhor de mim.
Cansei-me de estar perdido em Tóquio na esperança que alguém me encontrasse.
Hoje vou apanhar um taxi e deixa-lo à deriva pelo mundo.
Se continuarei à espera de ser encontrado?
Talvez… talvez, mesmo que o nege, acabe por socumbir até que algo aconteça.
Não existem pessoas nem identidades perfeitas. Existe sim, e nisso acredito, em momentos que tornam a vida perfeita.
Mas o âmago afasta-se hoje dos meus cabelos, e na minha pele existirá o perfume de um sorriso pleno e um desejo profundo de que tudo, em mim e em vocês, vos corra bem.
Procurem-me ao cair da noite, hoje “despeço-me” de Tóquio.
“I'm sick and I'm tired
Of reasoning
Just want to break out
Kick off this skin
I can't escape myself”
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