sexta-feira, dezembro 29, 2006
SURPRISE
Estranhamente não sei mesmo como exprimir agora...
só me sai, e acreditem que da forma mais sentida, um enorme OBRIGADO!
Foi a melhor surpresa de sempre! ;)
Love You all
domingo, dezembro 24, 2006
Felíz Natal
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Maps
Acho que fui muito antes de partir e sinto o desiquilíbrio do tempo agora sobre o meu corpo.
No fundo é disso que se trata… de uma despedida anunciada, de um âmago passado e de um futuro por escrever.
É tudo uma questão de tempo se tivermos a sorte de nos encaixar-mos nele.
Hoje acordei de uma forma estranha.
Uma dor de cabeça matinal anunciava uma morte mais do que prevista.
Nos últimos tempos tudo tem andado a mil à hora dentro dos meus dias em que a velocidade cria marasmos.
Nos últimos tempos os acidentes e as colisões teem sido uma constante entre este meu corpo e as muralhas do meu castelo.
E surges tu… tu que sempre respeitei e a quem sempre protegi com a minha distância.
Tu que reinas em terras de loucos e mantens marés de sangue ao som de tambores.
Tu cujo tango deixa, no ar, um perfume a morte, dor e prazer… delírio, combustão e pranto.
Terás sido, para sempre, das pessoas mais perto da felicidade de sucumbir na loucura que algum dia conheci.
Eu, por saber como aí se vive, talvez seja daqueles que mais resistiu a esse reinado.
Mas seremos, por mais que lutemos contra, eternamente reis desse mesmo veludo.
Seremos, por mais que rebentem mil imagens sobre nós, os melhores espectadores de nós mesmo. Os esternos perseguidores da nossa maior fragilidade, o belo.
Depois de horas a fio em que regurgitava a grande custo tudo e todos os que em mim viveram…
Depois de em cada espasmo reconhecer o o meu papel em cada fragmento…
Depois de horas de dores confusas e diagonósticos perdidos…
Depois de tanto em tão longas horas, sinto o silêncio de Toquio, o abismo daquelas escalas, o infinito daquele vazio tão cheio.
E surges tu, ao de leve, sempre baixinho…
Conduzindo, cambaliante, sobre esses saltos-altos, que nunca riscaram o meu chão em xadrez.
Sinto o perfume desses teus sapatos vermelhos e prevejo um magia nas tuas mãos.
Nelas trazias um caixa de música que, de uma forma nobre, procurei saber receber.
E não era preciso mais nada… estava lá tudo!
"Wait! They don’t love you like I love you."
Lá estava contido o teu grito que era a única coisa que eu realmente precisava ouvir.
Hoje altera-se então o rumo de muitas histórias.
Hoje, a noite brindará comigo aos novos tempos.
Hoje decidi que jamais te roubarei a vida como tantas vezes planeei.
Hoje, troco todas as lápides que sempre evitei por cada segundo de verdade a solo neste meu chão já tão riscado de tantos tangos só meus.
Hoje percebo onde existes e assumo que também aí terei sempre um canto… porque quero, porque já não o rejeito, fez parte de mim, e porque, como tu mesma disseste um dia “a morte fica-nos tão bem.”
E ver a nossa vida a coagular é, sem sombra de dúvida, o pior dos espectáculos em nós, e hoje agradeço-te infinitamente, por me o relembrares.
Por me mostrares o onde tinha eu o meu mapa escondido, por me o trazeres de volta, e sobretudo, por me recordares de mim.
E assim acho que fui muito antes de partir.
segunda-feira, dezembro 18, 2006
Morri-vos...
E quando a tudo se quis amar percebe-se o fim da viagem.
Como será o regresso a esta cidade, como será recordado aquele corpo em corte, sangue e exagero.
Tudo em tão pouca pele. Tanto em tão pisada carne.
Que seja a morte pelo esquecimento para que um dia surja a tão aclamada vida pela surpresa.
Morri-vos...
"E a morte fica-nos tão bem."
Natural’s Not in It
The problem of leisure
What to do for pleasure
Ideal love a new purchase
A market of the senses
Dream of the perfect life
Economic circumstances
The body is good business
Sell out, maintain the interest
Remember Lot's wife
Renounce all sin and vice
Dream of the perfect life
This heaven gives me migraine
The problem of leisure
What to do for pleasure
Coercion of the senses
We are not so gullible
Our great expectations
A future for the good
Fornication makes you happy
No escape from society
Natural is not in it
Your relations are of power
We all have good intentions
But all with strings attached
Repackaged sex keeps your interest
Repackaged sex keeps your interest
Repackaged sex keeps your interest
Repackaged sex keeps your interest
Repackaged sex keeps your interest
Repackaged sex keeps your interest
The problem of leisure
What to do for pleasure
Ideal love a new purchase
A market of the senses
Dream of the perfect life
Economic circumstances
The body is good business
Sell outs [? out ?] maintain the interest
Remember Lot's wife
Renounce all sin and vice
Dream of the perfect life
This heaven gives me migraine
This heaven gives me migraine
This heaven gives me migraine
by Gang of Four
domingo, dezembro 17, 2006
sábado, dezembro 16, 2006
Venus as a Boy
quinta-feira, dezembro 14, 2006
segunda-feira, dezembro 11, 2006
La Solitude de Moi
" Chego hoje ao fim…
Hoje sei como te responder à pergunta que deixei sem resposta entre a febre e o sangue, entre o amor e a cumplicidade.
Passaram dias, noites , horas… as tão afamadas horas.
As horas do meu tempo, do nosso tempo, do tempo dos outros… sempre as horas.
A cada momento que revivo o gesto dos ponteiros encontro ainda mais perfeição nestas tantas referências poético-cinematográficas. A cada movimento sinto o rebentar da minha maior obsessão, o belo.
Acendo um cigarro e suspiro.
O silêncio acalma-me de mim e assim consigo olhar para tudo o que passou.
O vinho fere-me a garganta mas só assim consigo.
Quando foi que comecei este vício de âmago e felicidade?Já não me lembro…
Quando foi que quis ser, de repente, outro alguém que não eu mesmo?
Hoje, ao anoitecer parei para me olhar.
A música conduziu-me ao espelho e entre a loucura de um corpo deambulante e o devaneio de uma vaidade qualquer perdi-me e parei.
O delírio acalmou e, como que em câmara lenta, o veludo dos tecidos começaram a cobrir-me a pele. Os tons escuros contrastavam com o meu rosto e no contraste tudo se formava mais claro.
Já à muito tempo que não olhava bem para mim.
Já à muito tempo que não me via por lado nenhum.
Já à muito tempo que me perdia entre o que sempre fui e aquilo que me propunha a ser.
Estranho não é?…verdadeiramente estranho…
A vida tem gestos que nos levam a sorrir para nós mesmos e outros tantos que nos irompem em gargalhada sobre nós também.
Desta vez apenas sorri.
Sorri e recordei tanta gente que por aqueles sulcos cravados passou.
Estiquei o rosto e arrepiei a pele…
Ainda lá estava e tinha apenas chegada a hora de acordar.
Existem filmes que serão vividos e recordados para sempre, músicas e letras para sempre tocantes… pessoas e perfumes para sempre abraçados.
Existe tanta coisa em meu redor… existe vida.
Hoje não serei mais um gesto contínuo e extenso… hoje serei o último gesto desta imensa e fantástica coreografia que vivi.
Escrevo-te esta carta porque já dormes enquanto regresso a mim.
Amanhã, quando eu acordar já não estarás tu por perto.
Encontramo-nos à noite, como sempre, decerto.
Mas eu tinha que me despedir agora mesmo, antes que o sol nascesse e eu acordasse como antes… como sempre fui, eu.
Estou cansado, muito cansado… mas amanhã saber-me-ei como novo.
Sinto-me já a bater à porta, sinto uma espécie de dor… frio… forma, cor.
Vou adormecer o meu corpo a teu lado e dizer-me adeus.
Vou fazer o que sempre fiz de melhor e procurar a festa em cada canto daquilo que, em silêncio, responderia à tua pergunta anterior.
- Comment tu es avec ceci tout ?
- Je suis bien…
il nage à nouveau… J'ai juste pour m'ennuyer de moi
C'est la solitude de moi.
Até um dia em que, velhos, possamos rir de tudo e relembrar o passado…
Até um dia de felicidade plena qualquer.
Tem um excelente dia e que tudo corra bem como prevejo.
Cá te aguardo ao anoitecer como sempre…
Voltei ao veludo e ao tango…
Saberás onde me encontrar.
Beijo
Matthew "
sábado, dezembro 09, 2006
terça-feira, dezembro 05, 2006
Apesar das ruínas e da morte.
domingo, dezembro 03, 2006
Quarto frio
O quarto ficou frio...
A noite congelou-nos o pensamento e o último raciocínio registado foi o pior.
Adormeceste e, às escuras, guardava-te mesmo ao meu lado.
As palavras rebentavam-me no estômago e o sangue fazia-me o corpo tremer.
Durante o teu sono tentei pensar...
Durante o teu sono tentei chegar a ti...
Sinto-me encurralado entre o que te provoco e o bem que me fazes.
Sinto-me injusto e cobarde por não ser eu a alterar o rumo das nossas vidas, mas sempre acreditei que os caminhos em comum devem ser decididos a dois.
Toca o despertador e a tua vida por ti proclama...
Deixando-me, mais uma vez, ao abandono de todos os gestos.
O teu despertar violento, seco e frio nem te fizeram reparar na mesa que tinha preparado enquanto dormias.
Teria sido possivelmente, mesmo que breve, um pequeno-almoço quente.
Saiste e começou a chover...
Ao som, ouvias as palavras que tememos por nós.
Ainda não toquei em nada daquela mesa...
Amanheceu, passou o dia e já anoitece...
A estúpida esperança de me ver surpeendido pelo teu regresso deixam-me a contemplar o pequeno-almoço que, em silêncio, ainda espera por ti.
E hoje sinto as 3 badaladas do número 3.
As crueis toneladas de som que me rasgam a pele e perpetuam a minha forma de ser.
Onde me perdi eu para me confessar ao teu ouvido enquanto dormias?... perdi-me em ti e sei que podiamos ser melhor.
O quarto continua frio... e eu "pensei que se falasse era fácil de entender".
sábado, dezembro 02, 2006
Fácil de Entender
Talvez por não saber falar de cor, imaginei.
Talvez por não saber o que será melhor, aproximei.
"O meu corpo é o teu corpo, o desejo entregue a nós".
Sei lá eu que queres dizer...
Despedir-me de ti, adeus um dia voltarei a ser feliz...
Talvez por não saber falar de cor, aproximei...
Triste é o virar de costas o último adeus, sabe Deus o que quero dizer.
Obrigado por saberes cuidar de mim,
tratar de mim, olhar para mim, escutar quem sou...
E se ao menos tudo fosse igual a ti.
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor,
já não sei se sei o que é sentir.
Se por falar falei,
pensei que se falasse
era mais fácil de entender...
É o amor
que chega ao fim,
um final assim assim
é mais fácil de entender...
THE GIFT
quarta-feira, novembro 29, 2006
Bela Lugosi's Dead
White on white translucent black capes
Back on the rack
Bela Lugosi's dead
The bats have left the bell tower
The victims have been bled
Red velvet lines the black box
Bela Lugosi's dead
Undead undead undead
The virginal brides file past his tomb
Strewn with time's dead flowers
Bereft in deathly bloom
Alone in a darkened room
The count
Bela Logosi's dead
Undead undead undead
Autor desconhecido, mas "n" vezes reproduzido e cantado por vários tipos de artistas.
Fica a nota e o saber que existe algure um grupo, que sem saber eu como, veio parar à minha playlist, e me surpreendeu com a composição feita com este "mantra" (não sei porquê, mas soa-me a mantra).
Bauhaus
(a banda)
Last Hours
E terás tu o tempo de alguns cigarros.
Mandei vir uma garrafa do meu vinho favorito e sei até quando o consigo fazer durar.
No bolso ainda tenho alguns segredos para partilhar se sairmos daqui juntos.
Organiza as tuas fichas e pensa bem antes de agir.
Hoje sento-me aqui e ficarei até isto fechar.
Fecha às 3h, terás portanto o tempo de alguns cigarros, uma garrafa de vinho... terás tempo até ao nº3.
Aquele Cheiro... II
- Lembras-te daquele cheiro?
- Sim… naquela altura até me lembro do quanto me fizeste pensar.
- Sinto novamente aquele cheiro…
- Não!
- Sim, sinto-o.
- E sabes de onde vem?…de perto novamente?
- Oxalá não venha nem seja como eu o espero… Oxalá não corresponda aquilo que vi formar-se mesmo em frente aos meus olhos. Oxalá a minha viagem não me reserve essa grande surpresa no regresso.
- Não percebo… começas a deixar-me nervosa com essa conversa.
- Não fiques… eu não estou. Que seja a grande gargalhada da vida a rebentar em veludo e vinho sobre o meu horizonte. Que venha de tão perto como será suposto. Que traga o silêncio preso por um fio que, no que pressinto, o silêncio contido no frasco que me preparam é um ingrediente a explodir. Que seja, que viverei felíz de qualquer forma.
- Então desta vez não é tóxico?
- Não, desta vez o tóxico serei eu.
terça-feira, novembro 28, 2006
Sleep
segunda-feira, novembro 27, 2006
Para aqueles que nunca leram, ou para aqueles que já o esqueceram.
Existem momentos em que ouvidos pessoas a gritar verdades que mais tarde se esquecem. Existem momentos em que nos lembramos dessas mesmas verdades e as consideramos lições, lições de vida.
Existem tantos momentos na vida de alguém que nos perdemos nos esquecimento de alguns.
Hoje existiu um momento em que, mais uma vez, a vida se mostrou perfeita e me recordou um texto que um dia alguém declamou, mas hoje já esqueceu...
Aqui fica, mesmo que no ar ou no vazio, para aqueles que nunca leram, ou para aqueles que já o esqueceram.
- Anda brincar comigo - pediu-lhe o principezinho. - Estou triste...
- Nao posso ir brincar contigo - disse a raposa. - Nao estou presa...
- AH! Entao, desculpa! - disse o principezinho. Mas pos-se a pensar, a pensar, e acabou por perguntar: - O que e que "estar preso" quer dizer?
- Ve-se logo que nao es de ca - disse a raposa. - De que e que tu andas a procura?
- Ando a procura dos homens - disse o principezinho. - O que e que "estar preso" quer dizer?
- Os homens tem espingardas e passam o tempo a cacar - disse a raposa. - E uma grande macada! E tambem fazem criacao de galinhas! Alias, na minha opiniao, e a unica coisa interessante que eles tem. Andas a procura de galinhas?
- Nao - disse o principezinho. Ando a procura de amigos. O que e que "estar preso" quer dizer?
- E a unica coisa que toda a gente se esqueceu - disse a raposa. - Quer dizer que se esta ligado a alguem, que se criaram lacos com alguem.
- Lacos?
- Sim, lacos - disse a raposa. - Ora ve: por enquanto, para mim, tu nao es senao um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu nao preciso de ti. E tu tambem nao precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu nao sou senao uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser unico no mundo para mim. E, para ti, eu tambem passo a ser unica no mundo...
Mas a raposa voltou a insistir na sua ideia:
- Tenho uma vida terrivelmente monotona. Eu, caco galinhas e os homens, cacam-me a mim. As galinhas sao todas iguais umas as outras e os homens sao todos iguais uns aos outros. Por isso, as vezes, aborreco-me um bocado. Mas, se tu me prenderes a ti, a minha vida fica cheia de sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hao-de chamar-me para fora da toca, como uma musica. E depois, olha! Estas a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? Eu n??o como pao e, por isso, o trigo nao me serve de nada. Os campos de trigo nao me fazem lembrar de nada. E e uma triste coisa! Mas os teus cabelos sao da cor do ouro. Entao, quando eu estiver presa a ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo e dourado, ha-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do barulho do vento a bater no trigo...
A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho.
- Por favor...Prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer.
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas nao tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...
- So conhecemos as coisas que prendemos a nos - disse a raposa. - Os homens, agora, ja nao tem tempo para conhecer nada. Compram as coisas ja feitas nos vendedores. Mas como nao ha vendedores de amigos, os homens ja nao tem amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!
- E o que e que e preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- E preciso ter muita paciencia. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim, em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu nao me dizes nada. A linguagem e uma fonte de mal entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto...
O principezinho voltou no dia seguinte.
- Era melhor teres vindo a mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, as quatro horas, as tres, ja eu comeco a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. As quatro em ponto ja hei-de estar toda agitada e inquieta: e o preco da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas e que hei-de comecar a arranjar o meu coracao, a vesti-lo, a po-lo bonito..."
by Antoine de Saint Exupery in Le Petit Prince
Last Time
...e porque o tempo mudou, o Inverno chegou e o signo rebentará em mim amanhã.
Porque o grito de Fenix rasgou a minha garganta e porque os poucos fios que restavam do meu elástico rebentaram por exaustão.
Porque sim, porque quero, porque mereço, porque me quero, porque me devo... porque posso!
Hoje adormeço pela última vez neste país de embalo. Amanhã o primeiro voo será meu.
quarta-feira, novembro 22, 2006
Pasión
E hoje revivo o corpo perante a minha própria morte
O Inverno chegara e no silêncio do frio os meus ossos procuram resguardo na carne.
À dias que tento escrever… à dias que ando a pensar em voz alta com tanto por dizer.
Ontém passei mesmo ao lado do João, o para sempre “homem que diz adeus” o para sempre “pão para a multidão”.
Hoje o sangue que me rebenta na boca deixa-me o corpo à deriva de hora a hora.
O cansaço desta viagem que tem sido viver sob esta forma de pele, sentidos e dores, a que doravante graçejo de “carcaça” retoma-me a mim hoje mesmo.
As drogas relembram-me o espaço, a vida de outros tempos. O alcool liberta-me dessas mesmas memórias e o tabaco adormece-me o compasso de todos os ponteiros.
Amanhã será Lua-nova, dizem.
No sorriso travado revejo o espelho de toda a antiguidade naquela madeira.
Alguém sabe o que sei? Saberei eu alguma coisa que alguém saiba? É o devaneio…é o gesto do corpo embriagado que continua pesado na sua própria leveza.
Abro o armário e entre a roupa decubro o teu vestido. As marcas do baton permanecem até hoje entre a minha pele e o meu sangue. O veneno que injectaram dão-me o mote para a felicidade destes picos de insanidade.
Doi-me tudo… estou cansado.
E volto a sentir que não será agora, mais uma vez. Que te falo do atropelo. Da surpresa, da festa…das coisas que se vivem lá fora.
O cheiro da madeira húmida deixa-me assim, a querer terra molhada.
Aflito por gente desesperado pelo cheiro a vazio.
E a solidão onde mora?… a solidão é só um bom espaço de férias, mais do que isso é uma morte. Uma morte que nem te dás conta ser toda ela patrocinada por ti mesmo.
Que saudades do vermelho daquele tecido sobre o teu corpo. Do contraste entre o chão e o teu pisar. Danço em vertigem e recordo-me felíz. O abraço em aperto, gemido e som de mim, por mim, para mim, comigo, nunca me fez tanto sentido como ao som desta música e ao ritmo deste vinho.
O veludo deste líquido perfuma-me os desejos, as razões e as certezas.
Vou ter saudades vossas, claro.
Mas terão muito mais vocês saudades minhas.
Eu tentei… Mas agora já não me apetece mais.
Elevo a música naquele quarto, levanto-me e ergo o corpo apoiado na parede. Levanto o olhar e sinto que a pele estica o meu pescoço. O sangue surge com vida e, com a força de mil homens, escala-me a carne e os ossos.
Abro os olhos e sorrio para mim mesmo.
Elouqueci, mas vou.
Dou o primeiro passo e marco o novo compasso daqueles gestos.
O tango enche aquele espaço e eu encho-me de mim.
ao som… Pasión by Rodrigo Leão
segunda-feira, novembro 20, 2006
sexta-feira, novembro 17, 2006
quinta-feira, novembro 16, 2006
This... 'stuff'?
MIRANDA PRIESTLY
- This... 'stuff'? Oh... ok. I see, you think this has nothing to do with you. You go to your closet and you select out, oh I don't know, that lumpy blue sweater, for instance, because you're trying to tell the world that you take yourself too seriously to care about what you put on your back. But what you don't know is that that sweater is not just blue, it's not turquoise, it's actually cerulean. You're also blindly unaware of the fact that in 2002, Oscar De La Renta did a collection of cerulean gowns. And then I think it was Yves St Laurent, wasn't it, who showed cerulean military jackets? And then cerulean quickly showed up in the collections of 8 different designers. Then it filtered down through the department stores and then trickled on down into some tragic casual corner where you, no doubt, fished it out of some clearance bin. However, that blue represents millions of dollars and countless jobs and so it's sort of comical how you think that you've made a choice that exempts you from the fashion industry when, in fact, you're wearing the sweater that was selected for you by the people in this room. From a pile of stuff.
terça-feira, novembro 14, 2006
Autumn Butterfly
O cenário estava montado.
O palco iluminado e os lugares todos reservados.
Esperava-se um grande espectáculo… Estava um público atento sedento de glamour.
O cheiro das tábuas, a densidade do ar…
As memórias de outros textos, as recordações de outros gestos, estavam ali.
A sós, com tudo em silêncio, desce da torre e desliza até à multidão lá fora.
Estavam outros corpos, que em nada se realcionavam com o evento, simplesmente, a passear por perto, na mesma calçada.
Matthew, saíra.
Atravessando aquela multidão de habitués deixa por sobre a passadeira todas os figurinos.
Serve-se de uma bebida no bar, e no reflexo, percebe o cansaço da sua maquilhagem.
Pede um lenço ao garçon, molha-o no balde de gelo, e em frente a todos limpa a pele.
O barulho da ansiedade naqueles corpos não lhes permitia sequer ouvir a razão.
O portagonista estava ali também…a desventrar a personagem mesmo sobre os seus olhos. Bebia também ele champaghe, brindava também ele pelo espectáculo que iria acontecer.
Mas só ele sabia a verdade da surpresa… só ele conhecia a temperatura daquelas tábuas forradas a luxúria.
Sorri para um dos empregados, que, coitado, servia um bando de inúteis, e despede-se com o olhar.
Atravessa sorridente a multidão e chegue à porta principal por onde sempre entrou.
Naquela noite tudo se sabia verdadeiramente bem.
Sente o toque da passadeira vermelha nos seus pés e o reflexo das suas mãos nos pilaretes dourados.
Ergue a cabeçae deu o primeiro passo no sentido do acaso.
E o acaso abraçou-o e conduzio-o ao edifício da liberdade… onde tudo e todos eram novos, onde tudo e todos eram mais simples…onde se corria a rir e não se ria a correr.
Nasce assim qualquer coisa de novo, morre assim, de alguma forma, qualquer coisa de velho.
São as odes de inverno que preparam o caminho com as borboletas de Outono…são as formas de vida que lhe rebentam no corpo as veias ensaguentadas que se cansaram de tanto veneno.
domingo, novembro 12, 2006
Lady Who
Aqui fica o já tardio agradecimento!
Estava eu um dia em casa quando uma grande amiga, ao longe de Évora, me envia uma foto da tão falada festa.
Na foto estavamos, finalmente, todos reunidos ainda com os corpos sóbrios. Surpeendentemente, acabou por ser assim, de uma forma totalmente bizarra, que ficou registada a única imagem das fantasias ainda por cobrir de devaneio! E esse fragmento, de estravagância lúcida e de ocasião perfeita foi captado pela máquina de alguém, que, na imagem nos acompanha, nunca chegamos a rever!
Soube-se que seria, de sua graça, Ana, prima da amiga da minha amiga (nenhuma delas presentes, note-se) e que, no meio de uma imensidão de fotos que tirou, apanhou-nos a nós também! Felíz acaso e bizarras voltas estas das imagens nesta cidade.
Então aqui fica, por fim, o devido agradecimento à, até então "lady Who" que julgo, ao que me recordo, chamar-se Ana!
Muito obrigado e até uma próxima, tão luminosa como a anterior se possível!
P.S:. Espero n estar errado, mas a autora da foto é a autora do blog que, sem saber, visitei mil vezes antes desta foto me vir parar às mãos. Visitem: http://fellinialmodovar.blogspot.com/
Estava eu um dia em casa quando uma grande amiga, ao longe de Évora, me envia uma foto da tão falada festa.
Na foto estavamos, finalmente, todos reunidos ainda com os corpos sóbrios. Surpeendentemente, acabou por ser assim, de uma forma totalmente bizarra, que ficou registada a única imagem das fantasias ainda por cobrir de devaneio! E esse fragmento, de estravagância lúcida e de ocasião perfeita foi captado pela máquina de alguém, que, na imagem nos acompanha, nunca chegamos a rever!
Soube-se que seria, de sua graça, Ana, prima da amiga da minha amiga (nenhuma delas presentes, note-se) e que, no meio de uma imensidão de fotos que tirou, apanhou-nos a nós também! Felíz acaso e bizarras voltas estas das imagens nesta cidade.
Então aqui fica, por fim, o devido agradecimento à, até então "lady Who" que julgo, ao que me recordo, chamar-se Ana!
Muito obrigado e até uma próxima, tão luminosa como a anterior se possível!
P.S:. Espero n estar errado, mas a autora da foto é a autora do blog que, sem saber, visitei mil vezes antes desta foto me vir parar às mãos. Visitem: http://fellinialmodovar.blogspot.com/
quarta-feira, novembro 08, 2006
Noite Zero, Manhã Um
E saber que estou acordado...
Saber que hoje, logo hoje, a insónia regressa a este quarto.
Amanhã dou continuidade ao que tentei começar hoje. Amanhã regresso.
Sinto que hoje, de certa forma, cheguei a meio do caminho e recuei... foi estranho, mesmo sendo dia 7.
Fiz um desvio e regressei à ilha. Cheguei mesmo à costa mas mal senti a areia voltei para trás.
Frustração?Talvez, não sei. De qualquer forma fiz outras coisas que já não fazia à muito tempo.
Talvez tenha sido apenas uma tentativa de dia zero.
Estranho, sinto mesmo os cadáveres ainda por sepultar. Sinto mesmo os florais por depositar.
Terá sido pela nova forma de vida que surge nos últimos dias?Talvez... é tudo tão leve, é tudo tão pesado. É tudo tão estranho mas ao mesmo tempo sinto nem querer saber. Apetce-me.
A apatia morrera naquela estrada onde o asfalto recordava outros prantos de sangue e alcool.
A noite que me embala o berço atira-me para o chão e mostra-me as luzes da cidade.
Hoje o cansaço apodera-se do meu rosto e a insónia do meu lugar.
Amanhã será definitivamente o dia Um, e estranhamente não será 7 como previ.
Deixei-me embriagar...
Vivo um estado de ontém em compasso contra o amanhã.
Mas o tempo é implacável, e nos espelhos mostra-me a verdade... já não me resta assim tanto tempo. Terei mesmo que sair do Zero e regressar ao que sempre fui no Um.
E se a vida é certa, pois que assim seja sobre o meu gesto...
Hoje adormeço, amanhã acordo... acordo para a vida mesmo que o sono me tente o corpo, prometo.
Até breve, até sempre... :) e que as insónias não vos persigam cm hoje se apoderaram de mim! LOL
terça-feira, outubro 31, 2006
Ready to Jump
Hoje passei pelo S.Luíz e ainda sorri.
Demiti-me numa sala ao lado do espectáculo que ali decorria. O público, espectante, nem deu conta de terem saído os dois actores principais. Nem se deu conta que o desfecho daquela obra fora verdadeiramente em grande numa noite gravada!
De seguida, desci a escadaria de Paris. Lá abracei o espectro do meu passado e rumei ao aeroporto.
A passadeira vermelha e o fatonoir cujo toque fazia emergir os demónios e diamantes, sentiram o compasso dos últimos passos.
Ao virar da esquina, desliguei o gerador da RedLight...e suspirei.
Terei saudades?
Não me parece... não sei. Nada posso prever, a vida é isso mesmo, uma grande surpresa.
Até para aqueles que, amanhã ao acordar, se esbarrarem com a verdade nos jornais quando julgavam saber tudo.
Hoje mesmo demito-me de todos os meus cargos... assim que cair a noite sobre esta cidade em pranto por lascívia e odores sexuais!, ouvirei um gemido lá do fundo que me fará sentir certo de todas as decisões.

The Devil Wears Prada
Muito bom..!
Um clássico, um história comum...mas cheia de requinte e malvadez.
Simplesmente sublime.
E para todos os amantes de moda, bem...é, de facto, um regalo para os olhos. ;)
Vejam, inspirem-se e, sobretudo, tentei perceber o que está para além do que os olhos pequenos conseguem ver neste glamouroso filme.
;)
segunda-feira, outubro 30, 2006
Get Off my street!!!
Hoje o sol rebenta neste suposto Inverno que nos destabiliza as sabores.
Hoje o dia está bom demais e o Mr.Happy explode cá dentro não se podendo conter!
Vou passear ao sol, vou sair pela calçada e rir bem alto!
Não percebo... Estou assim... Felíz againnnnnnnnn!LOL
Ou isto é uma espécie de patologia que espero crónica, ou então é mesmo a certeza do bem estar que veio para ficar!
Vou "lorear a pevide", apetece-me!
Apenhem sol, bebam groselhas... sorriam que o Circus chegou à cidade!
Enough is Enough
Tudo na vida tem um príncípio, meio e fim.
Nada é eterno e isso torna tudo verdadeiramente mais interessante.
Hoje entrego as provas que procuravas para te libertar...
Mas não a ti, não quiseste.
Era importante, tu sabias, eu disse-te.
Não quiseste ouvir e que assim seja.
Na vida é tudo uma questão de prespectiva, começo a acreditar.
E sabes que mais...
Apesar de impossível, farei com que apartir deste momento a importância e relevância do que tinha para te dizer morra aqui mesmo, assim...agora.
Que a vida um dia te surpeenda e te faça lembrar a ironia dos factos em ti.
Que numa gargalhada se revele toda a compaixão por esse corpo que rejeitas com demasiada força.
E que ao olhares para trás no tempo me revejas o rosto com aquela expressão de felicidade... Que te aperecebas que já não cá estarei, porque nunca quiseste ir a Versailles.
Ainda assim o mais importante é o hábito, o traje, a forma, a cor...
Nesta cidade pequena o inevitável estará sempre presente, e o que agora faço me permita surrir-te amanhã.
Pro C@RALHO ;)...lolol...pq me apetece!
:D...e ri ri ri, ri bem alto, pq o mais importante na vida é saber-lhe sorrir... Que o Jacques já partiu para Budapeste.
And with a smile i say good bye. :)
terça-feira, outubro 24, 2006
Amanheci em Versailles!
E existem dias em que não cabemos no corpo em que nos alojamos!
E não aguentamos tanta felicidade ou plenitude em nós sem o gritar bem alto, entre a multidão.
Hoje percebi tanto de tudo no todo de tanta coisa.
O sol ou a chuva, o frio ou o calor, o dia ou a noite... o ar livre ou condicionado...tudo, me sabe tão bem!
Sabem o cheiro das pastilhas elásticas cor-de-rosa?Aquele cheiro doce e intenso que nenhum perfume consegue igualar?
Sabem o azul turquesa de alguns dias de verão ou de alguns jogos para crianças?
Sabem?
É aí, é mesmo aí que estou!
Não quero mais saber de relações complexas, emoções engolidas ou feridas abertas cujo o sangue derramado só desenha histórias em bruma em meu redor.
Não quero mais perder tempo na tentativa de compreender tudo o que de errado possa fazer e evita-lo. Não quero gastar mais tempo nenhum com pessoas que não querem o meu tempo. Não quero mais nada que não me pertença porque o que tenho já é o melhor de tudo em meu redor.
E o encanto dos palcos, dos espectáculos?E as fantasias e festas onde a gargalhada rebenta de tão pura e verdadeira?
Está aqui, está em toda a parte e voltei a senti-la neste regresso a mim.
Foi uma longa viagem esta... e de certa forma não me arrependo de nada, sem dúvida.
Mas para quê tanto gasto e tanto sangue... tanto corpo e tanta tinta... se, na verdade, só servirão de meras inspirações nos meus pulmões.
Hoje expiro... e expiro sentado naquele relvado em pleno Versailles, ao nascer do sol.
Sinto tudo em quietude e em extase em meu redor. Os animais minúsculos e as pessoas maiores que conseguem sorrir.
Sabe-me tão bem voltar...
Sabe-me mesmo bem estar aqui.
E se ao menos eu pudesse dar a alguém esta imensidão de tudo que trago...
E posso, posso mesmo. A todos os que queiram porque estúpido já não morrerei, e só muito menos.
Fechei os olhos e senti a brisa do começo de um novo dia na cara. A pele acorda a cada segundo, reage a cada raio de sol.
E estou felíz!
Vamos sair?Vamos dançar?....Vamos rir?Vamossssssssssss amanhacer como antigamente numa exaustão de felicidade qualquer?
Vamos!!!!!
"I want Candyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyy" ;)
E obrigado a todos por me mostrarem quem fui, e sobretudo, quem sou aqui!
Sejam felizes, simplifiquem... ;)
"Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida" e "I wantttttttt candy!!!" ;)
segunda-feira, outubro 23, 2006
Marie Antoinette
Absolutamente genial o estado em que nos deixa.
Ontém, pela o acordar da noite na cidade, econtrava-me eu naquela sala de cinema onde a sensação de razão me preenchia cada poro.
Podia divagar e estender todos os fios de ceda que este filme me fizeram desemrolar...mas não. Vejam, saberá bem melhor.
Aquilo que vos deixo é apenas a sugestão...a sugestão de mais do que ver este filme, de deixarem redescobrir na personificação da célebre Marie Antoinette dentro de vós.
A sério...é tão simples que tudo esclarece e na verdade é tão simples como isso mesmo "I Want Candy" ;)
Muito bommmmmmmm!
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Título original: Marie Antoinette
Realizador: Sofia Coppola
Elenco: Kirsten Dunst, Jason Schwartzman, Rip Torn, Judy Davis e Asia Argento
Classificação: M/12
Ano: 2006
País: Estados Unidos
Género: Biográfico e Drama
Cor: Cores
Distribuidor: Columbia TriStar Warner Filmes de Portugal
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"Baseado no livro de Antonia Fraser sobre a infortunada arquiduquesa da Áustria e depois, Rainha da França, 'Marie Antoinette' conta a história da mulher mais incompreendida e abusada da história, desde o seu nascimento na Áustria Imperial até a sua vida posterior na França."
in www.cineplayers.com
Ah, no EXPRESSO deste sábado, na Revista Actual, vem um bom artigo sobre o filme.
sexta-feira, outubro 20, 2006
Vampires
E hoje agarrem-se aos crucefixos, aos amoletos, aos dentes de alho, a tudo o que puderem!
Eles vão jantar juntos e cair na noite desta cidade.
Corpos sedentos aguardam os seus dentes, veludos cavernsosos aguardam a sua benção.
Mr.Slut fará o jantar que será servido com todos os afrodisíacos, e soltará a habitual puta de si...
Mr.Glam trará todo o seu charme e o seu perfume arrasadores, e introdizir-nos-á à sua presa...
Mr.Sparkling soltará toda a lascívia e veneno dos seus poros, e, modesto como sempre, não fará nada se especial (lol)...
e LadyBeringela cagará bem de alto para os corpos pendentes e brindará até com o senhor do bengaleiro! LOL
Segurem-se porque o "furacão do Entrocamento" é um brisa perto destes 4!!!!
LOL
Até logo...até que a calçada nos junte a todos e solte o perfume do sexo em veneno por toda a cidade!
;)
quinta-feira, outubro 19, 2006
Persistência
Persistência
s. f.,
qualidade do que é persistente;
acto de persistir;
constância;
perseverança.
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...e aquilo que me deixa a pensar!
Existem coisas, pessoas, espaços, gestos ou até mesmo conceitos que persistem em não ser arrumados.
E como sai caro pensar e olhar para trás...
Hoje, sinto-me violado pela Persistência das "peças que não se querem arrumar".
Hoje cansei-me de jogar Xadrez, mas com a esta constância vejo-me obrigado a, pelo menos, retomar o jogo.
Ou não... não me apetece mesmo nada.
Aiiiiiiiiiii..............!!!!!
E tão felizes que devem ser os loucos de Lisboa!
quarta-feira, outubro 18, 2006
terça-feira, outubro 17, 2006
segunda-feira, outubro 16, 2006
Sopro em Reflexo
O Inverno tinha chegado com tudo.
Aquela luz de final de tarde, aquele som da chuva a cair…aquele âmago na calçada.
Tudo. Era a inspiração e a felicidade de um Inverno em regresso.
Duas poltronas e um espelho ao fundo da sala.
O espaço, pombalino, cujo alto pé-direito fazia sentir o eco de outras paisagens, estava absolutamente vazio. Somente duas poltronas de veludo e um espelho longo entre elas.
Rouge decide então aceitar o convite.
Entra e senta-se, silenciosamente, numa das poltronas.
Em frente, o seu reflexo, com aqueles olhos e sorriso claros fazem-no sentir-se acompanhado naquele estado de felicidade em que se encontrava.
Estavam ambos felizes, e o Inverno chegou.
- Bleu:
Eu sou o gémeo doce
- Rouge:
… e isso faz de mim o quê?
- Bleu:
O gémeo en vogue
- Rouge:
Porquê " en vogue"??
- Bleu
Porque parece que Deus, o próprio, te escolheu para personificar o estilo, e aí andas tu a desfilar e a deixar rastos de glamour.
Spreading some blink blink…
Sparkling
- Rouge (sorrindo):
Como?...agora eu sou "glamouroso" é isso??...espera que essa é nova!
Va caríssimo, és demasiado inteligente para achar realmente só isso!
- Bleu:
Acho que tens uma casca de glamour a cobrir um interior riquíssimo! deep deep deep
- Rouge:
Foda-se!
E por breves instantes o silêncio congelou aquele olhar. Rouge nunca prevera aquele momento.
Aquele reflexo, no espelho, era acutilantemente real.
Respirou fundo e decide então enfrentar todo aquele momento de frente.
Reposicionou-se na poltrona e, verdadeiramente confortável, retoma no olhar de Blue.
- Rouge:
... pois, e o que devo fazer então com esse interior?
Aproveito então agora, que "me vejo ao espelho" e aguardo uma luz…
Sou todo ouvidos!
- Bleu:
Deves…guarda-lo secretamente.
E a menos que to seja pedido para o revelar, sorrir apenas como se estivesses feliz só por estar ali (onde quer que seja).
Não tenhas medo de passar por tolinho, um tolinho simpatico e doce.
Eu escondo o meu interior secretamente, aposto no factor surpresa.
E como isco age como uma verdadeira puta ? um sex god…
Depois de pescada a atenção do objecto desejado abres os portoes dessa luz imensa e deixa-lo K.O.
- Rouge:
Tu és incrível... assustadoramente "reflexo", mas incrível!
Mas Bleu, se me permites o uso de ti...
Não é o desejo desenfreado que quero para mim. Não é a saliva entre os lábios que cresce quando passo que tenho como objectivo.
Tudo isso tb gosto, e muito. Mas prefiro tê-los como adornos indispensáveis, não como fins a atingir.
O que quero pra mim é bem mais simples.
É o poder "abrir os portões dessa luz imensa" sem que isso seja um prémio para nenhuma presa…mas sim uma consequência de uma reacção espontânea e felíz entre mim e seja lá quem for.
E o silêncio regressou aquela sala.
Pensativo e, talves apreensivo, o reflexo retoma firme…
- Bleu:
hum…
Queres demais.
- Rouge:
Já não me contentam os abutres nem os bajuladores, nem os apenas giros ou desejados. Os prémios ou os oscares.
Esses existem hoje como meras manobras de diversão da minha maldade na dança do "saber viver". No gozo do meu animal apenas.
Na verdade, quero é gente!…mas gente mesmo, não apenas clones ou robots.
Achas que é demais?
- Bleu:
Acho que é dificil, e quanto mais ambicioso fores maior é a probabilidade de nao seres feliz.
- Rouge:
E eu que me achava tremendamente simples nos meus desejos. E eu que achava que queria tão pouco. Apenas aprender com tudo e todos os que me rodeam esperando apenas a verdade das coisas.
Irónico, no mínimo.
Acho que podia esperar ouvir isso de qq pessoa, menos de ti.
Tu que eras, de alguma forma, a esperança no poder acreditar. Tu que,nos olhos, carregas esse imenso mundo onde sempre pensei que vivias a acreditar.
- Bleu:
E acredito… Acredito que vou ser feliz.
- Rouge:
e serás, não duvides.
Eram os ritmos daqueles sangues, os gestos daquelas figuras… o respirar daquelas formas de estar, o grito e o gemido de serem conscientes do estado felíz.
Rouge, sentido o desfecho daquele caminho, ergue a cabeça, e concentrado no outro olhar bem claro ainda diz…
- Rouge:
E posso-te perguntar o que te fará felíz?
Pergunta difícil, eu sei.
Bleu abandona a sala em silêncio encondendo a cara por detrás daquele espelho entre eles.
No fundo Rouge também poderia ser certeiro no seu olhar, e ele sabia-o tão bem como o contrário, o reflexo, de tudo em todos, de tudo nos dois.
Ao abandono ficou então aquela sala e aquele veludo. Ao abandono ficou a noite.
Seria inevitável, ambos sabiam.
Um dia… talvez um dia.
Night Storm
O dia começara tarde.
A tarde anunciava aquela estação que Jacque sempre esperava com as malas feitas.
Ao anoitecer olhou-se no espelho e percebeu que tinha passado o dia, em repouso, sobre si mesmo, a pensar.
E que as conlcusões eram mais que muitas, ou se calhar até bem poucas, desde que verdadeiramente reais.
"E que tal um bom vinho acompanhado por uns bons queijos, nesta noite de trovoada?" Sugere Jacques ao seu bom e velho amigo de grande caminhadas.
E soube tão bem, tão verdadeiramente bem.
Existem perfumes que nos fazem ver tudo melhor, sabores que tudo nos recordam e pessoas que em tudo nos preenchem.
E com este sentimeno, sensação ou apenas frame de felicidade, a noite trouxe de regresso o manto de veludo que o bom vinho recordava.
Aquele manto deixado cair por momentos... em que Jacques vasculhava Teresa dentro de si.
"Não existe. Nunca existiu... Hoje sei e nem sequer sinto saudades. Existem lugares e momentos para tudo. E em mim,nunca coube ao que agora sei."
Abraça o seu amigo, e no calor de toda a verdade, faz anunciar o seu regresso.
E ao meter a chave à porta retorna o olhar para a tempestade. Fascinado com aquela grandiosidade recorda um texto que escrevera em tempos. E ao recordar o texto recordou a liberdade em si.
FuckMeHard foi o título que recordou.
Mas a chuva e a trovoada continuavam a fazer daquela uma fantástica noite de tempestade.
E em noites de tempestade sempre gostara de fazer mudanças e tomar decisões.
"E foi tão bom no aconchego de tudo o que me deste sem sequer dares conta de nada.
Sabes, algures naquela cama, enquanto o teu sono observava, cheguei mesmo a acreditar poder fazer-te felíz.
E digo-o sem qualquer pudor porque não sinto que tenha fracassado. Sinto que tentei, e com isso liberto de mim qualquer teia de dúvida sobre a nobresa dos meus gestos ou a veracidade de todos os verbos utilizados entre nós.
Mas hoje a noite recorda-me em mim, e mostra-me que não posso, não devo, nem quero semear a dúvida entre a insistência e o esforço, entre o certo e o errado, entre o emotivo e o exagero.
Não, não será assim... não quero.
Espero que essa vida em suspensão te traga um dia à terra e que te recordes do meu nome como prometeste.
Hoje, quando mergulhar ao adormecer, recordarei pela última vez o momento em que dizias: Dorme, dorme...que eu não deixarei que ninguém te faça mal.
Hoje será a última noite em que o faço até que um dia, se a vida assim o entender em ti, me o recordes tu.
Não espero resposta a esta carta...tu sabes. Acho que finalmente sei o que esperar de ti.
E se agora neste instante tu, ao ouvir-me, com aquele teu olhar de abandono, me perguntasses se eras uma desilusão?
Não sei...Dei comigo a pensar que às vezes o queres de tal forma que acabas por te tornar nisso,não sei.Mas hoje, agora, não. Não és uma desilusão porque isso ía-me obrigagar a tornar ilusão tudo aquilo que encontrei aí, em ti.
E por muito charmosa que fosse essa sentença em ti, permito-me eu a mim mesmo, a arrogância proclamada e não.
Ainda sei o que vejo... Mesmo que às vezes veja o que não deva e tenha que fingir que não vi, por cortesia, respeito ou até compaixão. Aqui, sei que o farei por afecto. Que fique claro.
Não te percas no medo de viver, vive.
Nunca te esqueças que por mais solitário que seja qualquer caminho, nada existe sem gente nem coisas para te criarem o espaço onde existes em ti.
Fecha os olhos e respira. Abre os braços e abraça as gentes lá fora.
E sorri, que te fica tão bem.
Até sempre, até um dia, até amanhã...
Amanhã regresso a casa e se me quiseres procurar sabes bem onde me encontrar.
Jacques. "
Escreveu então numa folha que nunca verá a luz o dia.
Sorriu para a noite, sorriu para si e mergulhou entre os lençois recordando a viagem e o amanhã.
Semi-serrou os olhos... e adormeceu.
domingo, outubro 15, 2006
Wake Up
quinta-feira, outubro 12, 2006
LUX
E o "deboche", a loucura, a fantasia que reinavam na catedral de todos os múrmurios...
Milhares de pessoas, milhares de fantasias...
Ainda sinto o excesso no sangue. Mas, no verter de algumas memórias que a ressaca não permitem contínuas, consigo já recordar que foi bom!
Prometo debruçar-me sobre a verdadeira feira de corpos ali presente. Sobre a astúcia de todos os gestos e o estridente de todas as palavras exageradas.
Mas hoje não, deixo apenas aqui este "pouco nada" para que mais tarde me recorde que devo voltar a este raciocínio!
A todos os que por lá passaram... "brilhanteeeeeees"!!!Aos que por lá não se movimentaram "Outras festas virão!"
;)
Alguns fragmentos, alguns frames apenas...!
segunda-feira, outubro 09, 2006
Apetece-te?
E perdeu-se naquele olhar.
Às vezes, Jacques dava-se conta que pensar nem sempre era uma atitude correcta.
Mas também sabia que era mais forte que ele.
Anoitecera, e o cansaço subia-lhe pelas pernas sob formas estranhas e entranhadas.
Entre a multidão que, como correntes, se movimentava naquela calçada, alcança aquele olhar.
“Foda-se, apetece-te ou não?”
Era sobretudo o eco que rasgava o a sua traqueia ensaguentada. Mas dali não saíra por nada.
“E a mim apetece-me, por muito disparatado ou surreal que possa parecer!Por muito diferentes que possamos ser, por muito que as cores, em nós, tomem formas diferentes de estar… Apetece-me, porque me faz sentido!
E sinceramente não consigo perceber se te apetece sem sentido ou se te faz sentido apetecer… ou até mesmo se não te apetece por não te fazer sentido, ou se te faz sentido que não te apeteça.
Ouves-me?”
E no fundo uma gargalhada que, entre a vegetação da serra, o vendo naquele carro, o cheiro a gasolina, a calçada do bairro-alto, o barulho do aspirador, as côcegas surpreendentes…e tudo, tudo o mais se solta quando Jacques os sentiu felíz.
“Venham as bolas de sabão, ou o tal cheiro a torradas perto do tejo. O calor do sol pelas costas como gostas, ou o sol pela cara como não resisto sem sorrir… Venha tudo, mas venha apenas sem restrições, calculos ou pensamentos… fodasse, ainda hoje, apeteces-me…e faço questão de o gritar-te sem pudor, porque amanhã posso não cá estar e não quero que o deixes de saber. Estranhamente faz-me sentido, estranhamente…foda-se, eu arrisco…foda-se,apetece-me!”
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