quinta-feira, setembro 28, 2006

White Horse


E podia-se morrer ao som daquela paisagem nocturna.
Aquele âmago em gesto… aquele gemido em olhar.
Aquele lugar inviolável, aquele canto teu.

Ainda consigo sentir o calor…
Estranho…

O cansaço esmagava-me os ossos mas eu poderia ter adormecido ali… assim, em silêncio, ao compasso do teu mundo em dor.
A minha pele movia-se e no sangue corria um gesto que, em coreografia com as vozes, criava um som. O som da lucidez perdida em mim.

Pareciam dois animais feridos…
Um em pranto e outro em festa.


Foi então que entre o contorcer de toda a vaidade no vampiro em mim, sinto emergir o meu cavalo branco.
Aquele que traz no dorso a chave de todos os momentos.
Confuso, estranhamente confuso…dançava em mim ao som do teu silêncio.
Percorria espaços ao ar livre e sentia o vento a soprar-me os cabelos.

Quem és tu?…quem és tu a quem mostrei, de imediato, tanto…
Quem és tu que, na sombra de ti mesmo se prefere escondido, mas que carrega tantos diamantes nos bolsos?

Soltaram-me em cavalo branco e agora corro ao sabor do vento.

Sigo o vento que vem de norte porque ainda me lembro onde nasce o sol.
Sinto o cheiro a chocolate e aguardo o saber quem és.

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